O enigmático Salvador Dali, desde ontem, é tema de uma exposição de arte em Brasília. Artista espanhol proeminente do surrealismo, ele tornou-se uma das principais referências da arte feita para quebrar nossas cabeças: sua manipulação icônica realista e os signos industriais tornaram a fruição estética mais difícil e intrincada.
A exposição montada no espaço Caixa Cultural remete ao clássico “A Divina Comédia”, obra escrita pelo poeta renascentista Dante Alighiere que visava reformar moralmente uma época perdida em licenciosidades.
Acervo proveniente de uma coleção privada da Espanha, o conjunto de obras que integra a exposição pode ser visto de aberta de terça a domingo das 9h às 21h.
Em tempo: a entrada é franca. E em momentos de obscurantismo, uma informação: a mostra tem classificação livre para todas as idades.
O expositor oferece 100 xilogravuras do pintor catalão que visam retratar o inferno, o purgatório e o paraíso até 4 de março do próximo ano.
Os desenhos foram executados na década de 50 do século passado por conta de uma encomenda do governo da Itália tendo em vista a comemoração dos 700 anos de Dante Aliguiere.
As imagens seguem o ritmo da obra do poeta: Inferno é representado com 34 imagens; o Purgatório e o Paraíso têm 33 quadros cada um.
Não se trata do Dali que conhecemos – com signos tortuosos e aptos ao mundo da confusão. Na sequência de obras que expõe, ele revela, isto sim, uma “narrativa”. Busca, sobretudo, agir como ilustrador de uma ficção. E ainda que os três estágios não existam ou não sejam visíveis, dependendo da fé de cada um, eis que o drama do humano é real em sua composição.