Um artista goiano, natural da Cidade de Goiás, vem chamando atenção por quem passa pelo Salão do Artesanato em São Paulo, uma das maiores feiras da América Latina. Auriovane D Ávila, é detentor de uma técnica, que, com areias retiradas da Serra Dourada, nascem pinturas surpreendentes.
Único artista que aprimorou a técnica da também artista plástica vilabelense, Goiandira do Couto, D´Ávila resolveu ousar e mergulhar em possibilidades ainda não exploradas na pintura com areias, criada por sua mestre inspiradora. Com 480 tons naturais já catalogadas e retiradas da Serra Dourada, Auriovane retrata, além da cultura e cenas do cotidiano de Vila Boa, animais, paisagens e personalidades, como o de sua conterrânea, a poetisa Cora Coralina, onde a riqueza dos detalhes chama a atenção do espectador pelo grau de dificuldade em conseguir tal resultado, usando como ferramenta de trabalho, as pontas dos dedos, que com precisão cirúrgica, vão jogando os diferentes tons de areias em seus devidos lugares, formando assim a obra desejada.
Além de vários quadros, Auriovane levou certa de 180 tons diferentes de areias do seu acervo, para demonstração ao vivo de como a técnica é aplicada. “Dessa vez, eu resolvi trazer para essa exposição, além das minhas obras, a possibilidade das pessoas conhecerem como é aplicada a técnica. É interessante como as pessoas ficam encantadas e surpresas como as obras vão surgindo, é um jeito diferente e muito gratificante pra mim, de interagir com o público” diz Auriovane D’Ávila.
Além de Auriovane Dávila, a edição desse ano conta com outros 12 artistas do estado de Goiás e uma associação de artistas e artesãos, que foram colecionados para participarem como expositores. “ O Salão de São Paulo é uma feira de artesanato muito diferente das outras por se tratar de um evento para um público mais exigente e sofisticado porque desta feira só participam os melhores artesãos do país. A curadoria que fizemos em Goiás para esta feira foi sem dúvida nenhuma a mais concorrida que já tivemos. “Foi realmente muito difícil escolher os melhores entre tantos mestres artesãos”, explica Beatriz Athayde, curadora do Programa do Artesanato Brasileiro – Goiás (PAB-GO).
Segundo o Superintendente de Economia Criativa e Solidária da Secretaria de Desenvolvimento de Goiás, André Franco, “A feira de São Paulo está se tornando a melhor da América Latina em termos de comercialização. A nossa expectativa é de superarmos os R$145 mil comercializados na edição de 2016 e de que o Artesanato Goiano e os nossos principais artesãos possam ter o espaço e o destaque na mídia nacional que tiveram na edição passada”.
Com 10 edições realizadas em Brasília, o Salão do Artesanato está na sua 11ª edição realizada em São Paulo, contando com o apoio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), coma participação no evento 26 estados, com o melhor da produção artesanal de cada um deles. Além dos estandes dos estados coordenados pelo PAB, artesãos com produção individual, cooperados, associações e outros órgãos de fomento ocupam os 14 mil m2 do Pavilhão Azul com mostra e venda de produtos artesanais de várias tipologias, confeccionados com técnicas variadas e diferentes matérias prima. Peças artesanais de decoração, vestuário, joias, bijuterias, acessórios, brinquedos, instrumentos musicais e utilitários encantam os visitantes pela riqueza de detalhes, qualidade de acabamento e identidade cultural que representam. Na Praça dos Mestres é possível ver Mestres Artesãos de vários estados fazendo suas peças ao vivo. O Salão tem um palco destinado a apresentações culturais de grupos folclóricos de música e danças típicas e uma praça de gastronomia com pratos típicos de todas as regiões brasileiras. O evento mostra toda a diversidade cultural do Brasil, em cores, sons e sabores.
(Por Alex Pereira)