Restos mortais de 227 crianças sacrificadas em um ritual da cultura chimu, foram descobertos por um grupo de arqueólogos. A cultura existiu até o século XV na costa norte do Peru. Esta é a maior descoberta mundial de oferendas de crianças em rituais.
O local foi descoberto no setor Pampa La Cruz em Huanchaco, uma cidade no litoral de Trujillo, a 700 km ao norte da capital, Lima. As escavações dessas tumbas começaram no ano passado.
“Os restos das crianças estão de frente para o mar. Alguns têm protetores de pele, cabelo e prata. A maioria está na posição de decúbito dorsal, isto é, deitada. O interessante é que eles têm marcas de corte externas, cortes muito finos. Encontramos no ano passado a faca com a qual eles fizeram esses sacrifícios, e o que suspeitamos é que a pessoa que executou deve ter tido muita experiência porque os cortes feitos nas crianças no externo são muito bem feitos", explica o arqueólogo Feren Castillo em entrevista à RFI.
O arqueólogo também afirmou que os restos mortais tratavam de menores entre 4 a 14 anos de idade, que foram entregues aos deuses da cultura, em um ritual. A intenção era diminuir as catástrofes naturais, ligadas ao fenômeno El Niño, que atingiam estes povos
"Encontramos evidências de chuva, o que sugere que esse sacrifício foi feito durante um fenômeno de El Niño, um evento climático em a costa norte do Peru".
Outros sacrifícios encontrados na região
Em junho do ano passado, foram encontrados restos de 56 crianças no mesmo local, o sítio de Huanchaco. Em uma cidade próxima, a uma distância de dois km, foram descobertos, em abril do ano passado, os restos de 140 crianças e 200 lhamas oferecidas em um ritual similar.
A civilização Chimu localizava-se na região da costa peruana até o atual Equador. Ela desapareceu por volta do ano 1475 após ser conquistada pelo império inca.
*Com informações do G1