O cantor e guitarrista Rodolfo Campos, da Underdog Pack, tem a partir de agora - ao lado dos demais músicos da banda - um riff ganchudo que atende pelo nome de “Rock the blues away”.
Aos desinformados do novo rock Brasil, a banda Underdog, formada em Goiânia, consegue catalisar e matar no peito um punhado de influências do rock setentista.
Nesta última, ele tem exercido o circuito cultural goiano com maestria, tocando em vários pubs, night clubs, bares, restaurantes e espaços de rock. Sua pegada de rock, folk, hard rock e blues lidera um movimento, que tem outros músicos goianos competentes na mesma longa estrada da vida – caso do Falcões do Deserto, Adriano Tomazetti, Cida e banda, dentre outros.
A primeiridade é de que a música está muito bem gravada, a voz encorpada e justa ao que se propõe. A produção evita firulas.
O riff de “Rock the blues away” é o que chama atenção, feito ali nas cordas mais graves da guitarra com compressão e ótima timbragem – aliás, diga-se de passagem, o som é guitarrístico em um mundo onde tocar guitarra passou a ser atividade de minorias, quase clandestina.
O solo bem curto – mas justo no uso das pentatônicas, que incluem passagens em bends – demonstra um recado do autor: a música está na estrutura. Não no detalhe.
Um cowbell marca o tempo quaternário, forte, agudo em contraposição ao que se ouve na dinâmica da caixa (snare) e bumbo (kick). A frase “Rock the blues away” repete com insistência.
A banda segue uma linha transitiva do rock pop sessentista – marcado principalmente por Beatles, Stones, Cream e The Who – para o som de Blue Öyster Cult, UFO, Joan Jett, Led Zeppelin, Thin Lizzy, dentre outras bandas. No final, é Underdog Pack mesmo.
Em três palavras, “Rock the blues away” é enérgico, urgente e intenso.
Que Rodolfo consiga produzir mais músicas deste nível e duplique sua aposta em um disco ainda mais matador.