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Orquestra Sinfônica manda ver clássicos do Pink Floyd

Imagine uma coisa: o que seria do rock psicodélico sem a banda britânica Pink Floyd? Olha, o gênero – sem sombra de dúvida – não teria a pompa musical refinada como conhecemos hoje. “Time”, “Breathe”, “Shine On You Crazy Diamond” – entre outras canções –  são verdadeiros clássicos. Isso sem falar na guitarra sonoramente poética do guitarrista David Gilmour. E aí, precisa elencar mais algum motivo para curtir o som dos caras? 

Formada em Londres no ano de 1965, a banda atingiu sucesso internacional na década de 1970, com discos do calibre de “Dark Side Of The Moon”, lançado em 1973, “Wish You Were Here”, dois anos depois, “Animals”, de 1977, e a ópera-rock “The Wall”, que chegou ao mercado fonográfico em 1979. Além da musicalidade singular, o grupo se destacou também pelas letras filosóficas, cheias de críticas sociais e shows elaborados.

Toda essa trajetória será passada a limpo hoje, a partir das 18h, na Estação Cultura, pela Orquestra Sinfônica de Goiânia. Com regência de Vinícius Guimarães, o evento faz parte das comemorações do aniversário de 86 anos da capital goianiense, e tem entrada franca. O show contará ainda com a participação especial da banda goiana Crazy Diamond e dos músicos Moka Nascimento e Emídio Queiroz – ambos precursores do rock goiano.

Em entrevista ao Diário da Manhã concedida na tarde de ontem, Moka diz que a expectativa para o show é a melhor possível. Ele acredita que a Estação Cultura receberá recorde de público em relação às apresentações realizadas nos teatros Goiânia e Sesi, ambas na semana passada, que também tiveram lotação esgotada uma semana antes. De acordo o músico, o público vai curtir releituras de hinos da banda britânica compostos em sua melhor fase, na década de 1970.

“As músicas são interpretadas genialmente, de forma original. Para que isso seja realizado, é preciso que hajam grandes instrumentistas, que é o caso da Crazy Diamond. Comecei a tocar Pink Floyd em 1973, no ano em que foi lançado o LP “The Dark Side Of The Moon”. É um trabalho que nós já fazemos há mais de três décadas”, relata o baterista, acrescentando: “Por isso, para a gente, vai ser tranquilos fazer as interpretações das músicas.

Moka conta que o set list da apresentação vai girar em torno do disco “The Dark Side Of The Moon”, um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. “Portanto, o nosso show será um especial do álbum mais vendido e aclamado do Pink Floyd”, diz. O experimente baterista ressalta qual foi berço musical do grupo. “Pouca gente sabe, mas eles começaram tocando blues. Como tomavam LSD e ficavam muito loucos, começaram a partir para a onda psicodélica”. 

Boa oportunidade

Para o secretário de cultura, Kleber Adorno, a homenagem à banda Pink Floyd é uma boa chance de o público conferir a Orquestra Sinfônica em ação. “A proposta do Rock Sinfônico mostra que não há barreira entre os gêneros musicais. Várias bandas de rock famosas gravaram com grandes orquestras ao redor do mundo. É um gênero muito propício ao mundo da orquestra sinfônica. Mais um evento em comemoração ao aniversário de Goiânia realizado em grande estilo”, avaliou.

Na semana passada, o Teatro Goiânia foi palco do espetáculo Rock Sinfônico. Claro que a mistura da Orquestra Sinfônica com a banda goiana Crazy Diamond não poderia receber outra coisa a não ser elogios. O grupo é composto pelo guitarrista Lucas de Castro, baixo e vocal fica por conta de Ulisses Miranda, bateria com Oscar Jayme e o vocal Haig Berberian. Moka Nascimento e Emídio Queiroz, considerados por dos nomes mais antigos do rock goiano, participam do espetáculo.

‘The Dark Side Of The Moon’ separou a história do rock em antes e depois 

Capa do disco 'The Dark Side Of The Moon' - Foto: Reprodução

Óbvio que quem curte a sonzeira da banda britânica Pink Floyd já ouviu falar alguma vez do disco da capa do peixe de luz. E não é para menos: o álbum já vendeu mais de 50 milhões de cópias, 15 milhões delas apenas no mercado americano. Isso sem mencionar a quantidade que ainda hoje em dia se esgota nas prateleiras. Para termos uma ideia, nos formatos LP e CD, o disco esteve entre os 200 mais vendidos em 803 semanas não consecutivas.

As gravadores de “The Dark Side” – como o álbum é carinhosamente chamado pelos fãs brasileiros – serviu como terapia para a banda: o baixista e letrista Roger Waters, o guitarrista David Gilmour, o tecladista Richard Wright (1943-2008) e o baterista Nick Nason. Amor, dor, ambição e demência são referências diretas a Syd Barrett (1946-2006), cantor dos dois primeiros álbuns do Pink Floyd que deixou a banda em 1968 e foi diagnosticado com problemas mentais.

Além disso, a sonoridade - que a cada audição parece revelar nuances ainda não percebidas - foi construída com ajuda de muitos shows, com improvisações e outros tantos elementos musicais. Na época, o Pink Floyd cumpria turnês na Europa que arrebatavam cada vez mais fãs, muitos deles impressionados com a lisergia da banda. Por isso, sempre o grupo sempre tratou a experiência no palco como uma coisa quase sagrada.

Abbey Road 

Pink Floyd na década de 1970 - Foto: Reprodução

O disco foi gravado em diversas sessões no estúdio Abbey Road, entre junho de 1972 e janeiro de 1973. Além dos inusitados recursos para a obtenção de sons um tanto quanto inusitados para os padrões da década de 1970, o trabalho foi marcado por brigas e interrupções que são parte do folclore do rock. Entre elas, a parada obrigatória cada vez que a TV exibia o programa do grupo de humor Monty Python.

Também tiveram outros episódios "esquisitos" no estúdio, como barulhos feitos com notas e moedas na faixa "Money" (uma crítica sutil ao capitalismo) e vários tique-taques de relógios em "Time" (canção que fala sobre a falta de tempo que move o homem na sociedade de consumo pós-moderna. Tudo essa piração foi sugestão do produtor Alan Parsons. Entre os delírios sonoros, a gravação de uma pessoa correndo em volta de um microfone!

No entanto, nenhuma maluquice supera a propalada sincronia do áudio do álbum com a projeção do filme "O Mágico de Oz", longa-metragem lançado no ano de 1939. Waters e Gilmour negam até hoje, com veemência, inclusive, que isso tenha sido planejado pela banda. São, no entanto, tantas coincidências que fica difícil acreditar na dupla. Inúmeras ações nas cenas do filme acontecem exatamente nos instantes em que músicas começam ou têm algum acorde marcante.

Serviço

Orquestra Sinfônica homenageia banda Pink Floyd

Quando: hoje, dia 24

Horário: a partir das 18h

Onde: Estação Cultura

Endereço: Praça do trabalhador, cruzamento das avenidas Goiás e Independência

Entrada Franca

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