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Fazer cover de Beatles hoje em dia pode ser visto como um clichê, mas é preciso levar em consideração o seguinte: a maioria das releituras que vemos por aí focam no lado A do quarteto inglês. E quase não tocam nada da segunda fase da banda – e quando tocam é aquela música que não poderia ser mais batida, como “Let It Be”, “Yesterday” e outros sucessos fonográficos.
Agora, esqueça tudo o que lhe foi dito até aqui. E anote na agenda: hoje, às 22h, no Identidade Bar, na Vila Itatiaia, vamos ver o oposto do velho clichezão beatlemaníaco. Sim, a banda os UzBítu promete mandar aquela lisergia que guiou os rapazes de Liverpool nos discos “Revolver”, de 1966, “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, lançado um ano depois, “White Album”, de 1968, e “Abbey Road”, de 1969.
Para agradar o fã que curte mais a fase em que os Beatles usavam ternos e se apresentavam nos inferninhos de Hamburgo, na Alemanha, haverá as infalíveis “A Day In The Life”, “Help”, “Can't Buy Me Love” e outros singles. Claro que todo show dos Beatles precisa ter os seguintes componentes, vamos e venhamos: músicas mais comercialmente agradáveis, dançantes e com letra boba.
Musicalmente afiadíssimos, a galera dos UzBítu – logo de cara – toca um clássico, e da segunda fase: “Come Together”. Se a primeira impressão é a que fica, então não podemos esperar nada diferente do que o surpreendente, embora o repertório objeto desta resenha seja uma banda consagrada no meio musical, pop e contracultural. Veja bem: quase tudo já foi escrito, pensado e teorizado sobre os Beatles.
Não que este jornalista tenha a pretensão – ora, pois – de tecer qualquer tipo de crítica negativa sobre algo que está sacramentado nas linhas da história. O que é importante dizer, no entanto, é que os goianos são bons no que fazem, acertaram em cheio na escolha do repertório e - mais do que nunca - possuem a intenção de apresentar um lado da música dos inglesas que não é tão conhecido pelo público.
Além disso, um dos momentos mais agradáveis do show é quando os UzBítu mandam os primeiros acordes do hino “Something”, música do LP “Abbey Road”. Até o mais desapaixonado dos seres pega o telefone e liga para o (a) crush! Se tiver bebido umas e outras, então, é que o cara, ou a camarada, se declaram mesmo. A composição do guitarrista George Harrison, relegado a segundo plano nos anos áureos da banda, talvez seja uma das músicas mais bonitas dos Beatles.
Por isso tudo, jamais podemos imaginar que o show a ser realizado logo mais será aquele cover bem chatão. Nada disso! Você pode – e deve – esperar dos meninos goianos uma sonzeira de primeiríssima linha, com instrumentos sincronizados e dialogando entre si, além – é claro – de um repertório selecionado a dedo que passeia pelo universo conhecido e nem tão conhecido do quarteto inglês.
Veja parte do setlist a ser tocado pela banda: ‘Come Together’, do disco Abbey Road, ‘A Day in The Life’ e ‘Sgt Peppers Reprise’, do clássico Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, ‘Let It Be’, do álbum homônimo “Let it Be”, ‘ ‘Help!’ e Yesterday, de Help!, ‘Hey Jude’ e ‘From me To You’, música do Past Masters, entre outras nem tanto conhecidas, porém de grande qualidade na história dos Beatles.
