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Após cinco meses, Capital Inicial volta aos palcos

Da ancestralidade punk do Aborto Elétrico, surgiram duas bandas: Capital Inicial e Legião Urbana.

Uma era liderada por Renato Russo, a outra por Dinho Ouro Preto. Uma emplacou nas paradas de sucesso “Será”, “Índios” e “Tempos Perdidos”, a outra “Fátima”, “Veraneio Vascaína” e “Música Urbana”. Uma lançou seu primeiro LP, “Legião Urbana”, ou disco ‘Um’, como os fãs o chamam, em 1985, a outra no ano seguinte. Uma teve a carreira interrompida pela morte precoce de seu vocalista e letrista, a outra segue na ativa.

Após cinco meses sem tocar, o Capital desembarca em Goiânia, neste sábado (8), às 22h, para se apresentar no Music Park Gyn, em frente ao shopping Passeio das Águas.

No retorno aos palcos, Dinho Ouro Preto, Yves Passarell, Fê e Flávio Lemes passearão pela trajetória quase quarentona do Capital, num show que antecipa o que virá na turnê comemorativa dos 20 anos do celebrado “Acústico MTV”, disco responsável por apresentar o Capital à geração do milênio.

Dinho, aliás, tem uma ligação, por assim dizer, um tanto inusitada com Goiânia. “Sempre que temos um grande hiato a cidade entra em nosso radar”, diz o vocalista, por telefone, ao Diário da Manhã. Quando o cantor se acidentou em 2010, durante show em Patos de Minas (MG), o retorno foi aqui. “Tocamos no Jaó”, lembra.  

Para o recomeço em Goiânia e a retorno aos palcos, o vocalista promete show cheio de clássicos. “A gente deve fazer os maiores sucessos, como “Fátima”, "Veraneio”, “Depois da Meia Noite”. O set list será repleto de hits”, adianta.

Antes da pandemia de coronavírus, a banda encontra-se numa entressafra. O Capital havia terminado a turnê de “Sonora”, álbum lançado em 2018 que tirou o grupo de sua zona de conforto, cujo show este repórter acompanhou no João Rock do ano passado, e preparava-se para trabalhar no projeto do acústico. “Mas o show vai rolar e será no Rio de Janeiro com produção musical de Liminha. Vamos disponibilizá-lo no streaming”.

Dinho diz ainda que, de tudo o que envolve a carreira do Capital, apresentar-se ao vivo é o que os membros mais gostam de fazer, além de ser combustível para suas almas. “Precisamos do palco para sobreviver. O Capital é uma banda estradeira”, afirma o cantor, sem disfarçar a vontade de voltar às atividades musicais.

O baterista Fê Lemos também não vê a hora de tocar: “Eu estou muito feliz de voltar finalmente a fazer shows, é realmente muito bom estar de volta. Por conta dessa pandemia que estamos passando, acabamos encontrando uma nova utilização para os drive-ins. Eu acho essa iniciativa incrível, acho que as pessoas querem sair de casa”.

Filho de cientista político, e que nunca se furtou de analisar o cenário político brasileiro, Dinho argumenta que o contexto do País é preocupante. “Eu olho em volta”, ele diz, “e não me vejo representado por ninguém”. O vocalista define-se como social-democrata, ao estilo da que se tem na Europa, e crê que é preciso unir o que a direita e a esquerda têm de melhor.

Por isso, explica, o Brasil cresceu quando promoveu inclusão social. “Concordo que o País tem uma dívida histórica constrangedora e aviltante. Mas me incomoda partidos de esquerda flertando com regimes totalitários”, afirma o cantor, cujo disco “Viva a Revolução”, de 2014, foi inspirado nas Jornadas de Junho de 2013 .

Viva a Revolução – Wikipédia, a enciclopédia livre
Capa do disco 'Viva a Revolução', de 2014

Formada em 1982 na cidade de Brasília, o Capital Inicial – para os críticos oitentistas – nunca esteve em pé de igualdade com as bandas que dominavam a cena àquela época, como Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso. Mas, após o “Acústico MTV”, a coisa mudou, e o grupo mostrou talento para conceber sucessos radiofônicos e, com isso, ter vendas expressivas com seus álbuns.

E, de quebra, conseguiu agradar os críticos. Desde o início da década passada, a banda se reinventou, lançou trabalhos com inéditas, tocou em festivais – alguns deles no Velho Mundo – e investiu em baladas roqueiras. “Em 2022 devemos lançar um disco de inéditas”, revela.

De acordo com a produção, o show vai seguir as recomendações das autoridades de saúde, com distanciamento mínimo de 2 metros entre os carros. Será exigido também o uso de máscaras, mesmo que dentro dos veículos, e as atividades são feitas virtualmente a fim de reduzir o contato entre as pessoas e evitar aglomerações.

O público deverá permanecer no carro durante a apresentação. A equipe de trabalho, com seus técnicos e recepcionistas, vão passar por aferição de temperatura corporal a cada duas horas. Além disso, banheiros e áreas comuns passarão por higienização ao longo do evento.

Serviço

Capital Inicial em Goiânia

Data: Amanhã

Horário: 22h

Local: Music Park Gyn

Endereço: em frente ao Passeio das Águas Shopping

Preço: R$ 260,00 (área Premium/ 1º lote) e 347,00 (área Vip/ 1º lote)

Ponto de vendas: Site Meu Bilhete

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