O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do novo coronavírus. A Covid-19 impactou o mundo em diversos segmentos. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mensal, divulgados na terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,3% no trimestre móvel que terminou em outubro.
Além disso, o vírus transformou as casas em salas de aula e locais de trabalho, por meio do home office. A modalidade foi adotada por 46% das empresas em meio ao isolamento social, conforme pesquisa desenvolvida pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e divulgada pela Agência Brasil. A infecção também adiou planos, suspendeu sonhos e interrompeu vidas. O Brasil caminha para as quase 200 mil vítimas da doença.
Ainda assim, o país está atrasado com relação ao plano nacional de vacinação. Territórios vizinhos como Chile, México e Argentina já iniciaram a imunização, segundo o R7. Por aqui o mês de dezembro registrou o maior número de mortes por Covid desde setembro. De acordo com o consórcio dos veículos da imprensa, do dia 1° deste mês até às 13h da última terça-feira (29) foram pontuados 18.570 óbitos.
Diante desse cenário, o DM conversou com algumas pessoas para saber quais são as perspectivas para o ano de 2021. Durante a entrevista, relataram o período de aprendizado obtido em meio à quarentena e a expectativa por uma melhora no ano que vem.
'Ser mais produtivo em 2021'
O comunicador Marcos Ferreira, 22, ressalta que teve que abdicar de muitos planos em 2020 por causa da pandemia. No entanto, acredita que eles amadureceram. "Um deles é ser mais produtivo, pois em 2020 eu acredito que descansei um pouco da rotina frenética que vivíamos. Outra coisa que quero é realização, porque eu quero colocar em prática um monte de coisa que ficou guardado, só esperando o alvorecer. E, ando pedindo saúde, porque tendo isso o resto a gente corre atrás, como diz minha avó", realça.
O profissional da Comunicação argumenta que se pudesse resumir o ano de 2020 em uma palavra seria aprendizado. "Aprendi mais a me colocar no lugar do outro. Aprendi sobre autoconhecimento e a confiar mais em mim. Passei um tempo maior com o meu eu, delirando mas aprendendo acima de tudo", destaca.
'Superar essa pandemia da melhor forma possível'
A estudante de Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Sarah Oliveira, 26, afirma que o período foi bastante conturbado e repleto de incertezas. "Em um primeiro momento o espanto maior foi por não saber como as coisas seriam, não dava para imaginar a proporção que isso tomaria nas nossas vidas. Ao longo do ano foi ainda mais difícil e desesperador passar por essa pandemia por perceber o descaso, principalmente do governo, frente a essa situação", declara.
Esse seria o último ano do curso. Devido à pandemia, a UFG suspendeu as aulas em março. Elas retornaram de forma on-line em agosto, conforme o G1. Todas as atividades da estudante, como o estágio obrigatório, ocorreram de forma remota. Uma das grandes diferenças observadas na rotina, já que costumava sair de casa cedo e só voltar à noite.
"Outro impacto que eu percebi durante o período de isolamento foi acerca do convívio social e como ele tem um papel importante no processo de saúde mental. Passar meses em casa, sem uma perspectiva de melhora da situação acredito que tenha sido a parte mais difícil. Ainda que ficar em casa seja um privilégio para muitos em relação a quem não tinha essa opção".
Quando perguntada sobre o que aguarda para o ano que vem a estudante foi enfática. "Espero que no ano de 2021 a gente consiga superar essa pandemia da melhor forma possível, e não só a pandemia mas superar também todas as consequências decorrentes desse vírus".
'Que nós possamos nos abraçar'
A professora aposentada Tertuliana Maria Ferreira, 63, indica que o ano de 2020 foi muito difícil por causa da pandemia. "Eu, como muitas outras pessoas, fiquei praticamente presa em casa. Presa e com medo do vírus", reforça. Segue evitando sair de casa. Também não recebe parentes ou amigos durante o período de isolamento.
Tertuliana acredita que 2020 serviu para mostrar o valor das pequenas coisas. "O valor do abraço, o valor de poder sair, sentar na porta, conversar com amigos sem ter medo, ir a um restaurante, de se juntar. Porque nós necessitamos estar juntos um do outro, nos abraçarmos, de frequentar o mesmo lugar, festejar"
Ela deseja que 2021 traga esperança e a força de poder abraçar e estar com os familiares presencialmente. "Espero que 2021 venha com muita saúde, muita paz, muita liberdade. Que nós possamos nos abraçar, conversar sem medo de que aconteça alguma coisa - medo que seja contaminada ou que contamine alguém -, que seja um ano de muitos abraços, de muita esperança, de muita luz, de muita alegria".