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Já pensou em utilizar as cartas ou a posição das estrelas como mecanismos de autoconhecimento? Ou então praticar a espiritualidade realizando rituais mágicos e em contato com elfos e fadas? Muito mais que dar aquela conferida no horóscopo, o universo místico traz diversas abordagens de viver a espiritualidade e tem um público crescente em Goiânia. Capital recebe até feiras e eventos dedicados ao segmento.
O designer gráfico e guarda costas, Bowelorys S é uma das pessoas que vivem diariamente o misticismo e, mais: tem trabalhado para unir e ajudar o seguimento. Como sacerdote da religião Wicca, tem como missão alguns pontos semelhantes com outras religiões, como cuidar espiritualmente das pessoas e passar bons hábitos. Mas outros, se diferem completamente.
“O que aos olhos de Hollywood é sobrenatural, aos nossos é natural. Fazemos, por exemplo, rituais para as pessoas ficarem mais bonitas ou ganharem mais dinheiro. Tem também trabalhos com espíritos humanos ou elementais da natureza como elfos, fadas e salamandras”, detalha ele.
De acordo com Bowelorys, a Wicca não apoia e nem se utiliza de sacrifícios e não está relacionada ao Satanismo. A sua crença é voltada ao culto da Deusa Tríplice (representada pelas fases da Lua) e do Deus Cornudo (representado pelo Sol). Além disso, prega a comunhão com a natureza, com a vida e consigo mesmo.
Para eles, há, por exemplo, locais místicos em Goiânia, como o Centro Cultural Oscar Niemeyer, o Monumento das Três Raças ou o Morro do Além, que, de acordo com ele, possuem muita energia. O Bosque dos Buritis, sobretudo o Monumento à Paz Mundial, de Siron Franco, que tem terra de diversos países, é um lugar poderoso.
E é perto desse local que é realizado um evento que pretende fortalecer o universo dos Wicca e místicos em geral: a Feira de Arte e Paganismo Pequi Místico (FAEP). O evento, realizado pelos Wicca, reúne artesanato, terapias, contos de histórias e mitos, palestras, cursos, leitura de tarô e runas, entre outros.
“Vimos que pessoas dentro do cenário sempre perguntavam nas nossas redes sociais onde encontravam itens e instrumentos mágicos, assim tivemos a ideia da FAEO”, diz ele acrescentando que a feira acontece há cada dois meses, mas atualmente está interrompida, devido à pandemia, e a intenção retornar ano que vem.
Autoconhecimento
É também pensando em ajudar o próximo, que a terapeuta holística e cantora Alba Franco tem se dedicado com afinco ao universo místico e holístico. Vinda de uma família kardecista, ela não acreditava em oráculos, porém a espiritualidade acabou a levando para as cartas de tarô.
“Quando vi que o psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung, sendo um grande pesquisador da psique humana, amava o tarô, eu também mudei meus conceitos e comecei a estudar”, revela.
Contudo, ressalta que o tarô, para ela, é uma forma de autoconhecimento e nem cogita usá-lo como ferramenta para revelar o futuro. “Não existe nada determinado no nosso caminho. O futuro é feito de escolhas. Se você se modifica, vai encontrar algo melhor. Se você insiste em questões que fazem mal, lá na frente vai encontrar um caminho não muito positivo”, explica.
Apesar de não fazer adivinhações, Alba conta que é possível identificar através das cartas, o que pode bloquear o caminho do “consulente”. “Pode ser uma energia, um ataque espiritual, sentimentos e pensamentos negativos, etc”. Ela acrescenta ainda que uma egrégora espiritual trabalha com ela. “No momento em que estou fazendo a leitura, a pessoa vai sendo trabalhada”, esclarece ela, que atende on-line, mesmo antes da pandemia.
Outra terapia que Alba trabalha chama-se terapia multidimensional. De acordo com a terapeuta, essa técnica, que foi canalizada por Hélène Abiassi, a pessoa manda questões que quer trabalhar e recebe terapia enquanto está dormindo.
“Essa terapia afasta obsessores, quebra acordos e contratos do passado, retira implantes, chips, ajuda no campo emocional e nas memórias traumáticas, desfaz de magias, entre outras coisas”, explica a terapeuta acrescentando que a técnica é válida para pessoas encarnadas, espíritos desencarnados, animais e comércios.
Transição planetária
Com 49 anos de idade, 39 deles dedicados aos estudos (nessa encarnação) sobre espiritualidade, Alba percebe que o interesse pelo mundo místico anda cada dia maior. E isso, ela atribui ao momento de turbulência e dores que passa atualmente a humanidade.
Todo sofrimento, ela explica que está acontecendo porque a terra passa pelo que chama de transição planetária. “Estávamos nas trevas, mas nosso Pai Maior disse: é hora de evoluir. E está entrando muita luz no planeta e os egos de cada um estão gritando, porque o ego não quer evoluir. Mas somos luz, temos essência divina que quer avançar”, argumenta.
De acordo com Alba, a pandemia veio para ver se as pessoas abrandam o ego e aceitem a luz, a expansão e a evolução. “Estou trabalhando muito. Essa é a minha missão, ajudar e ser ajudada também nessa evolução”, diz.
