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Berço cultural do estado, a cidade de Goiás, após dois anos de hiato, pode começar a retomar seus eventos tradicionais no mês que vem, de forma bem diferente, é verdade. Em abril há possibilidade de que ocorra as festividades tradicionais da Semana Santa e sua famosa procissão do Fogaréu, mas com adaptações. E, seguindo o exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, existe a possibilidade das escolas de samba locais desfilarem no feriado de Tiradentes, dia 21 de abril.
Essas são as intenções otimistas da prefeitura da cidade. No entanto, de acordo com a secretária de cultura do município, Raíssa Coutinho, ainda serão realizadas diversas reuniões para definir se a programação vai seguir em frente. “Existe a pré-agenda para essas datas. Mas, só vamos bater o martelo quando tivermos condições sanitárias para realizar os eventos de forma segura. Ainda vamos nos reunir com o Comitê de Enfrentamento e Combate à Covid-19, Igreja Católica e Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT)”, explica.
Ainda não é possível precisar quando sairá a decisão final. E as autoridades da cidade estão de olho ainda nos boletins epidemiológicos pós-carnaval. “Apesar de não termos realizado nenhum evento público, a cidade lotou e não sabemos a proporção do efeito rebote”, salienta a secretária.
No Boletim Epidemiológico desta quarta-feira (2) foram confirmados 23 casos e 70 pessoas estão se recuperando em domicílio. Vale lembrar, que dias após o réveillon movimentado, a cidade registrou 400 casos em uma semana. No entanto, a maioria dos casos não se agravaram. Atualmente as vagas destinadas à Covid no Hospital São Pedro D’Alcântara estão desocupadas.
Semana
Com diversas procissões antes e durante a Semana Santa, que começa no dia 10 abril, no (Domingo de Ramos), e segue até o dia 17 do mesmo mês (Domingo de Páscoa), a cidade de Goiás não vive seus ritos religiosos, que envolvem aglomeração, a exemplo da famosa Procissão do Fogaréu, há dois anos.
Porém, se depender da vontade da OVAT, todas as missas, expressões, manifestações e tradições religiosas e culturais do ciclo da Paixão à Ressurreição de Jesus Cristo vão acontecer esse ano. E para isso, o presidente da OVAT, Rodrigo Pássaro deve conversar com o bispo da cidade de Goiás, Dom Jeová Elias nesta sexta-feira (03).
Rodrigo Pássaro conta que a OVAT propõe realizar os eventos seguindo rigorosas medidas de segurança, como: uso de máscaras, exigência do cartão de vacina completo, teste COVID-19 com coleta de material 24h antes do início de cada uma das celebrações, assepsia com o uso de álcool, lugares marcados e reservados nos espaços públicos e nas igrejas.
“Em eventos abertos, como a Descida da Cruz (na Praça do Chafariz) estamos pensando em ter lugares marcados e manter distância nas procissões de um metro e meio, além do uso das máscaras. Ponderamos ainda em fazer a Procissão do Fogaréu em local fechado, como no Quartel do XX, reservado à imprensa e a pesquisadores com credenciamento e uso de máscaras”, detalha.
Desfiles
Se tudo der certo, o carnaval será realizado na semana seguinte, no feriado de Tiradentes. Porém, a secretária de cultura afirma que a festa não será como nos outros anos. Sem grande programação, a ideia principal será realizar os desfiles das três escolas de samba da cidade: Associação Atlética União Goyana, Mocidade Independente do João Francisco e Associação Esporte Clube Leão de Ouro.
“Nós, inclusive, já fizemos grande parte do repasse da verba destinada às escolas de samba locais, R$25 mil para cada. Falta uma parcela de R$ 5 mil que vamos fazer 30 dias antes da data que realmente for acontecer, os desfiles”, explica a secretária.
“Eu defendo que ocorra o carnaval. Esses próximos 15 dias serão de importante observação. Inclusive, para ficar bem parecido com a festa e entrar no clima, estou articulando para trazer os Héróis de Botequim no sábado do feriado, dia 23 de abril”, diz o secretário de administração e finanças do município, Dorival Salomé.
