Podcast
Webstories
Facebook
Twitter
E-mail
Linkedin
Telegram
Atriz estadunidense Maika Monroe interpreta agente do FBI em produção - Foto: Divulgação
Na indústria cinematográfica, há certas famílias cujo amor pela sétima arte corre pelas veias de seus membros. Um dos maiores exemplos é a família Coppola, onde praticamente todos os membros trabalham em alguma área do cinema, seja a direção, a atuação ou a trilha sonora. Outro exemplo menos citado é a família Perkins. O pai, Anthony, ficou eternizado no papel de Norman Bates no clássico “Psicose”, de Hitchcock. A mãe, Berry, atuou em poucos longas antes de sofrer uma morte prematura aos 53 anos no atentado de 11/09/2001 ao World Trade Center. Os dois filhos, Osgood e Elvis, estão diretamente ligados ao aguardado “Longlegs: Vínculo Mortal”, um dos principais lançamentos desta quarta, 28, nos cinemas.
Uma mistura entre “O Silêncio dos Inocentes” e “Zodíaco”, “Longlegs” acompanha Lee Harker, uma agente do FBI que encontra conexões misteriosas entre o seu passado e o de um serial killer responsável pelo assassinato de várias famílias ao longo dos anos, que deixa cartas criptografadas nas cenas dos crimes. Maika Monroe (“Corrente do Mal”) interpreta Harker, enquanto um irreconhecível Nicolas Cage (que, inclusive, faz parte da família supracitada dos Coppola) dá vida ao bizarro personagem-título, que mescla Charles Manson com Michael Jackson.
“Longlegs” marca o quarto filme de Osgood Perkins na direção, após “A Enviada do Mal” em 2015, “O Último Capítulo”, original da Netflix lançado em 2016, e “Maria e João: O Conto das Bruxas” em 2020. Todos os seus três filmes tiveram reações mistas por parte da crítica, porém todas as opiniões tiveram um ponto positivo em comum: a capacidade de Perkins na construção de uma atmosfera que prenda o espectador. “Longlegs” encontra seu diretor sob um magistral controle deste aspecto, resultando em uma experiência aterrorizante e gradualmente sufocante. Já em 2025, o cineasta lançará seu quinto longa-metragem, “O Macaco”, baseado no conto homônimo de Stephen King.
Um detalhe interessante é que, com exceção de “Maria e João”, toda a filmografia de Osgood contou com o auxílio do irmão, Elvis, na composição da trilha sonora original. Um compositor de folk rock, Elvis Perkins lançou quatro álbuns de estúdio entre 2007 e 2020. Na trilha sonora de “Longlegs”, Elvis assume o pseudônimo Zilgi, usando instrumentos de corda, sussurros e vozes em coral para acentuar a atmosfera de suspense estabelecida pelo roteiro, escrito pelo seu irmão mais velho.
Marketing genial
Embora grande parte da antecipação por “Longlegs” se dê pela promessa de uma performance bizarra de Nicolas Cage, algo que certamente chamou muita atenção foi a maneira engenhosa que a Neon, distribuidora do longa nos EUA, escolheu para promovê-lo. Com um orçamento de menos de US$10 milhões, técnicas de guerrilha inspiradas no marketing viral de “A Bruxa de Blair”, de 1999, foram utilizadas, gerando o interesse e a curiosidade dos espectadores, que foram essenciais para que a campanha tivesse sucesso.
Primeiramente, uma série de quatro teasers foi divulgada no YouTube em janeiro, sem o título ou a sinopse de “Longlegs”, os quais somente vieram a público no mês seguinte. Depois, para atrair ainda mais o público, um trailer do filme foi exibido antes de todas as sessões de filmes de terror nos cinemas estadunidenses. Por último, na semana de lançamento nos EUA em julho, a Neon liberou um clipe mostrando a primeira vez que Maika Monroe viu Nicolas Cage caracterizado como Longlegs, ocultando o visual do ator e constatando que a frequência cardíaca da atriz subiu de 76 para 170 batimentos por minuto durante a cena.
Porém, a joia da coroa do marketing veio no dia 14 de junho, quando uma carta criptografada foi divulgada nas páginas do jornal Seattle Times, ecoando o caso da vida real do assassino do Zodíaco, ainda não resolvido. A carta, uma vez descriptografada, leva à um website ativo, TheBirthdayMurders.net, que relata as cenas dos crimes deixadas por Longlegs com detalhes, modelado como uma página típica dos anos 1990, ambientação do longa, e contando com o auxílio de fotos e arquivos de áudio para complementar a leitura. Você pode acessá-lo (em inglês) neste link: https://thebirthdaymurders.net/.
No Cinema com João Pedro - [email protected]
