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Alaíde Costa é ovacionada em show de bossa nova no Carnegie Hall

Batizada de "A Grande Noite - Bossa Nova", a apresentação de agora contou com Daniel Jobim e Seu Jorge como condutores

Companheiros de geração: Alaíde Costa segue a mão do músico Roberto Menescal - Foto: Leandro Justen/ Divulgação Companheiros de geração: Alaíde Costa segue a mão do músico Roberto Menescal - Foto: Leandro Justen/ Divulgação

Na noite deste domingo, 8 de outubro, ocorreu no Carnegie Hall, em Nova York, um espetáculo em comemoração aos 60 anos (61, na verdade) do concerto de bossa nova que apresentou o gênero brasileiro ao mundo em 1962.

Batizada de "A Grande Noite - Bossa Nova", a apresentação de agora contou com Daniel Jobim e Seu Jorge como condutores de um espetáculo que teve como convidados o músico Roberto Menescal, que também esteve no show de 1962, o compositor Carlinhos Brown, as cantoras brasileiras Alaíde Costa e Carol Biazin e cantora britânica Celeste.

Alaíde, a última participação a ser anunciada, uma semana antes do show, foi a única aplaudida de pé, segundo relatos de espectadores que estavam na casa de show em NY. Ela cantou as músicas "Sabe Você" e "Demais", essa última apenas acompanhada por Menescal ao violão.

A participação de Alaíde no show "A Grande Noite - Bossa Nova" foi vista como uma espécie de reparação histórica, já que ela, que sempre esteve perto da bossa nova desde sua criação, inclusive ao lado de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto, não foi convidada para se apresentar no show de 1962. Na ocasião, a excursão bossanovista foi organizada pelo Itamaraty e pelo empresário americano Sidney Frey.


		Alaíde Costa é ovacionada em show de bossa nova no Carnegie Hall
Apresentação de Alaíde foi vista como reparação histórica. Foto: Leandro Justen/ Divulgação


Alaíde aproveitou sua presença no palco para corrigir outra injustiça: citou o amigo Johnny Alf (1929-2010), outro esquecido da versão original do concerto, como um dos criadores do movimento. "É a pessoa que começou tudo isso (a bossa nova), eu acho. Mas, enfim...", disse, com seu jeito calmo, mas não menos contestador.

"Quero agradecê-lo muito", completou Alaíde, antes de ser aplaudida.

A afirmação de Alaíde se deve ao fato de que Alf foi o responsável, na década de 1950, em plena Era do Rádio e do predomínio dos sambas-canção e do bolero, introduzir na música brasileira um jeito moderno de tocar e de cantar, muito ligado ao jazz.

Se o marco inicial da bossa nova é considerado como o ano de 1958, com o lançamento do LP "Canção do Amor Demais", de Elizeth Cardoso, com letras de Tom Jobim Vinicius de Moraes e a participação de João Gilberto no violão, Alf já havia feito, dois anos antes, o samba "Rapaz de Bem", com uma concepção inédita para a época.

"A Grande Noite Bossa Nova" foi idealizada pelo cantor e compositor Max Viana e teve números musicais como "Dindi" e "A Felicidade", na voz de Seu Jorge; "Samba de Verão", cantada por Carol Biazin; "O Barquinho", com Roberto Menescal; "How Insensitive", na voz de Celeste; e Carlinhos Brown cantando o samba "Aos Pés da Santa Cruz", transformado em bossa por João Gilberto.

A apresentação foi registrada em áudio pela gravadora Universal que pretende lançar um álbum digital do show, a exemplo do que ocorreu com o concerto de 1962, lançado em LP e, posteriormente, em CD.


		Alaíde Costa é ovacionada em show de bossa nova no Carnegie Hall
Seu Jorge comandou atração ao lado de Daniel Jobim. Foto Leandro Justen

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