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“Assassinos da Lua das Flores” é a principal estreia desta quinta-feira, 19, nos cinemas

Baseado em fatos reais, o novo épico de Martin Scorsese estrela Leonardo DiCaprio e Robert De Niro nos papéis principais, prometendo marcar presença no Oscar

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Certos diretores frequentemente se acomodam em um padrão, quando o assunto é o escopo de seus filmes. Nos últimos 20 anos, o nova-iorquino Martin Scorsese, conhecido por clássicos como “Taxi Driver” e “Os Bons Companheiros”, vem investindo em trabalhos essencialmente grandiosos, com durações extensas, que facilmente se encaixam na categoria de “épicos”. Seu longa-metragem mais recente, “Assassinos da Lua das Flores”, a principal estreia nos cinemas desta quinta, 19, encontra seu lugar entre as obras mais contemporâneas do cineasta, estrelando Leonardo DiCaprio e Robert De Niro em uma história envolvente baseada em fatos reais, contada ao longo de 3 horas e 26 minutos, com apenas 3 minutos de diferença em relação ao filme mais longo de Scorsese, o original da Netflix “O Irlandês”, indicado a 10 Oscars em 2020.

Baseado no aclamado livro homônimo de não-ficção escrito pelo jornalista investigativo David Grann, “Assassinos da Lua das Flores” segue uma série de mortes misteriosas e brutais que ocorrem na nação indígena Osage, no estado do Oklahoma, nos EUA, durante a década de 1920, após a descoberta de fontes ricas em petróleo no território. Com a chegada do Texas Ranger Tom White (Jesse Plemons) no local, os agentes federais infiltrados descobrem uma conspiração sangrenta e elaborada que ameaça manchar a reputação de uma das pessoas mais queridas da comunidade: o fazendeiro William Hale (Robert De Niro), cujo sobrinho (Leonardo DiCaprio) é casado com uma das herdeiras mais ricas dos Osage (Lily Gladstone). O roteiro, co-escrito por Scorsese, tem uma grande diferença em relação ao material original: enquanto o livro concentra nas perspectivas de Hale, White e do próprio Grann, a adaptação escolhe mudar o foco para a comunidade indígena Osage, como um retrato atemporal das injustiças que as comunidades nativo-americanas ainda sofrem.


		“Assassinos da Lua das Flores” é a principal estreia desta quinta-feira, 19, nos cinemas
De longa data: Robert de Niro (à esquerda) e Leonardo DiCaprio (à direita) estrelam épico. Foto: Apple/ Divulgação

Após uma única exibição no prestigiado Festival de Cannes deste ano, onde o filme foi aplaudido por nove minutos, a nova obra de Scorsese foi aclamada pela imprensa, destacando o visual, o roteiro e as performances do trio principal de atores (DiCaprio, De Niro e Gladstone) como os melhores aspectos do longa. Uma distribuição da Paramount Pictures em parceria com a Apple TV+, “Assassinos da Lua das Flores” promete ser um dos principais concorrentes na vindoura cerimônia do Oscar 2024, abrindo as portas não somente para mais uma vitória para a Apple, cujo serviço de streaming se tornou o primeiro a vencer o Oscar de Melhor Filme (“No Ritmo do Coração”, de 2021), como também para uma possível segunda estatueta para o seu diretor, premiado pelo seu trabalho em “Os Infiltrados”, vencedor da categoria principal em 2007.

Parcerias

“Assassinos da Lua das Flores” reúne Scorsese com alguns de seus colaboradores mais frequentes. No lado dos atores, o filme marca a décima colaboração entre o diretor e Robert De Niro, que venceu o Oscar de Melhor Ator sob a tutela do cineasta por sua performance em “Touro Indomável”. Além disso, o longa é a sexta vez em que Leonardo DiCaprio trabalha com o diretor, após papéis aclamados em “O Aviador”, “O Lobo de Wall Street” e “Os Infiltrados”. As primeiras reações dos críticos destacam que ambos têm seus melhores desempenhos na carreira em suas performances como o enigmático fazendeiro William Hale e seu ingênuo sobrinho Ernest Burkhart, considerando-os como concorrentes fortes ao Oscar 2024 de Melhor Ator (para DiCaprio) e Melhor Ator Coadjuvante (para De Niro).


		“Assassinos da Lua das Flores” é a principal estreia desta quinta-feira, 19, nos cinemas
Scorsese no set: diretor contou com presença indígena. Foto: Apple/ Divulgação

Por trás das câmeras, o cineasta marca sua quarta parceria com o diretor de fotografia mexicano Rodrigo Prieto, responsável pelos visuais de “O Lobo de Wall Street”, “Silêncio” e “O Irlandês”, os dois últimos trabalhos sendo indicados ao Oscar. Thelma Schoonmaker, vencedora de 3 Oscars por seu desempenho na montagem dos filmes de Scorsese (“Touro Indomável”, “O Aviador” e “Os Infiltrados”), retoma sua colaboração de longa data, tendo montado todos os seus longa-metragens desde 1980. Em um tom mais melancólico, o filme conta com a última trilha sonora original de Robbie Robertson, ex-vocalista da The Band, que faleceu em agosto aos 80 anos, tendo contribuído onze vezes com Martin no departamento musical de suas obras. Além disso, a The Band serviu de inspiração para o primeiro documentário do diretor, “O Último Concerto de Rock”, lançado em 1978.

Já no lado dos colaboradores de primeira viagem, encontramos David Grann, autor do livro no qual o filme é baseado. Responsável por outros trabalhos que foram levados à tela, em filmes como “Z: A Cidade Perdida” (2017) e “O Velho e a Arma” (2018), Grann tem como seu livro mais recente, “The Wager”, ainda não publicado no Brasil. A obra conta a história real do Wager, um navio de batalha britânico que, em uma missão para atacar a Espanha, acabou naufragando no Chile, em 1741. Um ano depois, trinta marinheiros, que alegadamente faziam parte da tripulação, chegaram ao Rio de Janeiro em uma embarcação improvisada, sendo considerados heróis. Porém, após três homens desembarcarem no Chile em condições similares, levantam-se suspeitas de que os supostos “heróis” foram responsáveis por um motim, abandonando o capitão e outros membros no local do naufrágio.

Em julho de 2022, 10 meses antes de sua publicação nos EUA em abril deste ano, as produtoras de Scorsese e DiCaprio adquiriram os direitos de adaptação de “The Wager”, buscando reunir os mesmos colaboradores de “Assassinos da Lua das Flores”. Inclusive, o diretor confirmou que “The Wager” será seu próximo, e possivelmente, último projeto, levando em conta sua idade avançada de 80 anos e os longos processos de filmagem e pós-produção de seus filmes.

Assassinos da Lua das Flores

Diretor: Martin Scorsese

Gênero: épico

Duração: 3h26

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