A indústria de games é a mais demorada para conseguir seus intentos. E a demora tem um motivo: é caro e difícil criar jogos. São modelagens em 3D complexas, páginas e páginas de códigos e operacionalização dificultosa nas máquinas de produção. Há cinco anos viralizaram cenas de um game chinês - o jogo do 'macaco'. Falava-se com cautela sobre o suposto jogo. Era tudo muito incrível. Produzido na China, pode ser a porta de entrada definitiva do país dentre os maiores criadores de jogos.
Impressionaram as imagens realistas. E chamaram atenção a suposta jogabilidade, em que o protagonista administrava uma vara com as mãos.
Agora, anos depois, eis que é chegada a hora de "Black Myth: Wukong" entrar para valer no mercado.
Criado pela novata Game Science, indústria chinesa sem tradição em jogos, o game chega via Sony com potencial para ser jogo do ano - talvez menos, uma vez que até agora não se impõe neste sentido.
O DM não usufruiu o game final, mas apenas a demo divulgada em 2023. Mas o que se viu até agora o coloca com potencial para nota 8,5 a 9,5 nas avaliações gerais.
Criado na Unreal 4 e depois migrado para o Unreal 5 - motor de jogo que serve a qualquer humano disposto a criar videogames -, o Black Myth: Wukong é mais suave e menos difícil do que um souslike - jogos com chefes fortes e que faz o jogador voltar ao começo. Mas mais pesado que todos. Daí a necessidade de buscar saber se seu computador e sua placa de vídeo conseguem funcioná-lo - aliás as primeiras críticas apontam tais erros e bugs como desagradáveis.
O que é o game
Trata-se de um jogo de ação e RPG inspirado em um popular conto chinês, o "Jornada ao Oeste" (西遊記). O personagem Sun Wukong [ "Rei Macaco"] é a figura central na história original.
O player apresenta habilidades para se transformar em diferentes formas, manipular o clima e controlar o bastão mágico. Demônios, espíritos e entidades lendárias chinesas surgem a todo momento.
Wukong tem duas jornadas: dele próprio para crescer. E destes inimigos, que geram a jogabilidade. O título "Black Myth: Wukong" simboliza uma abordagem sombria da narrativa clássica. Por isso o "black" no título. É a crônica para a nova geração.
Como o game foi distribuído para parte da imprensa e jogadores antecipadamente, a empresa responsável, segundo alguns resenhistas, tem pedido para que se evitem nas discussões abordagens políticas, debates sobre o sistema político chinês ( afinal é uma ditadura) e polêmicas como "propaganda feminista". Se for verdade, eis um tiro no pé: nada mais livre do que se falar o que pensa na nova era.
BLACK MYTH: WUKONG
Preço: R$ 299
Game Science