Você pode até não acreditar, mas você já comeu um alimento ou algum derivado que tem por nome alimento dos deuses. Certeza de que se pergunta neste momento que alimento é esse? Para não deixar vocês curiosos, o mesmo deu origem ao chocolate, sim, isso mesmo é o Cacau.
No dia 26 de março é comemorado o dia do cacau e por esse motivo, vamos conhecer um pouco mais da origem desse fruto tão presente no nosso dia a dia.
A história do cacau começa em 1737 quando foi citado na enciclopédia botânica por Charles de L'ecluse com o nome científico de Thebroma cacao L. A palavra Theobroma significa alimento dos deuses e tem esse nome pelo fato do cacau ser considerado na crença mesoamericana um alimento de origem divina.
Se tornou popular na Europa no século XVII trazido pelos espanhóis. Já no Brasil, o cultivo começou em 1655 quando o vice-rei D. Vasco de Mascarenhas afirmou em carta enviada ao Grão Pará que a Bahia seria um lugar propício para o seu plantio, uma vez que o fruto se adapta a regiões tropicas de clima quente e úmido. No início do século XX, o cacau passou a ser o maior produto de exportação da Bahia.
De acordo com a nutricionista Cynthia Nery Ávila Segato, do Instituto Endogastro em Goiânia , "o cacau é muito rico em diversos bioativos, onde se destacam os polifenóides e os alcalóides, incluindo à teobromina, feniletilamina e cafeína. Adicionar o cacau puro na dieta , além de aumentar significativamente o sistema de defesa antioxidante do nosso corpo, diminui o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e proporciona um sensação de prazer e bem-estar através do estímulo da produção de endorfinas e dos neurotransmissores serotonina e dopamina. Pesquisadores descobriram que os probióticos digerem os polifenóis do cacau, fermentando-os em compostos anti-inflamatórios que atuam diretamente nos músculos do coração". Diz.
As árvores do cacaueiro são de médio porte entre 4 e 8 metros. A origem do fruto é nativo da América Central (México) e Zona Norte da América do Sul. O cacaueiro apresenta um tipo de floração e frutificação através da cauliflora, ou seja as flores e frutos nascem no tronco principal e se distribuem para os ramos que estão próximos. Após a colheita, os frutos passam por um processo de oxidação e fermentação para desenvolver o sabor característico do cacau. Posteriormente o fruto será seco e processado industrialmente para consumo.
Existe toda uma seleção das sementes para que o fruto possa se transformar em chocolate. Depois de secas, as sementes passam por um critério de avaliação e qualidade para serem vendidas e posteriormente, ensacadas e enviadas aos fabricantes de chocolate.
Geralmente, os fabricantes guardam segredos sobre a fórmula de seus produtos. Antes de serem transformados em chocolates, os fabricantes analisam as particularidades, retiram as impurezas das sementes, e posteriormente passam por um método de limpeza.
Durante o processo de limpeza, as máquinas separam as cascas das sementes trituradas que serão moídas e aquecidas e irão adquirir uma textura líquida proveniente dos 53% da sua composição de manteiga de cacau, que se tornará o licor de cacau.
A partir do licor, pode-se transformar o cacau em pó. Já para o chocolate ao leite, o licor passará por um processo chamado "conching" que diminui um pouco a acidez do chocolate que passará a ter uma espessura mais leve que facilmente derreterá na boca. Durante o processo de conching, o licor de cacau e os demais ingredientes(açúcar e leite, isso para chocolates ao leite) são misturados até chegar no ponto desejado esperado pelo fabricante. Para chegar no ponto desejado, é um processo que pode demorar horas ou dias. Finalizado todo esse processo, ele será temperado, moldado em formas, embalado e ficará disponível nas prateleiras para venda.
O cacau já foi cenário de algumas obras literárias como Cacau(1933),Terras do sem fim(1943),São Jorge do Ilhéus(1944) e Gabriela Cravo e Canela(1958). Todas as obras pertencentes ao escritor Jorge Amado.