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Curta-metragem de animação que resgata época dos bandeirantes será lançado em Goiânia

Produção de Balada para Raposo Tenório foi totalmente manual, sem uso de inteligência artificial, e remota, devido à pandemia do coronavírus

Imagem ilustrativa da imagem Curta-metragem de animação que resgata época dos bandeirantes será lançado em Goiânia

A 16ª edição do Dia Internacional da Animação de Goiânia vai poder ser comemorada pelo público da capital em grande estilo. Nesta sexta-feira (26/7), a partir das 19h, no Coletivo Centopeia, será lançado o curta-metragem de animação Balada para Raposo Tenório. A produção goiana, que flerta com os estilos western e fantástico, será exibida gratuitamente e contará com debate com os realizadores do filme.

"Balada para Raposo Tenório" tem vários atrativos para encantar aos amantes da 7ª arte, a começar pelo roteiro, estruturado a partir de elementos dos gêneros suspense e drama. A história, inspirada em fatos reais, se passa no extinto arraial de Bom Jesus do Pontal, no século XIX, na Capitania de Goyaz, hoje Tocantins. O enredo acompanha Raposo Tenório, um bandeirante faiscador que sobrevive a um ataque dos nativos Xerentes e continua a busca pelo suposto ouro roubado e escondido por seu amigo falecido, Quixirixá.

“Conheci a história durante um breve tempo em que morei no Tocantins. É inspirado em um acontecimento verídico, em um antigo arraial fundado pelo bandeirante Antônio Sanches no Estado do Tocantins”, explica Samuel Peregrino, roteirista e diretor do curta. “A trama se passa próxima ao Ribeirão Matança, onde nativos da tribo Xerente organizaram um ataque surpresa aos garimpeiros que faziam a extração aluvional de ouro na região”, complementa Samuel, ao citar a “Alegoria da violência indígena na construção de identidade: O caso de Porto Nacional - TO”, do antropólogo Odair Giraldin.

A produção do curta foi da Animatriz Studio, sob a direção de animação de Rildo Farias. A dublagem ficou por conta dos atores Nival Correia, Tiago Rener e do jornalista e produtor cultural Carlos Brandão. A trilha sonora do filme foi composta por Arlam Júnior, compositor e produtor musical que trabalhou na trilha musical do longa-metragem Turma da Mônica Laços, dirigido pelo Daniel Rezende. A cantora Milla Tuli musicou e interpretou o poema “Nau Catrineta”, da obra Romanceiro de Almeida Garrett, que faz parte do filme.

Criação

O desenvolvimento de "Balada para Raposo Tenório" foi um verdadeiro desafio devido à pandemia do coronavírus, estendendo o processo para cinco anos. Produzido pela Animatriz Studio, estúdio de animação goiano, o curta é feito em 2D, de forma totalmente manual, sem usos de softwares de inteligência artificial.

O trabalho remoto permitiu a continuidade do projeto, possibilitando a interação e colaboração entre os 15 membros da equipe de diferentes localidades. “Esta abordagem inovadora não apenas garantiu a finalização do filme, mas também proporcionou uma valiosa experiência prática para os estudantes envolvidos”, destaca Samuel Peregrino.

O curta contou com o patrocínio do Fundo de Arte e Cultura (FAC) de Goiás e se deu inteiramente de forma remota, devido à pandemia do coronavírus, envolvendo a colaboração de estudantes da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG). O projeto cultural incluiu uma oficina de capacitação para os alunos selecionados, que foram devidamente remunerados por sua participação.

“O projeto é um breve recorte audiovisual da história de nosso passado nesta terra então desbravada e disputada por povos primitivos e por colonizadores portugueses”, finaliza o roteirista.

A trilha sonora do filme foi composta por Arlam Júnior, compositor e produtor musical que trabalhou na trilha musical do longa-metragem Turma da Mônica Laços, dirigido pelo Daniel Rezende.

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