A banda Detonautas excursiona há meses pelo Brasil com turnê “Elétrico”. Queridinho do público, acumula boa receptividade de Norte a Sul: plateias extasiadas, canções na ponta da língua, rock’n’roll total. Difícil, bem difícil, imaginarmos que algo atípico vai rolar aqui.
Então quando o sol se for, entre hoje e amanhã (previsão é que músicos toquem à 0h), o grupo carioca fechará programação na primeira noite do PiriBier. É evento cervejeiro conhecido no calendário goiano. Dessa vez, o palco está erguido no ginásio Goiânia Arena.
Na próxima semana, a banda se juntará ao Capital Inicial, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino, Toni Garrido para espetáculo realizado em pleno Palco Mundo. Sim, Tico Santa Cruz, Renato Rocha, Fábio Brasil e Philippe Macca mandarão ver sonzeira no Rock in Rio.
Com duas décadas de carreira, sagram-se há bons anos genuínos representantes do rock brazuca. Já são sete álbuns de estúdio, três DVDs e uma antologia captada ao vivo no Rock in Rio de 2011. À época, os cariocas dividiram Palco Mundo com Guns e System Of A Down.
Hoje, sem precisar provar nada a ninguém, arrastam um bocado de gente aos shows. Em abril último, democráticos, deslocaram-se ao Itatiaia, região Norte de Goiânia, para apresentação simplesmente inesquecível. Os jovens, felizes, se desvairaram no rock.
A banda habita inconsciente coletivo de forma afetiva desde os anos 2000. É responsável por canções símbolos de uma geração, num dos últimos momentos relevantes do rock brasileiro — em matéria de discos vendidos. E, claro, bons sons embalam nossos sonhos e nossos amores, como uma gasolina dando combustão a um carro estacionado na rua.
Em duas décadas, Detonautas fez toda uma geração crescer cantando seus refrões ou tocando em guitarras distorcidas seus riffs barulhentos. Se pensar na saúde do rock nacional durante os anos 90, quando Planet Hemp, Nação Zumbi e Charlie Brown tentaram nadar contra a maré do axé, o grupo mostrou que power chords e bom texto eram atrativos.
Celebrando a própria música (ato importante), o grupo festejou trajetória construída ao longo desses anos com “Acústico 20 Anos”, último lançamento fonográfico. O trabalho conta com canções “O Dia que Não Terminou”, “Por Onde Você Anda?” e “Lógica”. Já o segundo EP trouxe as faixas “Só Uma Canção”, releitura do grupo Som da Rua, e “O Retorno de Saturno”, sucesso de 2008 da banda e excelente escolha para abrir o repertório.
Tico diz à reportagem que essas músicas nasceram no violão. “Se a música funcionar só violão e voz, você pode ter certeza que qualquer arranjo que entrar ali – claro que feito com bom-senso – vai emocionar as pessoas”, revela o artista ao Diário da Manhã.
Com mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Detonautas movimenta milhões de fãs em suas redes sociais. Entre maio de 2020 e junho de 2021, a banda lançou sétimo disco, “Álbum Laranja”, que teve com participações de Gabriel, O Pensador e Gigante no Mic.
O oitavo disco, "Esperança”, lançado em 2022, registra participação do ex-barão vermelho Roberto Frejat na música “Medo”, rockão stoniano feito a partir de poema assinado por Bráulio Bessa. Há ainda regravação da canção “Amanhã é 23”, sucesso do Kid Abelha.
25 anos
No sábado, à meia-noite, a banda Fresno subirá ao palco do PiriBier. O grupo comemora 25 anos de carreira rodando o Brasil em show que apresenta primeira parte do disco “Eu Nunca Fui Embora”, que chegou às plataformas de streaming neste ano. Há, inclusive, uma simbiose entre o emo dos anos 2000 e o pop pós-moderno da cantora Pabllo Vittar.
Lucas Silveira, vocalista e guitarrista do Fresno, diz que o novo projeto é uma celebração, afirmando não ter dúvidas de que esse é o disco e a turnê do grupo. “A gente faz música pra cantar com galera e poder viver isso juntos, mesmo depois de tantos anos, é incrível”, vibra.
“Eu Nunca Fui Embora” tenta se inspirar na estética dos anos 1970. Sobre a nova identidade visual, Silveira declara que o grupo sempre procurou algo nesse sentido, com cores chamativas. “Não é apenas um filtro de Photoshop”, conta o músico, que nos últimos anos publicou os discos “Sua Alegria Foi Cancelada” (2019) e “Vou Ter Que Me Virar” (2021).
Formada por Lucas Silveira (voz e guitarra), Vavo (guitarra) e Guerra (bateria), o Fresno tem lá seu público cativo. Agora, os músicos acreditam que produziram as melhores canções de toda a discografia da banda. Coisa pra vender ingresso? Difícil. É som que mexe com as pessoas. Ou, melhor, é som que conseguiu comunicar-se com jovens até aqui.
PIRIBIER
Goiânia Arena
BaladAPP
A partir de R$ 90
Sexta-feira
18h-20h30 Happy Hour
20h30 Supercombo
22h Versário
00h Detonautas
Sábado
18h-20h30 Happy Hour
20h Sótão
21h30 Clube Retrô
00h Fresno