Um novo espetáculo chega a Goiânia esta semana para refletir sobre o mundo artístico, principalmente durante o período mais forte da pandemia, quando os artistas precisaram rever conceitos e reinventar o modo de como se vê a arte.
O espetáculo chamado "No dorso instável de um tigre" surgiu a partir de um processo de seleção de novos integrantes para a Companhia de Teatro Sala 3. O diretor-egeral, Altair de Souza, afirma que a companhia completou 15 anos e encaminharam um projeto para que ele tratasse de apresentações, intercâmbios , além da formação de um núcleo de novos atores que quisessem produzir.
"E foi com esse projeto que a gente abriu o teste de elenco para a formação desses novos grupos, e com um grupo de 10 integrantes montamos o espetáculo e eles ficaram dois anos participando de oficinas, chamamos três nomes da arte teatral, como Bruno Bacelar, Rodrigo Portela e Cláudio Dias para oferecer alguns intensivos de oficinas com os atores, eassim foi construído o processo de dramaturgia do teatro", afirma.
Altair afirma que não havia um tema proposto para a obra, e foi por meio das ideias que vão e vêm na cabeça dos artistas, que surgiu a ideia de tratar sobre o "fazer teatral".
"Antes da pandemia discutíamos outros caminhos, outras propostas e agora com essa nova versão, há um outro olhar sobre a arte, que trata sobre as inquietações do fazer teatral", diz.
A peça tem como referência a obra literária de Fernanda Torres, intitulada "No dorso instável do tigre", no qual são tratados inquietações, dúvidas, medos e realizações
. "A gente colocou entro dessa proposta as questões da importância do convívio e do tecnovívio, das milhões de questões que a gente teve que se reutilizar e transformar os novos olhares para a arte neste momento pandêmico", reflete.
Antes mesmo ds pandemia, já era possível acompanhar peças por meio virtual, entretanto, o teatro precisou se redescobrir em vários caminhos, inclusive de entendimento das partes técnicas, e foi nessa parte que o ator viu que precisava ter conhecimento sobre os aplicativos.
"A arte passou por um momento de desconstrução e muitos de nós tínhamos técnicos de luz, som, filmagem, fotografia e eles serviam de apoio para o artista. Então todos tiveram que aprender e entender a questão do quanto efêmera a arte é num lugar". Altair de Souza
Segundo Altair, os artistas precisaram estudar seus lugares e reconstruir novos lugares de fala e isso gerou muitas frustrações, medos. Eu senti que muitos artistas desistiram e repensaram o quanto frágil é estar refém de projetos, principalmente quando todos os eventos foram cancelados, com isso, muitos artistas passaram fome.
O TIGRE na peça
De acordo com o diretor-geral, o tigre é pensado de várias formas no espetáculo. "O espetáculo tem um itinerário, então você passa por salas, e cada sala tem um elemento que remete ao tigre. Então a gente tem um grande tigre feito de areia no chão, feito com uma delicadeza como se fosse quase que esculpido porque a Fernanda Torres fala no livro dela que existe na cidade grande dela existe um dorso" diz.
Este lugar de discussão, segundo o diretor, está sendo potente para os atores que estão nesse lugar de reavaliação o que estavam fazendo. E o mais importante: não deixar passar os lugares que fizeram, passaram e estão passando.
O que o público pode esperar da peça?
Para um artista, nada melhor do que passar suas inquietações ao público, portanto Altair foi certeiro só dizer que o público pode esperar muitas dúvidas, muita crítica social e identificação.
SINOPSE
No dorso instável de um tigre retrata de diferentes formas algumas das questões mais pulsantes do fazer artístico teatral. Nesse sentido, o espetáculo traz à tona uma série de inquietações que surgiram e, possivelmente, surgem em diversos grupos que se propõem a trabalhar com teatro. A relação entre criar arte e inovar nesse meio, os desejos, sentidos e rituais do artista, as diversas referências textuais e estéticas com as quais se deparam, o medo do palco, as dicotomias entre o convívio e o tecnovívio no teatro, entre outros, são temáticas de um mesmo universo retrato no espetáculo por meio de cenas teatrais e performáticas que se ligam por esse elo de inquietações e desejos que todo artista vivencia.
SERVIÇO
Datas e horários:
15 de dezembro – 19h
16 de dezembro – 19h
17 de dezembro – 15 e 19h
18 de dezembro – 19h
19 de dezembro – 19h
20 de dezembro – 19h
21 de dezembro – 19h
Local: Vila Cultural Cora Coralina
Endereço: Rua 3, s/n, Setor Central, Goiânia, GO
Duração do espetáculo: 110 minutos
ENTRADA FRANCA
(Espetáculo recebe apenas 40 espectadores por sessão)
**O convite/ingresso deverá ser obtido pela plataforma do sympla.
***A confirmação de ingresso chegara via e-mail. O portador do ingresso deverá estar com algum documento pessoal para confirmar sua autenticação.
Gênero: Teatro Contemporâneo
Classificação: 14 anos