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Artes Cênicas

Festival internacional movimenta interior goiano com teatro de qualidade

MIT Catalão reedita evento com finalidade de renovar potência cênica da cidade. Diretor afirma que ideia é fazer com que a agenda teatral seja permanente

Gregório Duvivier participa de festival com espetáculo ‘Sísifo’ - Foto: Annelize Tozzeto/ Divulgação Gregório Duvivier participa de festival com espetáculo ‘Sísifo’ - Foto: Annelize Tozzeto/ Divulgação

Catalão, a 262 km de Goiânia, recebe a partir desta sexta-feira, 7, a segunda edição da Mostra Internacional de Teatro de Catação (MIT). São previstos 20 espetáculos gratuitos com artistas que se consagraram nas artes cênicas brasileiras, caso de Gregório Duvivier, Denise Fraga, o ator português Romeu Costa e grupos premiados como Galpão, Magiluth e Carmin.

O início ocorre na sexta com o grupo recifense Magiluth. Os artistas montarão o espetáculo “Dinamarca”, uma espécie de ensaio crítico que parte de “Hamlet” – clássico escrito por William Shakespeare – para problematizar bolhas sociais destoantes da realidade.

Junho terá ainda outras comédias. Comédias críticas, na verdade. No dia 13, por exemplo, o grupo Carmin de Teatro, de Natal, apresenta “A Invenção do Nordeste”, peça que roda o País desde 2017 e debate a questão da identidade cultural e a idealização do nordestino.

No dia seguinte, é a vez de Gregório trazer seu monólogo “Sísifo”. Inspirado no mito grego, aborda as relações atuais entre as pessoas, cada vez mais distantes umas das outras em razão da hiperconectividade e mais dependentes de memes e “gifs”. Um dia antes, o ator e humorista vai fazer um bate-papo com o público para dialogar sobre o teatro e outros temas.

Evandro Costa, diretor do MIT, afirma que evento quer recuperar legado da cidade nas artes cênicas. Catalão já projetou nomes reconhecidos nos palcos brasileiros, caso dos diretores Marcos Fayad e Jorge Farjalla e dos atores Dionísio Bombinha, Marlly Neto e Mirtes Mesquita. Todos eles têm carreira consolidada fora dos limites estaduais.

Chamado de “Atenas de Goiás” no passado, o município do sudeste goiano se preocupa com a formação de artistas. Não à toa, diz Evandro, foram selecionados espetáculos que vão renovar a adesão do público que esteve na primeira edição e que gostou do projeto.

Função pedagógica

“Queremos também alcançar centenas de pessoas que ainda não conhecem o teatro de qualidade produzido no Brasil e no exterior, agora disponível em Catalão por meio da Mostra”, afirma. As peças, inclusive, conquistaram sucesso entre o público e, principalmente, triunfou entre a crítica – nem sempre, como se sabe, muito simpática.

Dentre as apresentações internacionais, os goianos podem acompanhar o ator português Romeu Costa, a argentina Julia Sigliano – com seu premiado teatro de bonecos – e o português Marco Mendonça. Mas também haverá espaço para os conterrâneos. “Esboço”, protagonizado pelo ator e pesquisador catalano Rafael Costa, será montado em outubro.

Segundo Evandro, a expectativa deste ano é superar o público de mais de 3 mil pessoas que assistiram aos espetáculos da MIT Catalão em 2023. Por apresentar uma pluralidade de temáticas e diferentes teatralidades, com artistas de diversas partes do Brasil e de fora, a mostra atrai interessados das cidades próximas a Catalão, Goiânia e do Triângulo Mineiro.

A edição de 2024 da MIT Catalão foi pensada para ser de forma intercalada ao longo de seis meses para permitir uma adesão maior de diversos públicos, democratizando o acesso ao teatro e inseri-lo no cotidiano da população local. Em 2023, essa ideia já estava presente e a MIT durou três meses, sendo um sucesso de público e de crítica.

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