‘Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa’ prova que jornada do herói mexe com o público
Marcus Vinícius Beck
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 17:14 | Atualizado há 3 meses
Foi
grande a espera.
Resultado?
A pré-venda dos ingressos derrubou sites e, conforme apontou o Ingresso.com,
superou o blockbuster “Vingadores: Últimato” (2019), o último sucesso da
Marvel. No México, numa tarde igual a todas as outras em um shopping, dois
homens saíram na porrada porque um deles furou a fila para assistir
“Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa”, filme que chega agora aos cinemas goianos –
ele está em cartaz nos shoppings e no Cine Ritz, na Rua 8, no Centro, em
sessões legendadas e dubladas.
Depois
de a pandemia fazer emperrar as engrenagens da indústria cinematográfica e
adiar um importante lançamento planetário, eis que “Sem Volta Pra Casa” está na
tela grande e munido de um orçamento estratosférico capaz de provar que o
fiasco de “Homem-Aranha 3” não passou de um mal entendido. Boatos começaram a
circular numa velocidade assustadora, tão rápido como se deve ser nessa
sociedade em rede do século 21. O todo-poderoso da Marvel, Kevin Feige,
precisou entrar em cena.
Em
entrevista à revista norte-americana Empire, Kevin amenizou a situação: “Boatos
são divertidos, porque alguns são verdadeiros, e muitos não são”, afirmou ele.
“Queremos que as pessoas fiquem empolgadas pelo filme que têm, e não
desapontadas pelo filme que não têm”, sentenciou o manda-chuva, sem imaginar
que no Brasil o Papai Noel já chegou para fazer alegria dos fãs de uma das mais
lucrativas franquias.
Sim, vocês
já podem dar um suspiro aliviado, porque a terceira aventura solo do herói,
dirigida por Jon Watts e estrelada pelo ator Tom Holland, está em cartaz nas
melhores casas do ramo cinéfilo. Dizem até que se trata do melhor filme do
Homem-Aranha feito até hoje, com uma zorra multiversa, como são chamados os
universos paralelos criados pela Marvel, bela produção, roteiro, direção,
atuações, fotografia, efeitos especiais… Ao brincar com a física,por
exemplo,permite-se que o mesmo personagem exista de diferentes
maneiras, com rostos distintos uns dos outros.
Sem
muita firula, a trama se situa após o herói de araque, interpretado por Jake Gyllenhaal,
ter sua identidade revelada ao mundo, numa das cenas extras de “Homem Aranha:
Longe de Casa”, longa lançado em 2019. Desde então, a vida do protagonista virou
de ponta cabeça e sua namorada, vivia por Zendaya, bem como seu melhor amigo,
papel do ator Jacob Batalon, sofrem com a exposição. Nesse momento, o
adolescente do high school toma uma decisão e vai até o Doutor Estranho,
personagem de Benedict Cumberbatch, e lhe pede um feitiço um tanto difícil,
quase impossível.
Mas fica só no quase mesmo, e não passa muitos milímetros disso. Qual era o pedido, ora pois? Que o universo esquecesse de que Peter Parker é de fato o Homem Aranha.
Óbvio, o
feitiço vira contra o feiticeiro, mostrando múltiplos universos do Homem-Aranha
no qual está imerso esse Homem-Aranha de Tom Holland. Para os fãs da saga,
talvez seja o ponto mais alto do filme, com um passeio nostálgico pelas
produções mais antigas – é digno de arrancar palmas no escurinho do cinema e
outras tantas com os amigos sentados num bar após a exibição do filme. Duas
décadas depois, quem não ficaria emocionado de encontrar Molina e Dafoe juntos?
Tudo
isso, como é comum ao mundo do Homem-Aranha, recheado de ação, cenas cheias de
efeitos especiais e até mesmo algumas delas bem pensadas e com cargas dramáticas.
A película dura duas horas e meia e leva o espectador a ingressar numa espiral
de questionamentos a respeito da jornada do herói, como ele está divido entre a
natureza do bem e mal, de que forma suas escolhas e seu destino não estão
entrelaçados a ter de salvar a humanidade. Veja o caso dos violões da história,
papel designado a Sam Raimi e Marc Webb: eles trabalhavam como cientista, mas se
perderam na corrida pela sede de descobrir, o que esteve sempre entrelaçado aos
dois.
Sem medo
de errar, “Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa” é – desde que a pandemia mudou os
hábitos e costumes da humanidade, prendendo-a em seus cubículos – o filme que tem
mais potencial para levar milhares de fãs aos cinemas. Há uma procura estafante
por entretenimento, shows, baladas, curtição com amigos, conversas
despretensiosas; em suma, há uma demanda por tudo o que nos foi tirado. Daí os
ingressos estarem acabando rapidamente.
Ao
analisar o todo que compõe o filme, “Homem-Aranha: De Volta Pra Casa” é uma
obra coerente e não é muito sobrecarregado se comparado com “Capitão América”,
por exemplo. Aqui e ali, existem falhas, porém nada grave, do tipo que ameaça à
integridade narrativa. De fato, muito mais interessante do que todos os outros
filmes da saga. Aos fãs, um bom presente de final de ano. Melhor impossível.
Homem-Aranha:
Sem Volta Pra Casa
Diretor: Jon Watts
Gênero: Super-Heróis
Disponível nos cinemas de Goiânia