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Jão lota arena em início de “Superturnê”; Goiânia recebe show no mês de maio

Fã do romantismo consagrado por Cazuza, artista tem tudo para se tornar maior popstar brasileiro da década

Jão levou 90 mil pessoas para Allianz Parque, na cidade de São Paulo, em dois dias - Foto: Dri Spaca Jão levou 90 mil pessoas para Allianz Parque, na cidade de São Paulo, em dois dias - Foto: Dri Spaca

Estrela do pop brasileiro, o cantor paulista Jão, 29, deixou fãs enlouquecidos no último fim de semana durante início de sua “Superturnê”, no Allianz Parque, em São Paulo. Se somarmos o público reunido no sábado e domingo, o artista conseguiu a façanha de colocar no estádio do Palmeiras 90 mil pessoas. Poucos cantores brasileiros encheriam duas vezes a arena em 2023 fora dos expedientes como “turnê de despedida” ou “turnê de reunião”.

Geral ali estava despirocada. Com transmissão pelo Globoplay, o show passou por todas as fases da meteórica carreira. Havia estrutura gigantesca erguida pela 30e, a mesma empresa que esteve por trás dos shows realizados pelos Titãs na turnê “Encontro”, no ano passado. Jão teve noite de popstar e iniciou a “Superturnê” colocando 45 mil pessoas em cada dia, demonstrando que seu romantismo desvairado de fato mexe com os corações jovens.

É de se imaginar que a conexão estabelecida por João Vitor Romania Balbino com os fãs irá estender-se até o próximo dia 5 de maio, quando o cantor traz a turnê para o Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. Fã do romantismo consagrado pelo cantor Cazuza, Jão tem tudo para se transformar no maior artista pop brasileiro dos anos 2020: suas letras falam sobre vulnerabilidade, inquietações e mentiras sinceras. Quem não se identifica com isso?


		Jão lota arena em início de “Superturnê”; Goiânia recebe show no mês de maio
Poucos artistas encheriam estádio sem ser “turnê de despedida” ou “reunião”. Foto: Dri Spaca


Em “Me Lambe”, o eu-lírico se recorda de “discussões inacabadas/ filmes nossos proibidos/ tudo ficou na minha casa”. Na estrofe seguinte, com uma batida percussiva sensual e acordes melódicos tocados num violão de aço, diz que amor-próprio é bom, mas reconhece que a pessoa desejada é melhor ainda. “Então pode me lamber/ Me enrolar, me apertar/ Pode me acender/ Eu vou te fazer lembrar/ Que a gente não deu tão errado assim”, canta ele, com o sopro de um metal sendo ouvido ao fundo, na música gravada em “Super”.

Nascido em Américo Brasiliense (SP), hábil na flauta, bom no teclado e fluente no violão, Jão se mudou para São Paulo com objetivo de estudar Publicidade e Propaganda na USP. Não obteve o diploma, entretanto. Sim, ele queria seguir carreira musical e, nas redes sociais, viralizou com interpretações de músicas criadas por artistas como Adele e Marília Mendonça. Chegou a ter no Spotify todas as faixas de “Anti-Herói”, de 2019, dentre as mais tocadas na plataforma - hoje, para se ter uma ideia, ele tem 2,7 milhões de ouvintes por lá.

Tamanha admiração pela obra poética exagerada de Cazuza inspirou a verborragia sem firulas adotada em “Anti-Herói”. À época, cansado de esconder a intimidade, Jão arrancou com a música “Enquanto me Beija” lágrimas daqueles que se jogam aos pés do amado (a). “Teu olhar me diz/ eu até gosto de você/ mas só não faz feliz/ quem te adora assim até doer”, lamuria-se o artista, numa acentuação que lembra o piano de “Codinome Beija-Flor”.

Sabendo ser o jovem artista um pupilo de seu filho, Lucinha Araújo entregou textos inéditos de Cazuza ao cantor de “Me Lambe”, conforme divulgado pela imprensa, em 2022. Jão já a recebeu, inclusive, no palco durante o Rock in Rio de 2022, num show que homenageou o histórico concerto apresentado pelo Barão Vermelho, em 1985, cujo setlist foi encerrado com uma versão matadora de “Pro Dia Nascer Feliz”. Na sua homenagem, o paulista interpretou “O Tempo Não Para” e “Codinome Beija-Flor”, dois clássicos do poeta que está vivo.

"Superturnê"

Para sua “Superturnê”, Jão pensou em quatro atos: terra, ar, água e fogo. Isso representa seus álbuns “Lobos”, “Anti-Herói”, “Pirata” e “Super”. Em duas horas, interpretou 28 canções, ou seja, grande parte do repertório. Era possível assistir tudo por quatro telões enormes, com 30 metros de altura cada, num palco que atravessava o estádio quase de uma ponta a outra. Com a introdução de “Rádio”, ele iniciou seu maior ato artístico até aqui.

O cantor não escondeu a emoção. “Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Esse show é uma celebração de quem a gente é”, agradeceu. Afinal de contas, sua carreira se iniciou em 2016, foi impulsionada dois anos depois e elevada a outro patamar em 2021, quando estreou o show “Pirata”. Seu cancioneiro é autoral e demonstra por meio da música estados de uma alma demasiadamente humana.


		Jão lota arena em início de “Superturnê”; Goiânia recebe show no mês de maio
Amor livre: artista beija sócio ao fim do show. Foto: Dri Spaca


Com “Escorpião”, “A Rua” e “Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor”, o público se esgoelou na plateia. E, apesar de travado, Jão começou a se soltar quando as melodias grudentas de “Imaturo” e “Gameboy” foram executadas pela banda que acompanha o artista. O cantor foi içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em “Sinais”, foi puxado para cima. E lá no alto, do topo de um prédio projetado no enorme telão, cantou A” Última Noite”. Foi um ato de carga dramática e teatral, já visto no show “Pirata”, de 2022.

Hit da carreira, “Idiota” foi apresentado no terceiro ato, que também teve uma parte inédita da letra de “Locadora”. O show caminhou com “Pilantra”, parceria com Anitta, que foi a única música não presente em um álbum do cantor no repertório da tour. E, com “Me Lambe”, “Super” e “Alinhamento Milenar”, ele finalizou a estreia de“Superturnê”.

Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. No ano seguinte, “Super” foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town acabou elogiado pela performance no palco. (Com informações de João Abel/ Agência Estado)

Veja provável setlist do show em Goiânia:

1. Intro - Rádio

2. ⁠Escorpião

3. ⁠A Rua

4. ⁠Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor

5. ⁠Doce

6. ⁠Intro Terra

7. Imaturo

8. ⁠Gameboy

9. ⁠Rádio

10. ⁠Monstros

11. ⁠Vou Morrer Sozinho

12. ⁠Sinais

13. ⁠Intro Ar

14. A Última Noite

15. ⁠Nota de Voz (interlude)

16. Acontece

17. Julho

18. Intro Água

19. Santo

20. Idiota

21. Lábia

22. Locadora

23. EXTRA fãs escolhem (20/1: Triste Pra Sempre; 21/1: Barcelona)

24. Meninos e Meninas

25. Olhos Vermelhos

26. Intro Fogo

27. Eu Posso Ser Como Você

28. Se O Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?

29. Maria

30. São Paulo, 2015

31. Pilantra

32. Me Lambe

33. Super

34. Alinhamento Milenar

Jão em Goiânia

Quando: 04/05/2023

Horário: 21h

A partir de R$ 175,00

Ingressos pelo www.eventim.com.br/

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