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Jota Quest celebra carreira com público goiano no Goiânia Arena

Na contramão da maioria das bandas de rock, grupo continua fazendo sucesso. Vocalista afirma que seguem inspirados

Unidos: banda mineira comemora 25 anos na estrada e se mantém relevante - Foto: Divulgação Unidos: banda mineira comemora 25 anos na estrada e se mantém relevante - Foto: Divulgação

Banda inclinada ao pop, Jota Quest repassa neste sábado, 23, hits da carreira no Goiânia Arena, onde estaciona com a turnê “Jota 25 Arenas”. Já se passou um quarto de século desde que os mineiros despontaram no cenário brasileiro com o disco “J.Quest”. Havia nele uma sonoridade funkeada. Tocava-se um groove esperto no baixo. Escutava-se uns acordes à moda James Brown na guitarra. E, claro, as letras comunicavam alto astral.

Jota Quest apareceu no cenário brasileiro três anos após “Sla Radical Dance Disco Club”, com o nome anglófono Jay Quest, mas não demorou tanto assim para chegar ao batismo definitivo. Em 1998, com dois bons álbuns na bagagem, o grupo já tinha sido abrasileirado. Acumulou elogios dos críticos e do público pelo originalíssimo coquetel musical que misturava uma dose de acid rock, mais uma pitada de funk e um pouco de soul.


		Jota Quest celebra carreira com público goiano no Goiânia Arena
Banda gravou DVD no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Foto: Divulgação


Tim Maia se apaixonou por isso. O síndico ficou tão empolgado que, certa vez, sem compreender a pronúncia em língua inglesa do antigo nome, sugeriu que era preciso “dar uma abrasileirada” no batismo. “É ‘J. Quest’? Ah, Jota Quest é bem melhor do que J. Quest”, respondeu o chefão do soul brasileiro. De quebra, Tim ainda autorizou que Rogério Flausino e companhia gravassem a canção “Dance Enquanto é Tempo”, lançada pelo tijucano no álbum lançado em 1976 - depois de enlouquecer na seita religiosa Cultura Racional.

Como se sabe, aos 55 anos, Tim se foi. Não está mais entre nós desde 1998. Mas o Jota Quest, brasileiríssimo, continua aqui. Transcorreram-se 25 anos da formação, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ninguém põe em cheque o casamento artístico entre Rogério Flausino (vocal), Marco Túlio (guitarra), PJ (baixo), Márcio Buzelin (teclado) e Paulinho Fonseca (bateria). Eles se mantêm fiéis à essência musical, num caso raro de seguir com a mesma formação.

Rogério Flausino, vocalista, diz que quer celebrar a vida. “Tantas coisas aconteceram nessa nossa longa jornada, e a gente continua por aqui. Então, há muito o que comemorar. Esse nosso reencontro com a galera, depois da pandemia, está sendo transformador. É hora mesmo de a gente extravasar geral os sentimentos, matar as saudades, agradecer as conquistas, e retomar o olhar para o futuro com as baterias recarregadas”, afirma.

Juntos, ele e os amigos são fortes. Fonograficamente relevantes. No Spotify, principal plataforma para consumo de música, a banda soma mais de 2,5 milhões de ouvintes mensais, o que a coloca à frente de medalhões do BRock, caso de Barão Vermelho (1,9 mi) e Ira! (1,4 mi). Ao ouvir “De Volta do Novo”, disco lançado pela banda mineira no ano passado, passa a ser fácil entender por que Jota Quest ainda ocupa lugar cativo entre os fãs.

Ali, há o amor como remédio contra as dores do mundo. Nas nove faixas, a banda demonstra coesão: melodias bem executadas na guitarra, grooves dançantes no baixo, teclado situado no espaço entre as notas das seis cordas elétricas e o balanço grave das quatro cordas grossas. Herbert Vianna, herói dos Paralamas, participa da música “Fique Bem”, que exibe solo simples porém amarrado: Marco Túlio e Herbet são bons músicos.

Vocação pop

Já Nando Reis, compositor profícuo e dono de notável vocação para o pop, marca presença com uma canção inédita, “Só o Amor Liberta”. “Por isso eu vim aqui te pedir para repensar / Você aí e eu aqui é um desperdício é crueldade”, vocaliza Rogério Flausino, cuja banda gravara Nando há 20 anos. Contudo, o ápice do disco “De Volta do Novo - Volume 1” é “O Último Beijo”, cujo início cria atmosfera bonita por causa dos acordes menores tocados por Márcio Buzelin no piano. Posteriormente, num violão, Marco acompanha a voz de Flausino.

Pode-se dizer que, sim, é uma ótima canção pop. “Me dê um beijo/ Simplesmente um beijo/ A vida já cobra demais/ Me empresta o teu sorriso/ O seu perfume, o seu batom vermelho/ O som da tua voz/O que você me disse”, declama. “Liguei pra te dizer, que foi especial pra mim/ O teu sorriso é tudo que eu preciso/E eu quero mais/ Ficou guardado em mim/ Quando você foi embora/ O último beijo/ A última noite/A última hora.”

Esperamos, de coração, que esta festa esteja à altura de todo o nosso amor pela cidade e de toda a gratidão que temos por cada um de vocês que nos ajudou a chegar até aqui Rogério Flausino, vocalista

Qual é o segredo para continuar fazendo música e lotando espaços em Goiânia? Rogério Flausino afirma que a turnê “Jota 25 Arenas” é “a extensão de um sonho” do grupo. “Esperamos, de coração, que esta festa esteja à altura de todo o nosso amor pela cidade e de toda a gratidão que temos por cada um de vocês que nos ajudou a chegar até aqui”, afirma o artista, em comunicado, acrescentando que a banda está “em paz com o futuro”.

Era para os mineiros já terem se apresentado na capital goiana em dezembro último. À época, a assessoria da banda afirmou que Flausino seria submetido a procedimento simples de saúde. No show, propõem uma viagem “explosiva” pela trajetória musical deles, reativando memórias e emoções de fãs a partir de experiência audiovisual futurista. Hits como “Fácil”, “Dias Melhores” ou “Na Moral”, “Amor Maior” estão garantidos.

JOTA25 Arenas

Goiânia Arena

Dia 23 de março, sábado

A partir das 19h

De R$100 a R$260

Ingressos pelo site

alphatickets.com.br

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