“O senhor deseja uma água ou um champagne, seu Beck?”, me pergunta o funcionário assim que coloco os pés no edifício de 28 andares erguido em frente à Marginal Pinheiros, em São Paulo. Ao receber a resposta positiva sobre a preferência pela 2º bebida, ele esboça um sorriso gentil. Traz o espumante e, numa bandeja prateada, oferece um oshibori - pequenas toalhas brancas umedecidas de origem japonesa que expressam hospitalidade.
Envolvo-as em minhas mãos enquanto assino dois ou três papéis que agilizam o check-in no JW Marriott. Mas percebo que esqueci o livro responsável por me acompanhar durante voo Goiânia-São Paulo, que dura uma hora e quinze. Era “Pornopopéia”, romance escrito por Reinaldo Moraes. Fui imediatamente tranquilizado. “Vamos providenciar o livro do senhor, tudo bem, seu Beck?”, me asseguraram. Dito e feito: minutos depois, lá estava eu gargalhando de novo com as tiradas de Zeca, protagonista da obra extraviada por mim entre Congonhas e Marriott.
O JW Marriott valoriza princípios cordatos. Conforto é regra ali: cinco estrelas, cama king-size, quartos luxuosos, restaurante ítalo-brasileiro comandado pelo chef Icaro Rizzo e drinks sofisticados. Uma vez hospedado no Marriott, conclui-se que o empreendimento se mostra ideal para viajantes que se deslocam por razões laborais até uma das metrópoles mais movimentadas do mundo e, não raro, buscam sossego, tranquilidade e calmaria.
Na entrada, verá um amplo lobby com pisos de mármore. Fica o Bar Caju. Aos fundos, nota-se uma escada vermelha dourada que leva os visitantes ao centro de eventos. A tonalidade escura das madeiras se mistura à cor bege de estantes, cadeiras, mesas e abajures. Obras assinadas por Burle Marx decoram paredes na companhia de Antônio Malta. Ambos são reconhecidos como expoentes importantes da arte moderna brasileira.
Inaugurado em maio de 2022, o hotel luxuoso ocupa instalações que pertenciam ao grupo canadense Four Seasons. O endereço é bem situado: número 14.401, Avenida das Nações Unidas, na zona sul da capital paulista. Possui um complexo multiuso de 80 mil metros quadrados localizado na Chácara Santo Antônio. Está rodeado por torres corporativas, prédios residenciais e shoppings.
“A JW Marriott é conhecida por combinar hospedagem luxuosa com princípios da atenção plena que são hoje inerentes ao viajante, tanto a lazer quanto a negócios”, afirma Bruce Rohr, global brand leader da marca. A ideia do JW Marriott Hotel São Paulo segue, na verdade, premissa simples: ambiente moderno. Bom gosto é regra. Foca-se no bem-estar. Num simples café da manhã, por exemplo, ouve-se diálogos em inglês, espanhol, francês e mandarim. De terno e gravata, as pessoas do mundo corporativo fecham negócios no hotel.
Decoração contemporânea
Ao todo, o JW Marriott possui 258 quartos e suítes com decoração contemporânea, móveis feitos sob medida e opções de entretenimento de primeira linha. Dentre as atrações, está o já citado o Bar Caju, aberto para hóspedes e visitantes degustarem drinks preparados com ingredientes frescos. Indico três: Meu Caju (carro-chefe), Boulevardier (clássico) e Manhattan (outro bonachão da coquetelaria). Mais à frente, há o Neto, restaurante italiano em que a indicação do chefe nunca dá errado. A carta de vinho, aliás, é um passeio enólogo à parte.
Outras opções de lazer no hotel são o spa, que oferece tipos de terapias. O hotel dispõe ainda de piscina e academia de ginástica completa, esta equipada com os aparelhos mais modernos. Tanto que o time do Atlético Mineiro ficou concentrado no JW Marriot para disputar a volta das oitavas de final da Libertadores, em agosto, contra o Palmeiras. Isso sem contar as celebridades que se hospedam, que vão desde atores globais a cantores sertanejos.
Em termos visuais, o empreendimento nasce a partir de pesquisa extensa que envolve, além de arquitetura, paisagismo, artesanato e recursos naturais. O escritório de arquitetura americano HKS desenvolveu o design personalizado dos espaços de circulação, quartos e suítes. Já o paisagismo foi projetado pelo arquiteto Sérgio Santana, que deu prioridade a árvores da floresta Atlântica e flora do bioma natural para atrair pássaros e animais nativos.
Para a gerente geral do hotel, Rosana Okamoto, o Marriott paulistano se torna um oásis no coração da cidade. “A propriedade vai oferecer programas que promovam o cuidado com a mente, a nutrição do corpo e a revitalização da alma. Além disso, ela busca redefinir o conceito de luxo na metrópole oferecendo atendimento de nível mundial, cultura local autêntica e um merecido descanso da floresta de concreto ao redor”, afirma.
De fato, toques sutis proporcionam horas de relaxamento e reflexão, como numa instalação artística que representa um fluxo d’água — aliás, trata-se de referência ao rio Pinheiros. Espaços de circulação, quartos e suítes são decorados com uma seleção exclusiva de obras de arte de artistas brasileiros contemporâneos. As diárias custam a partir de R$1.600.
Veja opções de lazer na capital paulista
A poucos minutos do Marriott, na Avenida Europa, Jardim Europa, situa-se o Museu da Imagem e do Som (MIS). A mostra “BB King: Um Mundo Melhor em Algum Lugar” retrata as lutas do músico contra o racismo. Fotografias, objetos e músicas estão instalados no ambiente. Um guitarra Gibson, chamada pelo artista de Lucille, está em exibição numa das vitrines. O modelo foi batizado pela fabricante como uma homenagem ao rei do blues.
BB entrou num teatro em chamas para salvá-la e, mais tarde, soube que o fogo tinha começado após briga de marido e mulher. Podem ser conferidas pelo público partituras, registros de turnês, figurinos utilizados pelo guitarrista em shows e prêmios que o artista acumulou ao longo da carreira, findada em 2015, ano de sua morte, aos 89 anos. A exposição fica aberta à visitação de terça a sexta, das 10h às 19h, aos sábados, das 10h às 20h. Nos domingos e feriados, as visitas vão das 10h às 18h. Bom rolê para o 7 de setembro, não é?
Ainda no embalo do blues, compensa dar um pulo até a Avenida Paulista, no Conjunto Nacional, onde funciona no 2° andar a casa Blue Note. Franquia norte-americana, a primeira filial em solo brasileiro abriu na década passada, no Rio de Janeiro. O espaço segue os mesmos moldes dos outros Blue Note mundo afora: teto baixo, cores em tons azul, mesas próximas umas das outras. Costuma haver dois shows por noite. A reportagem visitou o lugar em abril e viu João Sabiá, músico carioca que endossa o samba-rock de Jorge Ben.
Quem estiver em São Paulo neste feriadão pode ainda reservar tempo para visitar o Museu de Arte Contemporânea da USP, instalado num complexo arquitetônico desenhado por Oscar Niemeyer como celebração aos 400 anos de São Paulo, em 1954. Além do acervo que reúne peças de Kandinsky, Marc Chagall e Max Ernst, há o restaurante Vista, que se guia por uma cozinha cosmopolita e saborosa. Você pode também apreciar arte urbana no Beco do Batman, localizado na Vila Madalena, bairro que lembra Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Outro destino é o Japan House, na Avenida Paulista. Lá, você confere que mergulham na cultura japonesa. Também tem restaurante. É possível fazer agendamento antecipado.
Repórter viajou a convite do grupo Marriott Bonvoy