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Festa popular

Mês de junho se aproxima e, com ele, as tradicionais festas juninas

Diário da Manhã conversa com grupos profissionais de quadrilha goianienses, que revelam seus preparativos para a festança

Imagem ilustrativa da imagem Mês de junho se aproxima e, com ele, as tradicionais festas juninas

Nada de calças remendadas, dentes pintados ou danças improvisadas. Os grupos de quadrilhas profissionais do Estado usam roupas estilizadas e até luxuosas, cheias de brilhos. Os babados e enfeites, claro, continuam. A dinâmica é parecida com a das escolas de samba, pois trabalham com temas específicos e os ensaiam por cerca de seis meses, com direito à presença de coreógrafo especializado em cultura popular e outros estilos.

Em outubro do ano passado, os grupos começaram as preparações para as competições que começam em junho, ou seja, oito meses depois. Uma das mais importantes é o Circuito de Festa Juninas, que vai acontecer em diversas localidades de Goiânia. O ganhador desta competição representa Goiás em competição nacional, que este ano será nos dias 8 e 9 de julho, em Canaã do Carajás, no Pará.

De acordo com o presidente da Federação das Quadrilhas Juninas do Estado de Goiás (Fequaju-GO), Thiago Oliveira, que é também policial militar, apesar das mudanças nos estilos profissionais da dança, uma coisa não muda: o amor do goiano por essa tradição. “Todo bairro tem a sua festa, com suas comidas típicas, quadrilhas e devoção aos santos juninos. Trata-se de uma festa tradicional forte não apenas em Goiás, como no País”, explica, durante entrevista ao Diário da Manhã.

No grupo de catequese no Setor Progresso, próximo a Campinas, 29 anos atrás, em uma aula de catequese, Thiago ajudou a criar ainda o grupo junino Renascer. Desde então, nunca mais se desligou desse universo. Com o grupo, ele já foi bi campeão goiano e conseguiu o título de melhor quadrilha do Centro-Oeste.

Neste ano, a Renascer vai dançar a magia dos contos de fadas. O tema deste ano é “O Feitiço da Inveja, o Amor e o Perdão na Festa de São João”.“Fala sobre a história da maçã envenenada nos contos de fadas, de princesas e vilãs. Não posso revelar mais detalhes”, despista. Com este tema, o grupo tem se preparado desde outubro passado.

“Temos figurinos estilizados e um coreógrafo especialista em cultura popular que mistura passos tradicionais da quadrilha, com diversos outros estilos de dança”, explica, ressaltando que os ensaios começaram há meses, acontecem aos finais de semana e duram quatro horas.

Casamento de verdade

Outro grupo que vem se preparando para competições e apresentações é a tradicional Associação Cultural Grupo Viva, que já computa 47 anos de história e é o mais antigo em atividade no estado. Ela também é bi-capeã goiana, entre vários outros títulos.

A ideia da associação surgiu com terço em homenagem a Santo Antônio, que acontecia na casa do senhor Sebastião Bernardino, em Campinas. “Tinha fogueira, comidas típicas, como pipoca, quentão, batata doce, amendoim torrado. Sentíamos que faltava alguma coisa, pois ficávamos procurando algo para animar a festa, para o pessoal não se dispersar”, lembra.

“Conseguimos reunir um grupo de pessoas e começamos a dançar alguns passos de quadrilha, exatamente no dia 13 de junho de 1975. Daí em diante o grupo não parou mais”, explica o diretor artístico do grupo, Marcos Vinicius Nunes das Neves.

Ele está no grupo há 18 anos, onde entrou por acaso. “Estavam precisando de mais pessoas para dançar, entrei para ajudar e acabei gostando”. A sua parceira de dança era Ferdinanda Monteiro, hoje é a presidente do grupo. O ritmo da quadrinha embalou o romance que se tornou casamento. “Estamos juntos também há 18 anos”.

Neste ano, o grupo trabalha com o tema “Recomeçar - Tradição é viver Passado, Presente e Futuro”, que aborda a importância do recomeço. “Não só recomeçar na dança, mas em tudo que fazemos. Nada é impossível quando queremos alcançar nossos objetivos. Iremos também retratar um pouco da história da Quadrilha nas Coreografias que o grupo já executou e mostrar que tudo pode ter um recomeço. Basta querer”.

15 grupos vão participar do Circuito de Quadrilhas

O evento vai começar no próximo dia 9 e seguirá até o dia 25 de junho. Será realizado em três etapas: até o dia 11 a festa acontecerá em Senador Canedo (no Novo Paço Municipal), dos dias 16 a 18, em Nerópolis (na Praça São Benedito) e dos dias 23 a 25 em Goiânia (na Praça do Trabalhador, no Setor Ferroviário)

O circuito tem sido bastante esperado, já que desde 2019 o evento não é realizado com toda animação e proximidade comuns nos eventos de quadrilhas. “Ano passado houve a retomada, mas aconteceu de forma tímida, com as pessoas ainda com receio da realização das festas juninas e eventos em geral”, explica o presidente da Fequajur, Thiago Oliveira.

Thiago conta que a pretensão é que a festa receba cerca de 4 a 5 mil pessoas em cada etapa. “Na programação terá ainda muita comida típica e concurso da rainha junina que vai acontecer junto com a das quadrilhas, antes tínhamos um evento apenas para a quadrilha e a ganhadora também é classificada para concurso nacional”, explica.

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