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"Meu coração é goiano", revela harpista Aline Araújo

Conheça história de superação através da música. Aline ganhou destaque após reportagem publicada no DM

Artista dos ‘anjos’: artista se destaca como primeira mulher instrumentista da Orquestra Sinfônica do Estado de Goiás - Foto: Santa Vica/ Divulgação Artista dos ‘anjos’: artista se destaca como primeira mulher instrumentista da Orquestra Sinfônica do Estado de Goiás - Foto: Santa Vica/ Divulgação

De raízes remotas, com grande porte, mas que traz consigo leveza e sons celestiais. A harpa é um instrumento único e é raro conhecer alguém que se dedique a ele na atualidade. Aliás, em Goiás há uma única harpista sinfônica. Seu nome é Aline Araújo, a primeira instrumentista mulher da Orquestra Sinfônica do Estado de Goiás em harpa sinfônica.

Aline é ainda a única representante do estado no XIX Rio Harp Festival, que começa nesta terça-feira, 23, e seguirá até a próxima quinta-feira, 25, no Rio de Janeiro. O evento receberá artistas que se dedicam ao instrumento de todo mundo e trará artistas de 20 países.

O encontro, que homenageará a África, terá instrumentistas que se apresentarão em vários tipos de harpas em sons que vão desde o barroco e clássicos aos modernos como jazz e rock. Os concertos vão acontecer em cartões postais do Rio, como Real Gabinete Português de Leitura, a Biblioteca Nacional, o CCBB, o Forte de Copacabana, o Corcovado, entre outros.

Esse evento representa muito e é de grande importância, pois este é o festival de harpa mais importante do mundo Aline Araújo, harpista

É a terceira vez que Aline se apresenta neste evento representando o Estado. Ela já performou no Rio Harp Festival em 2016 e 2017. Neste ano, irá tocar harpa paraguaia e harpa sinfônica, instrumento que produz uma sonoridade suave.

O repertório amplo que escolheu reúne músicas clássicas, raiz, canções gospel, além de ressaltar a obra de compositoras goianas, a exemplo de Angela Vieira, Elen Lara e composições próprias, bem como “Uma Harpa no Sertão”.

“Esse evento representa muito e é de grande importância, pois este é o festival de harpa mais importante do mundo. Ele tem harpistas do mundo todo. Não nasci em Goiás, mas meu coração é goiano e é muito bom representar um estado tão lindo e cheio de cultura, um povo que se ajuda e me ajudou chegar onde estou”, celebra.

As performances da musicista contarão com a participação da sua mãe, a cantora Sara Araújo, que é uma das precursoras da música gospel brasileira. Segundo a artista, exerceu ainda uma boa influência, não apenas para que sua carreira decolasse, como para que Aline Araújo recebesse amor e apoio familiar.


		"Meu coração é goiano", revela harpista Aline Araújo
Foto: Santa Vica/ Divulgação


Isso porque a harpista foi deixada em um orfanato quando era recém-nascida, em Montes Claros (MG). Sara Araújo, que vivia em Goiânia na época, estava na cidade para fazer um show, ouviu um anúncio em uma emissora de rádio da cidade e se comoveu com a história e adotou a artista com poucos dias de vida.

A influência musical de Sara Araújo, que chegou a dividir os palcos com Elis Regina no Clube do Guri, no Rio Grande do Sul, moldou o destino de Aline, que começou a cantar com três anos e hoje é formada em Piano Erudito pela UFG.

O encontro com a harpa aconteceu na adolescência, quando Aline viveu um dos momentos mais difíceis da vida. “Eu toco há 13 anos. A harpa foi uma resposta de Deus para minha vida, quando vi dois irmãos tocando no interior do estado. Ela iluminou esse momento difícil e digo isso com muita gratidão a Deus, que me deu esse presente que é o meu maior tesouro. Hoje levo a música para quem precisa e me apresento em hospitais”, recorda.

Viver da música é um dos desafios que Aline enfrenta, dia após dia, por tocar um instrumento raro e pouco apresentado na mídia. Para evoluir nos estudos, contou com ajuda de doações para comprar uma harpa profissional.

Reportagem

Porém, a harpista conta que a imprensa goiana abraçou o seu sonho e foi uma das primeiras apoiadoras de sua arte. Aline relembra que começou a ganhar visibilidade em uma matéria do Diário da Manhã, a primeira entrevista da carreira. “Hoje vejo, com ajuda do povo goiano, que as conquistas superaram os desafios de levar um instrumento raro e pouco visto na mídia para as pessoas”, conclui.

As raízes da harpa provavelmente estão relacionadas ao tanger da corda do arco do caçador. As ilustrações sobreviventes do uso da harpa na antiguidade remontam ao Oriente Médio e Egito por volta do ano 3000 a.C. Os instrumentos antigos eram pequenos e tinham poucas cordas, o que limitava a emissão de notas.

Hoje vejo, com ajuda do povo goiano, que as conquistas superaram os desafios de levar um instrumento raro e pouco visto na mídia para as pessoas Aline Araújo, harpista

Já no século 18, eram construídas em madeira e as cordas podiam ser feitas de uma variedade de materiais, como tripa, crina de cavalo, latão, bronze ou seda. As harpas foram se transformando com o passar do tempo tornando-se maiores, com mais cordas e ainda adquirindo pedais para aumentar ainda mais sua extensão (quantidade de notas).

A harpa moderna é um instrumento bastante complexo. Possui 47 cordas, sendo as 11 mais graves de metal e as demais de tripa, e conta com 7 pedais. Atualmente, a harpa também é um dos instrumentos que compõem a orquestra.

AGENDA DE ALINE ARAÚJO NO RIO DE JANEIRO

Terça-feira, 23

Centro Cultural

Justiça Federal, às 15hs.

Av. Rio Branco 241

Centro (Sala de Sessões)

Quarta-feira, 24

CCBB- sala 26- 4

Andar, às 12h30.

Quinta-feira, 25

Museu da Justiça

Às 12h30

Rua D. Manoel, Centro

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