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Novo álbum "Pedra de Paraúna", de Gennyson Ponce, é um tributo à música instrumental goiana e brasileira

Disco celebra a fusão de ritmos regionais com música moderna, trazendo uma sonoridade vibrante e inovadora para a cena instrumental

Gennyson Ponce Gennyson Ponce

O músico e compositor goiano Gennyson Ponce, conhecido por sua versatilidade e capacidade de dialogar com diferentes vertentes musicais, acaba de lançar seu mais recente trabalho autoral: “Pedra de Paraúna”. O álbum, que conta com oito faixas, é uma fusão criativa de ritmos folclóricos regionais com elementos da música moderna.

Produzido por Gennyson Ponce e co-produzido pelo guitarrista e compositor Toninho Horta, o trabalho vem carregado de referências e colaborações de alto nível, prometendo cativar tanto o público já familiarizado com a carreira de Ponce quanto novos ouvintes.

“Pedra de Paraúna” reflete o amadurecimento de Gennyson Ponce como artista e sua busca por uma sonoridade que celebre a cultura musical regional sem deixar de dialogar com o que há de mais moderno na música instrumental. Com a influência das paisagens sonoras do Cerrado e a riqueza dos ritmos populares brasileiros, o álbum une tradição e inovação, destacando elementos que remetem às danças, cantos e celebrações do interior de Goiás.


		Novo álbum "Pedra de Paraúna", de Gennyson Ponce, é um tributo à música instrumental goiana e brasileira
— Divulgação


"Esse disco é, para mim, uma forma de homenagear as raízes da nossa música sem perder a conexão com o presente. É um trabalho que fala tanto sobre o que me inspira na nossa cultura quanto sobre as possibilidades da música instrumental hoje", diz Ponce ao DM.

O músico ressalta também que o título do álbum faz referência a Paraúna, uma cidade de Goiás que ele considera uma das joias escondidas do estado, famosa por suas formações rochosas imponentes e suas paisagens naturais. "A pedra de Paraúna é um símbolo de força e resistência. O álbum carrega essa energia, de algo que é sólido, mas também acolhedor e inspirador", explica o compositor à reportagem.

A colaboração com Toninho Horta, um dos grandes nomes da música instrumental brasileira, foi um dos pontos altos da produção de “Pedra de Paraúna”. Horta, vencedor do Grammy 2023 na categoria Best Latin Jazz Album, trouxe sua expertise para o projeto, ajudando a lapidar as ideias musicais de Gennyson e ampliando o leque sonoro.

"A música do Gennyson é inventiva, alegre, bacana, correta, inspirada e muito musical", elogiou Toninho Horta, certa vez. Além de co-produzir o álbum em Belo Horizonte e reunir músicos de renome nacional e internacional para a gravação, Horta também assina uma das faixas, “Doce Lamento”, composta em parceria com Ponce.


		Novo álbum "Pedra de Paraúna", de Gennyson Ponce, é um tributo à música instrumental goiana e brasileira
— Divulgação

"Ter o Toninho envolvido neste projeto foi uma experiência incrível. Ele é um mestre, e a troca de ideias com ele foi fundamental para o resultado final do álbum", destaca Ponce. A faixa “Doce Lamento” é um dos destaques do álbum, misturando sutileza e complexidade em melodia que transita entre o jazz, a bossa nova e os ritmos brasileiros.

Composto por oito faixas, o álbum “Pedra de Paraúna” apresenta uma sonoridade distinta em cada uma delas, mas mantém a coesão ao explorar diferentes paisagens rítmicas e melódicas. Cada faixa oferece uma abordagem inovadora, refletindo a versatilidade de Gennyson Ponce como músico e produtor.

Quis trazer uma sonoridade que fizesse jus ao nome do álbum, com a força das pedras e a leveza do cerrado. Foi um processo de criação muito intenso, mas o resultado foi extremamente gratificante Gennyson Ponce

Entre as músicas, “Doce Lamento“ se destaca não apenas pela participação de Toninho Horta, mas também pela delicadeza da composição e pela forma como o arranjo conduz o ouvinte por diferentes camadas sonoras

Arranjos que adicionam uma camada vibrante a faixas como “Egbertiana” e “Acorda Mulek”. "Quis trazer uma sonoridade que fizesse jus ao nome do álbum, com a força das pedras e a leveza do cerrado. Foi um processo de criação muito intenso, mas o resultado foi extremamente gratificante", afirma Ponce.

O trabalho reflete a habilidade de Gennyson Ponce em transitar entre diferentes gêneros, desde o jazz até o rock instrumental, sem perder a identidade brasileira. "Gosto de pensar que a música é uma linguagem universal, e que é possível dialogar com diferentes culturas e tradições sem perder de vista nossas próprias raízes", comenta o músico.


		Novo álbum "Pedra de Paraúna", de Gennyson Ponce, é um tributo à música instrumental goiana e brasileira
— Divulgação


Esse diálogo entre o passado e o presente é evidente em faixas como “Ciranda", que evoca as tradicionais cirandas do interior, mas com uma abordagem contemporânea nos arranjos e na instrumentação. Outra faixa que explora essa mistura é “Oração Boa”, criando uma sonoridade que é ao mesmo tempo familiar e inovadora.

O músico revela que muitas das faixas foram compostas durante viagens ao interior de Goiás, onde ele buscou inspiração nas paisagens do cerrado. "A natureza tem uma influência muito forte no meu trabalho. O silêncio, os sons dos animais, o vento nas árvores... tudo isso acaba se transformando em música para mim", diz Ponce.

Essa ligação com o meio ambiente é evidente nas texturas e nos climas que permeiam o álbum. Faixas como "Procissão” captura essa sensação de imersão, com arranjos que evocam as tradições da cultura goiana e brasileira

O projeto foi contemplado pelo edital de fomento à Música do Fundo De Arte e Cultura do Estado de Goiás, “Pedra de Paraúna” portanto chega em um momento importante para a música instrumental brasileira, que vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento tanto no Brasil quanto no exterior. Gennyson Ponce acredita que o álbum pode contribuir para fortalecer essa cena, ao mesmo tempo em que oferece uma nova perspectiva sobre a fusão de ritmos regionais com a música moderna.

"Espero que esse trabalho inspire outros músicos a explorarem nossas tradições, mas sempre com um olhar voltado para o futuro. A música instrumental tem um potencial enorme de conectar pessoas e culturas, e eu quero continuar contribuindo para isso com a minha arte", conclui Ponce.

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