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Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro

Revolução arquitetônica em Goiânia desafia o legado da arte déco com formas sinuosas, marcando uma nova era de modernidade na capital

Parthenon Center, uma  ruptura audaciosa na arquitetura da capital Parthenon Center, uma ruptura audaciosa na arquitetura da capital

Quem circula pelo centro de Goiânia se depara com uma verdadeira selva de pedra. A cidade, distante dos estereótipos de atraso cultural e estagnação que muitos fora do Estado ainda insistem em associar a ela, revela um panorama dinâmico. Entre as amplas avenidas que cruzam o bairro central, edifícios com quase cinquenta anos de história testemunham a evolução de um município que se expandiu rapidamente e de forma desordenada.

Enquanto arte déco em Goiânia é conhecida por suas linhas geométricas e detalhes ornamentais, refletindo elegância e modernidade, o Parthenon Center, com quase 50 anos de existência, representa ruptura audaciosa. Seu design inovador desafia as normas do passado e simboliza uma nova era de modernidade e funcionalidade na arquitetura da cidade.

Inaugurado em 1976, o Parthenon Center é um dos edifícios mais emblemáticos e marcantes de Goiânia. Localizado no coração da capital, ocupa um quarteirão inteiro e destaca-se não apenas por sua imponência e design inovador, mas também por seu papel crucial na infraestrutura e na vida cultural da cidade.


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Erguido no local que antes abrigava o Mercado Central de Goiânia, o prédio simboliza a modernização do centro urbano. O projeto foi desenvolvido pelo renomado arquiteto Antônio Lúcio Ferrari Pinheiro, conhecido por sua influência na arquitetura mineira.

O Parthenon Center se ergue imponente com suas linhas retas, formas geométricas e uso proeminente de concreto aparente, refletindo o crescimento na década de 1970. Com uma estrutura que inclui garagem para 980 veículos, o edifício demonstra a ambição de criar um espaço multifuncional que atende às necessidades emergentes da cidade.


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Atualmente, o edifício exemplifica a divisão entre propriedades públicas e privadas. A parte pertencente ao Estado abriga funções culturais e educacionais, como a Escola de Artes Visuais, que oferece cursos gratuitos e passou por uma grande reforma, e várias galerias de arte administradas pela Secretaria de Estado de Cultura. Esses espaços são fundamentais para a vida cultural de Goiânia, promovendo exposições e eventos que celebram a arte.

Por outro lado, a parte municipal do edifício é dedicada a uso comercial e estacionamento. Os andares inferiores são ocupados por garagens e espaços de estacionamento, essenciais para a funcionalidade do centro urbano e a receita contínua do edifício.


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Uma característica notável do Parthenon Center é sua contribuição para a vida cultural da cidade, com a orquestra ensaiando no nono andar e uma galeria de arte que realiza exposições. Recentemente, a pintura externa do prédio, realizada pelo artista local Paulo Oliveira, trouxe uma nova estética ao edifício, refletindo a vibrante cena artística de Goiânia.

Com o passar dos anos, o prédio acumulou série de lendas urbanas, adicionando camada de mistério e fascínio ao edifício. Entre os funcionários da Secretaria de Cultura, é comum ouvir relatos sobre eventos trágicos e incidentes misteriosos que ocorreram no Parthenon Center.

Em uma conversa informal com o Diário da Manhã, um funcionário com mais de 30 anos de trabalho no prédio comenta com um tom de reverência e um toque de mistério. "Há muitos mitos associados ao Parthenon Center. Algumas dessas histórias são baseadas em eventos reais, mas muitas são apenas lendas urbanas que ganharam vida própria”, diz.


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Entre as lendas mais conhecidas está a de um manobrista que, durante uma brincadeira, acabou caindo da rampa de estacionamento e seu carro foi parar na rua. “Foi um acidente triste e marcante”, lembra o funcionário. Outro mistério que paira sobre o prédio é o de pessoas que, ao longo dos anos, pularam do edifício. “Há uma parte do edifício onde alguns funcionários evitam entrar por conta dessas histórias”, afirma.

As garagens e andares inferiores do prédio também são associadas a essas histórias sombrias. “As garagens do primeiro ao sétimo andar eram utilizadas principalmente para estacionamentos. Quem tem garagens compradas aqui ou usa o estacionamento rotativo no sétimo andar pode confirmar que o prédio tem suas peculiaridades”, destaca.Sobre a atual função do edifício, o funcionário salienta: “O nono andar é ocupado pela orquestra. A galeria de arte que temos aqui é uma das mais importantes e está sempre realizando exposições que atraem muito público. Recentemente, a Escola de Artes Visuais passou por uma grande reforma. Agora, ela oferece cursos gratuitos para todas as idades, desde crianças até adultos, e foi reinaugurada na semana passada.”


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Ele também comenta sobre a nova pintura do edifício, que trouxe um ar mais moderno e vibrante: “A pintura feita pelo Paulo Oliveira realmente revitalizou o prédio. Está maravilhosa e trouxe uma nova vida ao edifício.” E sobre a exposição atual na galeria, ele menciona: “A exposição sobre a favela está aberta até 6 de outubro. É coleção coletiva com artistas de várias partes do Brasil. A galeria também abre todos os dias da semana, e a entrada é gratuita. É ótima oportunidade para conhecer o trabalho dos artistas.”


		Pathernon Center registra um quarteirão de história no Centro
Inglid Martins

Além de suas funções culturais, comerciais e de estacionamento, o Parthenon Center possui várias características notáveis, como sua rampa circular, que fornece acesso inovador aos estacionamentos. O Centro Cultural Octo Marques, localizado no edifício, exemplifica a contínua evolução do espaço, adaptando-se às necessidades culturais de Goiânia e reforçando o papel do Parthenon Center como um ícone duradouro da história e arquitetura.

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