Projeto socioeducativo leva biblioteca itinerante, contação de histórias para feiras da capital
Rariana Pinheiro
Publicado em 1 de setembro de 2022 às 01:23 | Atualizado há 3 anos
Desde o 23 de agosto, o projeto “É Dia de Feira” tem passado por diversas feiras da periferia da Capital, com atrações socioeducativas e inclusivas. Entre as atividades, estão a disponibilização de um baú de livros, contações e encenações de histórias e oficina de música. Nesta quinta-feira (1º) e domingo (4), a partir das 9h, passará pelo Setor Centro Oeste e Jardim Guanabara, respectivamente.
A proposta da TEAR Produtos Culturais, que foi aprovada no edital do Fundo de Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura (Secult- Goiás), vai levar até domingo (4), a iniciativa a oito feiras. Com o projeto já passou pelo Parque das Laranjeiras, Parque Atheneu, Setor Vera Cruz I, Jardim Novo Mundo e Vila Mutirão.
A ideia é incentivar o universo da leitura e levar às periferias mais acesso a projetos culturais, já que a maioria dos eventos é realizada no Centro, ou ao seu redor. E, apesar de ter como focos as crianças, a produtora cultural do evento, Graziene Moreira, celebra que as atividades estão reunindo pessoas de todas as idades. “É um projeto para as crianças internas de cada um”, filosofa.
Cabeças Quadradas
No “É Dia de Feira”, a kombi do projeto chega ao setor trazendo um baú repleto de livros e criando um ambiente aconchegante para leitura, com direito até a tapetes coloridos. As contações de histórias e encenações, que contagiam tanto visitantes, como feirantes.
As histórias encenadas, foram escolhidas a dedo pela diretora artística e atriz Jaciara Chaves e possuem o intuito de resgatar nos pequenos o universo lúdico. As contações de história seguem a mesma proposta e são feitas por Renata Neris.
Tendo em vista as crianças, cada dia mais ligadas nas telas, uma das histórias escolhidas para o projeto é “A Menina da Cabeça Quadrada”, escrita por Emília Nuñez e ilustrada por Bruna Assis Brasil. A narrativa conta a história de uma garotinha, que de tanto lidar com telas, acordou com a cabeça quadrada.
“Muitas professoras têm falado comigo que as crianças estão muito distantes desse universo imaginativo depois da pandemia, seja por falta de leitura ou por estarem muito focadas nos eletrônicos. Queremos mostrar que ler também é divertido”, comenta Graziene Moreira, acrescentando que espetáculos são interativos e englobam cantigas de rodas, brincadeiras com sabão e efeitos sonoros.
A sonoplastia é feita pela Rabecas Percussão, parceira do evento e que também ministra uma oficina de percussão durante os encontros. “Este é um projeto socioeducativo, que reúne diversas linguagens e estimula o gosto pela música e pelo fazer musical”, diz a produtora.
Inclusivo
Outra preocupação da iniciativa é tornar-se a experiência nas feiras inclusiva, por isso, também são disponibilizados livros em braile e há ainda uma intérprete de libras durante as encenações.
“A Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) é a segunda língua oficial do Brasil e a maioria das pessoas não possui seu domínio. Por isso, queremos possibilitar essa linguagem, não apenas para quem precisa dela, como também para que outras pessoas se interessem por elas. Acho que o papel da cultura é unir mundos”, argumenta a produtora.