A arte no picadeiro que aflora as emoções e sentimentos do espectador, os suspiros, risos, as vezes até gritos de medo, tudo faz parte de uma apresentação circense. Cores, luzes, suspense... e claro, os artistas, profissionais que se dedicam a despertar o imaginário do outro. Quando é ouvida a frase “Respeitável Público!” a nostalgia e a magia da infância toma conta.
Fabrícia Damasceno, 40, lembra com nostalgia e alegria como é assistir um espetáculo no circo "Sempre que tenho a oportunidade de assistir uma apresentação, sinto uma alegria e sensação de que ali por debaixo daquela lona tudo é possível. Homens e mulheres podem saltar de um lado a outro em uma altura que da muito medo para quem olha, e vemos como podemos ser delicados quando estão apresentando o contorcionismo... e principalmente me faz lembrar o quão bom é fazer os outros rirem, assim como os palhaços fazem".
História do circo
A origem do circo e seus moldes passaram por evoluções, em várias civilizações da antiguidade existem sinais que a arte circense já era praticada há quatro mil anos, no império romano por volta do século IV a.C que registra-se o primeiro grande circo nos moldes que conhecemos hoje.
As apresentações circenses resistiram a transição entre império romano e idade média e adaptando suas apresentações para espaços públicos como praças e feiras, e mais tarde no século XVIII, os picadeiros representando o processo de modernização. No início, com apresentações de corridas de carruagem, luta de gladiadores, animais ferozes e pessoas com talentos incomuns, ao longo dos anos foram agregados os shows com cavalos, malabarismo e palhaçaria.
Circo brasileiro
No Brasil as manifestações circenses começaram no século XIX, a partir de convivência coletiva de imigrantes europeus, o circo brasileiro recebeu influência da comunidade cigana e seus hábitos nômades, outra diferença nítida, é a caracterização dos artistas da palhaçaria. Os palhaços foram "abrasileirados" para se adaptar ao público, ao invés do uso de mímica e sutileza o palhaço no Brasil explora características efusivas, falantes, humor evidente e acrescenta elementos coloridos e mistos nas vestimentas. É por causa de um palhaço, que no dia 27 de março é comemorado o Dia do Circo. Esta data foi escolhida por ser o dia do aniversário do Palhaço Piolin, nascido em uma família circense, aos 30 anos consagrou-se palhaço e se destacou no cenário cultural brasileiro, tendo o reconhecimento até dos artistas que compuseram a arte moderna brasileira.
A prática Circense
Bárbara Glenda que participou de uma convenção de malabares em Goiânia após iniciar aulas de circo na escola Basileu França, teve contato com vários artistas circenses de diferentes países, culturas e técnicas, e se apaixonou pelo "malabares com diabolo" que começou a estudar e ter como hobby, inicialmente. Além das atividades artísticas ela comenta que "comecei a ver como as pessoas viviam do circo, que saía do conceito institucional e escolar que conhecia, eu ia me encantando com a forma de viver, como as pessoas conseguiam ter uma liberdade de trabalhar fazendo o que gostavam. Pois para os malabares além de ser uma fonte de renda é também uma forma de desafio diário de renovar o seu corpo em busca de aperfeiçoamento"
O circo possibilitou que os artistas tivessem liberdade para trabalhar não só no picadeiro, mas também em pequenos grupos remetendo aos hábitos iniciais de ajuntamento em praças, feiras e na porta de igrejas. É comum vermos profissionais na rua e em semáforos trazendo um pouco do circo para o cotidiano da cidade.
Bárbara Glenda trabalhou por um período como circense malabarista em semáforos e narra que "era como se eu fosse outra pessoa, uma personificação. Além do monetário, eu queria tocar os corações, transformar o dia de alguém que estava passando por ali e estivesse tendo um dia estressante, eu queria poder tirar o foco das preocupações. Trabalhar com circo é uma experiência muito profunda".
A "magia" do circo é para quem vê e principalmente para quem pratica.
Neste Dia dos Circo, se não tiver um circo na sua cidade, montamos uma lista com filmes ambientados em circos para que você possa celebrar a magia do circo de casa:
- O Rei do Show
2017 ‧ Musical/Drama ‧ 1h 45m
(classificação indicativa livre)
- Dumbo
10 2019 ‧ Fantasia/Infantil ‧ 1h 52m
(classificação indicativa 10)
- Madagascar 3 - Os Procurados
2012 ‧ Comédia/Infantil ‧ 1h 35m
(classificação indicativa livre)
- O Palhaço
2011 ‧ Drama/Aventura ‧ 1h 30m
(classificação indicativa 10)
- Água para Elefantes
2011 ‧ Romance/Drama ‧ 2 horas
(classificação indicativa 12)