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Goiânia ganhou um novo polo de arte urbana e cultura. O Beco da Rua 8, localizado no centro da capital, atrás da Casa Libertè, está passando por um processo de revitalização que teve início na quarta-feira, 28. Grafiteiros e artistas de rua da região metropolitana estão transformando o local com novas imagens e cores, numa iniciativa que celebra a participação comunitária e valoriza a arte urbana. Mais de 150 artistas já passaram pelo local, contribuindo para a nova identidade do beco.
O ponto alto dessa revitalização será o 17º Encontro Goiano de Malabares e Circo (EGMC), que ocorrerá no Beco da Rua 8 entre os dias 29 e 31. O evento, já tradicional em Goiânia, reúne artistas circenses e de malabares em uma celebração aberta ao público, com programação gratuita.
Desde sua criação, em 2007, o EGMC já atraiu mais de 1.500 artistas, incluindo profissionais de diversas partes do Brasil e do mundo. Em 2019, o evento foi premiado com o Troféu Buriti pelo Conselho Municipal de Cultura, em reconhecimento à sua relevância no cenário cultural goiano.
O EGMC oferecerá uma programação diversificada, incluindo apresentações circenses, oficinas de malabares, rodas de conversa e intervenções artísticas. A programação completa pode ser conferida no local do evento e nas redes sociais, prometendo diversão e cultura para todas as idades.
Jhony Robson dos Santos, mais conhecido como Bulacha, um dos organizadores do evento e figura influente na cena artística local, conversou com o Diário da Manhã sobre a importância de ocupar e revitalizar espaços públicos. “O principal motivo para o encontro ter vindo para cá e a gente ter tido a ideia de fazer essa revitalização foi o Encontro Goiano, evento de circo que acontece há 17 anos aqui em Goiânia. Um evento de extrema importância, porém o poder público faz de conta que o festival não existe.”
Ele mencionou que, após não obter autorização para realizar o evento no Beco da Codorna, a equipe decidiu usar o Beco da Rua 8 como alternativa. “E aí a gente teve a ideia de trazer aqui para o beco da Rua 8 mesmo, como um plano B do evento.”
Bulacha também compartilhou sua conexão pessoal com o circo e como essa paixão moldou sua trajetória. “Eu sou um artista que vem do movimento hip hop; nesse movimento, eu conheci o circo e as atividades que a gente vai fazer.” Ao longo dos anos, o EGMC já ocupou diversos espaços na cidade, incluindo escolas e praças, como a Boaventura e a Vila Itatiaia, além do próprio Beco da Codorna. Agora, o encontro celebra sua 17ª edição no Beco da Rua 8.
A história pessoal do artista se entrelaça com a do evento. “A ideia do encontro surgiu para fazer a minha festa de aniversário. Eu reuni alguns amigos e, de repente, virou um festival de dois dias; a gente já chegou a fazer ele em edições com sete dias.” Ele refletiu sobre a importância do circo em sua vida: “Há 20 anos eu vivo de arte. O circo tem uma importância muito grande na minha vida. Ele me deu as ferramentas para atingir pessoas de outras formas.”
Bulacha acredita que o impacto da revitalização do Beco da Rua 8 para a comunidade local é extremamente positivo. “Uma moradora que vive há mais de 20 anos no centro nunca tinha entrado dentro desse beco aqui. E já é um sinal que faz total diferença esse tipo de ação”, observou. Ele destaca a transformação do espaço, que passou de um local pichado a um “museu de arte urbana” onde diferentes pessoas e cores se encontram. “Hoje as famílias vão poder ver o espaço sendo ocupado com o espetáculo de circo também. Além dos grafites.”
O artista enfatizou a natureza independente do evento, sem qualquer apoio de órgãos públicos ou empresas privadas. “É tudo feito pelos artistas mesmo, tudo de forma independente.”
A revitalização do Beco da Rua 8 e o 17º Encontro Goiano de Malabares e Circo, que começou na quarta-feira, 28, e vai até sábado, 31, com diversas intervenções artísticas, apresentações circenses, oficinas de malabares e rodas de conversa, prometem não só trazer cores ao centro de Goiânia, mas também reafirmar a importância da ocupação cultural dos espaços públicos, transformando a cidade em um verdadeiro polo de arte e convivência.
