Cultura

‘Setentinha, com corpinho de 68’, brinca Fábio Jr, que se apresenta em Goiânia

Marcus Vinícius Beck

Publicado em 8 de julho de 2022 às 12:36 | Atualizado há 3 anos

Eu não
abro mão, Fábio Jr. Desfaço-me dos meus planos. Quero saber mais que os meus
vinte e tantos anos. É por você e por mais ninguém, entendeu? Sou capaz de ir,
vou muito mais além do que você imagina. Foi aquela tua música “20 e Poucos
Anos”, na qual cantastes que na vida tudo tem seu preço, em que cheguei a
seguinte conclusão: eu só quero dessa vida é ser feliz! De preferência, com a
carne e a unha da alma gêmea, batendo coração. De preferência segurando e
bebericando um uísquinho.

Fábio Jr., sessenta e oito anos muito bem vividos (um antes do meia-nove existencial), sempre casado com beldades e batendo ponto na vida noturna, continua arrasando corações da mulherada. E agora será em Goiânia, onde o cantor se apresenta neste sábado, 9, a partir das 22h, no Cel da OAB, em Aparecida de Goiânia. Sem medo de errar, como se isso não fosse difícil prever, o show contará com petardos românticos que não podem ficar de fora nunca, a exemplo de “Alma Gêmea”, “Só Você” e “Caça e Caçador”, que fazem de Fábio um grande expoente do nosso cancioneiro apaixonado.

Dono de
uma quilométrica discografia que reúne 30 discos, vez ou outra, Fábio até envereda
pelo universo da atuação, como no filme “Me Tira da Mira”, do diretor Hsu
Chien. Ele divide a cena com os filhos Cléo e Fiuk. Nas entrevistas que
concedeu para divulgar o trabalho, dizia-se um pai orgulhoso, rasgava seda para
a produção, roteiristas, tudo: Fábio sabe como essas coisas funcionam. Além
desse longa, o artista trabalhou no clássico “Bye, Bye Brasil”, do cineasta
Cacá Diegues. E, durante os anos 70, 80 e 90, esteve nas novelas “Roque
Santeiro” e “Pedra Sobre Pedra”, da TV Globo.

“Esse tempo
esquisito que a gente viveu, essa ‘pausa’ forçada, a volta aos palcos, a volta
a cada lugar tem sido mais que especial. Tenho certeza que em Goiânia vai ser demais!”,
empolga-se o músico, em entrevista ao DM, destacando que, por causa das
três dezenas de álbuns lançados, a escolha do repertório nem sempre é fácil. “Mas,
ah, graças a Deus é difícil (risos). A gente escolhe sempre junto com
o público, sempre pedindo e ouvindo os fãs, porque é pra eles e por eles que
estamos aqui … sempre”

Ok, meu
velho, e o que podemos esperar do show desta sexta? “A gente gosta de se
divertir e se emocionar, quando assiste a um show, né?! Músicas como ‘Caça e
Caçador’, ‘Enrosca’, ‘20 e poucos anos…’ ‘Pai’, que é sempre um momento muito
especial pra mim, não pode faltar”, antecipa, avisando que o repertório não
contará com inéditas. “Tem para o show novo, que ainda é surpresa. Mas tem
sempre uma ou outra que fazia tempo que não estava no setlist e volta com um
gostinho diferente.”

Em quase uma hora e meia de show, Fábio passeará pelos seus sucessos, porém faz releitura de composições consagradas na voz de cantores e bandas como Raul Seixas, Jota Quest e Roberta Campos. Fábio Jr junta-se a Aldo Gouveira, nos vocais, e Elis Negress, no mesmo instrumento. A banda é formada ainda por Amador Longhini, que toca teclado e faz a direção musical do show, além de Álvaro Gonçalves, na guitarra e no violão; Bruno Coppini, no baixo; Gustavo Barros, na guitarra; e Pepa D’Elia na bateria. “Setentinha, com corpinho de 68. Tem bastante coisa vindo aí! Aguardemmm”, brinca o artista, deixando pistas sobre novos projetos.

Com
elementos que enaltecem o aspecto visual, o espetáculo promete levar o público
para uma viagem imersiva pelas estradas do amor, numa cenografia que impacta,
virando uma atração à parte. “Fala moçada, chegou a hora da gente se
encontrar!! Espero todos vocês no meu show! Brigaduuuuu!!!”, diz o artista, que
se consagrou pelo país ao se mostrar um artista versátil. Sua voz, singular e
reconhecida em qualquer esquina, marca o início de relacionamentos, serve de
trilha sonora para porres após o pé na bunda e, como não poderia deixar de ser,
atravessa gerações.

Antes de aderir ao pop industrializado,
cantor expressou angústia juvenil

 O
cantor Fábio Jr, 68, antes de partir para o universo do pop industrializado da
gravadora CBS, fez três discos na Som Livre com emoções reais, seja na maneira
de cantar ou no repertório autoral. Pelo menos é o que escreveu o crítico de
musical Mauro Ferreira, em dica de música para o público descobrir em casa
durante a pandemia, em 2020. Segundo Ferreira, que é referência em música
popular brasileira, é desse período canções como “Queria Ser…”, cuja letra
expressa as angústias dos jovens e fora escrita pelo artista quando ele tinha
seus vinte e poucos anos.

Nascido
em novembro de 1953 na cidade de São Paulo, Fábio mostrou gosto pelo universo
artístico ainda menino, quando começou a dar os primeiros passos na carreira
que no futuro lhe consagraria indo aos programas infantis. Nos anos 70,
aventurou-se pelo mercado musical do período, infestado por cantores
brasileiros que preferiam o inglês ao português quando o assunto era pôr a boca
no microfone. Seus nomes? Em grafia e pronúncia da gringa, claro. Mais complexo
de vira-latas que isso é difícil.

Em 1974,
com o primeiro disco na bagagem, Fábio Jr. viu a sorte lhe sorrir. Dois anos
depois, apostou que não seria uma má ideia virar ator, já que havia emplacado
na trilha sonora de uma novela da TV Globo a música “Pai”, até hoje um de seus
maiores sucessos. E, desde então, nos folhetins entraram “Alma Gêmea”, na novela
de mesmo nome, “Só Você”, em “Por Amor”; “Esqueça – Forget Him”; em “A Viagem;
“Vida”, da “Top Model”; “Fêmea”, de Perigosas Peruas; “Eu Nunca Estive Tão
Apaixonado”, de Explode Coração; além de “Enrosca”, de “Império”. 

Como se vê, sucessos não lhe faltam. E será um pouco disso que o público poderá assistir no Cel da OAB nesta sexta-feira, 7, às 22h. Carismático, chegado a um uísquinho e com uma carreira notável no universo do cancioneiro romântico, Fábio Jr. nem pensa em parar de emocionar, encantar e embalar paixões. É o que lhe dá tesão. E, como diz o psicanalista Roberto Freire, sem tesão não tem solução. (M.V.B)

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