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Dólar atinge maior alta em dois anos frente ao Real, mas pode voltar a níveis mais baixos

Nas últimas semanas, o dólar atingiu o maior valor em relação ao real desde maio de 2020

Nas últimas semanas, o dólar atingiu o maior valor em relação ao real desde maio de 2020, época marcada pelo auge da pandemia. Desde o início do ano, a moeda norte-americana já se valorizou 20% frente ao real, tornando-se a moeda de mercado emergente com pior desempenho no período.

Esse aumento significativo é impulsionado por uma série de fatores globais e domésticos. Internacionalmente, a intensificação do conflito entre Ucrânia e Rússia tem levado os investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar. Além disso, a recente eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos também influenciou o mercado cambial.

No cenário doméstico, as preocupações com a política fiscal do Brasil têm sido um fator crucial para a desvalorização do real. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, explicou que o mercado está preocupado com o compromisso do governo brasileiro com a saúde fiscal.


		Dólar atinge maior alta em dois anos frente ao Real, mas pode voltar a níveis mais baixos
- Foto: Ilustração Freepik


O impacto do mercado de câmbio nas expectativas econômicas domésticas

O mercado de câmbio, ou Forex, especialmente no Brasil, é altamente sensível a fatores políticos e econômicos. A recente valorização do dólar frente ao real reflete não apenas o cenário global de busca por ativos de proteção, mas também as incertezas fiscais domésticas.

Nesse contexto, ferramentas de análise cambial, como as oferecidas por plataformas avançadas de negociação, desempenham um papel crucial para investidores e economistas que buscam entender e prever essas oscilações.

Com o dólar acumulando uma alta significativa, acompanhar os movimentos do mercado de câmbio tornou-se essencial para avaliar os impactos das decisões fiscais no Brasil.

Expectativa por cortes de gastos cresce após atrasos do governo

No contexto de uma economia marcada pela instabilidade, o Brasil vive momentos de expectativa e ansiedade enquanto aguarda medidas concretas do governo para o corte nos gastos públicos. Originalmente, essas medidas deveriam ter sido anunciadas logo após o segundo turno das eleições municipais em outubro, mas foram adiadas até depois da reunião do G20, que ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro.

Igliori destacou a importância destas medidas em um momento em que o mercado testa a capacidade do governo de reestabelecer sua credibilidade fiscal.

No dia 22 de novembro, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, comprometeu-se a anunciar o tão esperado pacote fiscal até a terça-feira (26). Adicionalmente, anunciou um bloqueio de R$ 6 bilhões no Orçamento de 2024, como parte dos esforços para alcançar a meta de resultado primário deste ano, conforme detalhado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 5º Bimestre.

Política de Trump impulsiona dólar e pressiona moedas emergentes

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem reverberado pelo mercado de moedas emergentes, incluindo o real brasileiro. A política comercial protecionista do presidente eleito, que inclui a imposição de tarifas sobre produtos importados, e a promessa de redução de impostos, que potencialmente aumentaria o déficit fiscal e a inflação, são vistas como catalisadores para o fortalecimento do dólar.


		Dólar atinge maior alta em dois anos frente ao Real, mas pode voltar a níveis mais baixos
- Foto: Ilustração Freepik


Adicionalmente, as recentes declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, indicam uma possível contenção nos cortes de juros nos EUA. Em um contexto de mercado de trabalho robusto e crescimento econômico sustentado, mesmo com a inflação superando as metas, o cenário para a política monetária americana sugere menos estímulos do que o esperado.

Para o real, resta apenas esperar

Por fim, a forte valorização do dólar frente ao real reflete um momento crítico para a economia brasileira, em que fatores globais e domésticos convergem para pressionar o mercado cambial. A instabilidade fiscal interna, aliada às incertezas políticas e econômicas internacionais, reforça a importância de medidas concretas do governo para recuperar a confiança do mercado e estabilizar a moeda nacional.

Enquanto o Brasil aguarda a implementação de cortes de gastos e outros ajustes fiscais, o cenário cambial permanece sensível a decisões tanto locais quanto globais.

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