Instituição pública de ensino vem adotando medida para impedir que alunos repitam a merenda, carimbando as mãos dos que já pegaram o lanche. O caso aconteceu no Centro Educacional (CED) 3 de Planaltina, no Distrito Federal e alunos denunciaram a Secretaria de Educação. A chefe da pasta, Hélvia Paranaguá, informou, nesta sexta-feira, 9, que a pasta vai apurar a denúncia dos alunos.
A secretária afirma que "se for necessário" os responsáveis serão punidos. "Não aceitamos, de forma alguma, qualquer constrangimento a qualquer aluno que seja da rede pública de ensino.''
Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, compartilhou a publicação e afirmou que pediu "providências imediatas.'' Disse ainda que o caso não pode acontecer em nenhuma escola.
O diretor da escola confirmou a situação, porém ressalta que isso só ocorreu um dia. Ele afirmou ainda que o professor de geografia Saimon Freitas Cajado Lima, carimbou os alunos porque, quando muitos alunos repetem, outros não têm tempo de lanchar. O gestor afirmou que mandou suspender o uso do carimbo, no mesmo dia que soube da medida.
Por outro lado, segundo alunos ouvidos pela reportagem da TV Globo, a prática ocorre há cerca de duas semanas. Uma estudante da instituição disse que, às vezes, a escola impede que eles repitam o prato pela falta de lanche.
"Eles chegaram a carimbar para a gente ficar marcado e eles saberem quem foi que lanchou. Não é suficiente para todos os alunos. Chega até gente a ficar sem comer", afirma.
Um outro aluno revelou que caso os estudantes não queiram carimbar a mão, eles podem ser impedidos de receber o alimento. "Tem vezes que a fila está 'grandona' e a comida acaba. Só se carimbar que pode pegar", diz.
Alguns dos alunos da instituição ouvidos pela reportagem não discordam da adoção do carimbo e destacam que ''a medida garantia que todo mundo recebesse a merenda dentro do tempo de intervalo.'' Eles contaram que muitos colegas furam fila para repetir a refeição, e acabam prejudicando quem ainda não lanchou.
O diretor do Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) Samuel Fernandes afirma que, muitas vezes, a única refeição dos alunos é a feita na escola.
"Muitas famílias estão desempregadas e muitos estudantes não têm o que comer em casa. O governo deveria garantir a alimentação de qualidade, em quantidade suficiente para esses alunos.''