Norton Luiz
Editor de Veículos
Andamos na versão Storm do EcoSport. Com visual mais agressivo, inspirado na picape americana F-150 Raptor, a Storm é uma proposta especialmente concebida para andar rápido em pistas de terra e caminhos mais degradados. Nova aposta da Ford no Brasil, a versão traz a rusticidade no visual, mas preserva características inerentes aos veículos urbanos.
Custando R$ 99.990 mil e com tração 4WD, a versão Storm chega com rodas de 17 polegadas e pneus para asfalto, sob a justificativa de que entregam melhor conforto para os ocupantes, em comparação com os modelos essencialmente off road. Mas se precisar de espaço no bagageiro para transportar mais apetrechos, a opção fica a desejar, como em toda a linha. Os 356 litros de capacidade não são suficientes.
Com apelo aventureiro e sistema de tração nas quatro rodas, o novo Ford EcoSport Storm, o mais caro da linha comercializado no país, posiciona-se como a configuração mais completa da linha Ecosport. A grade dianteira com o nome da versão estampado em alto relevo reforçam o apelo off road da proposta, associado à máscara negra nos faróis dianteiros, capa de estepe rígida também com o nome da versão e adesivos.
Além do visual mais robusto, outra novidade do EcoSport Storm é a tração integral acoplada ao câmbio automático, diferentemente do que é encontrado em veículos 4x4 tradicionais ou ainda do que se observa na geração anterior do SUV compacto, cuja versão 4x4 só podia contar com caixa manual de seis marchas.
Dessa forma, a nova versão traz o sempre bem-vindo conforto da caixa automática, algo que se tornou imprescindível entre os clientes do segmento. Isso, porém, não torna o carro ideal para a lama, mas muito mais para as estradas asfaltadas, uma vez que a tração integral garante maior estabilidade nas curvas.
A tecnologia 4WD da versão distribui de forma equilibrada a tração entre as rodas do carro, sem a interferência do motorista. O sistema conta com o controle inteligente de torque, que direciona a força do motor para as rodas que estão com maior aderência, tudo observado pelos olhos do motorista, que acompanha tudo pelo computador de bordo, o qual transmite um diagrama que demonstra as alterações de tração entre os eixos. No entanto, a ausência de reduzida e de seletor de modos de condução prejudica um pouco o tráfego sobre pedras, areia ou lama.
No volante
Apesar de o EcoSport Storm não ter perfil para enfrentar trechos ou obstáculos off-road mais rústicos, alguns detalhes garantem dirigibilidade e conforto ao motorista, como o sistema de tração permanente, que possibilita segurança ao rodar sobre pisos com baixa aderência. O Controle Inteligente de Torque (ou ITCC, na sigla em inglês) se encarrega de distribuir automaticamente a força do motor para as rodas que mais precisam.
Além disso, a suspensão traseira multilink exclusiva, a nova calibração de amortecedores, molas e buchas e a assistência elétrica da direção recalibrada proporcionam cerca de 40% menos vibrações no volante, comparado com o modelo anterior. Motor e câmbio são os mesmos do Eco Titanium: 2.0 16V com injeção direta (176 cv e 22,5 kgfm), mas o Storm ficou em torno de 100 kg mais pesado que o Titanium, chegando a 1.469 kg.
Por dentro, as mudanças foram apenas estéticas, em relação ao modelo anterior. Baseado na versão Titanium, o Storm exibe como principais diferenças o acabamento preto na forração do teto e no painel, que não tem padrão em dois tons, como na Titanium. Detalhes em laranja na parte inferior da central multimídia, dos puxadores de porta e do console completam o pacote visual. Na cabine, nada mudou. Permanecem no Storm o istema multimídia SYNC 3, teto solar, ar digital, chave presencial e bancos de couro.
Os itens de série também são os mesmos da Eco Titanium, com ESP, ar-condicionado digital, sistema multimídia, sensor e câmera de ré, rodas de 17 polegadas (exclusivas). A única ausência foi o alerta de veículos no ponto cego, removido para reduzir o preço final do Storm. Além disso, são sete airbags, luzes diurnas em LED, sensores de luz e chuva, retrovisor interno eletrocrômico, piloto automático, assistente de partida em rampas, controle anticapotamento e monitoramento da pressão dos pneus.
O detalhe negativo fica por conta do consumo de combustível. Os cerca de 100 kg extras da versão Storm, aliados à maior perda da transmissão integral fazem com que a Storm gaste mais que os modelos similares. Na cidade, com etanol no tanque, o computador de bordo registrou 4,5km/l. Com gasolina, na cidade, 7,5km/l, sem abusar da aceleração. Mesmo assim, assustou um pouco.
O calor intenso em Goiânia certamente ajudou a elevar o consumo urbano e isso deve ser considerado. Na estrada, o consumo deu uma aliviada, ficando na casa dos 10 km/l, mas aí com um pouco mais de aceleração.
No geral, a versão Storm prova ser uma excelente proposta criada pela Ford. É bonita, chama a atenção pelo design e no acabamento interno, tem excelente mecânica e é seguramente uma excelente opção para quem quer um SUV com estilo off-road, mas que não seja tão agressivo no sentido de ser capaz de transpor trilhas mais radicais.