Norton Luiz
Editor de Veículos
A Mitsubishi colocou mais uma pitada de um bom tempero na acirrada disputa dos SUVs compactos no mercado brasileiro. A marca apresentou seu novo modelo Eclipse Cross, que começa a chegar à rede de concessionários do País no começo de novembro. A novidade pegou emprestado o nome que do esportivo Eclipse que fez sucesso na década de 90 e deste tirou também inspiração nas linhas coupé que acompanham o Eclipse Cross.
A comercialização já está sendo feita através de pré-venda disponibilizada para atender o consumidor que quiser garantir antecipadamente o SUV. A versão de entrada HPE-S, com tração apenas na dianteira, foi anunciada por R$ 149.990, enquanto a HPE-S S-AWC por R$ 155.990. A semelhança de um coupé está presente nas laterais e traseira do Eclipse Cross, o que lhe confere também a possibilidade de tratamento de SUV Coupé.
Importado do Japão, o SUV Eclipse Cross chega ao País em duas versões e ficará posicionado entre os modelos ASX e o Outlander. O Eclipse Cross vai competir, considerando o tamanho e o porte atlético, com Hyundai New Tucson, o Kia Sportage, o BMW X1, o Mercedes GLA e o Audi Q3. Estes foram os modelos apontados como alvos pela Mitsubishi, levando-se em conta o tamanho de cada um.
Motor turbo
É fato, contudo, que a faixa de preços tem peso na hora da compra e ai entram o Volkswagen Tiguan, o Jeep Compass e o Chevrolet Equinox, apenas para citar três exemplos clássicos. O Eclipse Cross é equipado com motor 1.5 turbo, a gasolina, com 165 cv de potência, e 25,5 kgfm de torque entre 2.000 e 3.500 rpm. A transmissão é CVT, batizada de INVECS-III, que simula oito velocidades, e traz sistema sequencial Sport Mode.
A Mitsubishi faz previsão de vender 300 unidades/mês e a versão HPE-S deve responder por 40% das vendas, ficando a topo HPE-S S-AWC, por ter tração 4x4, com a maior fatia. A tração 4x4 é o único diferencial nos equipamentos. O SUV Eclipse Cross tem um design com aparência robusta, bem equilibrada e moderna. No entanto, a marca aposta muito mais no polpudo conjunto de itens de segurança, conforto e comodidade para pegar uma boa fatia das vendas do segmento dos compactos.
O Eclipse Cross traz teto solar panorâmico, (apenas a parte da frente se abre), faróis de LED com assistente de luz alta, Head-up Display (HUD) colorido, sistema multimídia com tela de 7″ compatível com Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado automático digital de duas zonas, bancos com forração em couro (é couro mesmo) e aquecimento nos assentos dianteiros.
Os equipamentos não param por ai. Traz ainda sensor de chuva, assistente de partida em rampa, controles eletrônicos de tração e estabilidade, piloto automático adaptativo, monitor de pontos cegos e tráfego cruzado e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. Lembrando que a versão mais cara HPE-S S-AWC traz todos esses itens e mais a tração 4x4.
Impressões ao dirigir
O DMAutos viajou para Porto Alegre a convite da Mitsubishi para participar do lançamento do Eclipse Cross. Andamos na versão topo HPE-S S-AWC, com tração 4x4, num percurso de cerca de 300 km ente asfalto e terra. O carro oferece excelente posição de dirigir, é bem com confortável interiormente, mas sem exageros. Os bancos de couro, com aquecimento, permitem um encaixe do corpo em suas bordas. O painel tem um belo design e é todo funcional.
O espaço interno também merece elogios e abro um parêntese aqui para destacar dois pontos do carro. Um é a suspensão bem acertada que deixa o carro sempre na mão, não sendo diferente na estrada de terra com o 4x4 acionado. Alías, a tração nas quatro rodas faz muita diferença e foi exatamente isso que concluímos do Eclipse Cross. O longo trecho do teste permitiu experimentar o novo SUV da Mitsubishi em vários tipos de terrenos, em trechos com subidas e descidas íngremes, inclusive com cascalho.
Outro ponto positivo é conjunto mecânico. O motor 1.5 turbo tem um torque alto e baixas rotações o que torna o carro ágil e sempre com bom fôlego. Ele casa perfeito com a transmissão CVT com oito marchas simuladas. No geral, um carro bonito, confortável e com um bom conjunto motor /câmbio/ suspensão, além de bem equipado. O preço pode ser uma barreira, mas o custo/benefício pesa favoravelmente.