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Teste: Andamos no Renault Sandero RS 2.0 com motor de 150 cv

Norton Luiz
Editor de Veículos

Andamos no Sandero RS 2.0 aspirado, o hatch compacto popular que a Renault transformou num esportivo de boa aparência e de pegada arrojada. É isso mesmo. Desenvolvido em parceria com a Renault Sport, o Sandero RS 2.0 nasceu para atender consumidores com pouco dinheiro e que desejam um carro barato e com perfil esportivo.

O Sandero RS é, nesse sentido, uma proposta com bom apelo esportivo e que responde bem aos anseios dos compradores que podem desembolsar R$ 60 mil para levar um para sua garagem. Mesmo que não seja a última cereja do bolo, nem por isso o Sandero RS deve ser tratado com indiferença. Tem qualidades para receber elogios.

A marca francesa fez do seu modelo de entrada um carro com aparência esportiva e performance  apimentada pelas mãos de quem mexe com velocidade. Se o objetivo era o de entregar o hatch com visual esportivo e potência sob o capô, a Renault conseguiu. O modelo manteve as características do excelente espaço interno, um dos seus pontos mais elogiados.

Visual externo

A aparência externa mostra um esportivo que prende olhares. Saias laterais, spoiler traseiro, faixas e grade dianteira com a logo RS e a inscrição Renault Sport, além das rodas de 16 polegadas, na cor Black Aluminium, e retrovisores cor preto brilhante. O modelo se destaca visualmente ainda pelos novos para-choques (dianteiros e traseiros), rodas 195/55 R17 com acabamento Black Aluminium (opcional ).

Estes e outros detalhes externos chamam a atenção no RS 2.0, como os faróis duplos com toques em preto brilhante e LEDs diurnos. As lanternas ganharam máscara negra e contornos cromado. O escapamento duplo também recebeu cromado nas ponteiras e o para-choque traz difusor de ar na cor cinza brilhante.

Por dentro, a esportividade está presente nos bancos em tecido combinando os tons preto e bege claro com costuras e faixas vermelhas. O logotipo RS aparece bordado nos encostos de cabeça e as saídas de ar têm detalhes vermelhos.

E mais: são visíveis nos Pedais esportivos em alumínio, volante em couro com costura vermelha e a logo RS prateada com fundo vermelho na base inferior do volante reforçam a aparência esportiva interna, assim como a alavanca do câmbio no mesmo acabamento. O painel e as portas não receberam adereços comuns dos esportivos e ainda pecam pelo acabamento com plástico duro, comum ao modelo.

Os vidros elétricos traseiros são acionados pelo condutor e ficam no console central, ali juntinho do novo botão dos modos Sport e Sport+. O ajuste da coluna de direção oferece movimento apenas de altura e as rodas são servidas e freio a disco.  O volante multifuncional não é dos mais funcionais, com funções apenas de áudio e telefone. A central multimídia Media Nav Evolution tem funcionamento  simples e bastante intuitiva.

Capricho

A Renault bem que poderia ter dado uma caprichada maior no RS 2.0 para torná-lo mais chamativo. Contudo, o que se percebe é que a marca quis fazer economia para não ter que elevar o preço do esportivo para não inviabilizá-lo. Talvez por isso não acrescentou  retrovisor eletrocrômico, luzes de leitura individuais, exceto a do passageiro e sensor de chuva ou crepuscular.

O porta-malas com capacidade para 320 litros tá de excelente tamanho para o hatch. Só não cresce em tamanho por conta do banco traseiro inteiriço. O RS 2.0 traz regulagens de suspensão, assistente de arrancada em subida (HSA), o controle eletrônico de estabilidade (ESP) com regulagem específica R.S. e o sistema de direção eletro-hidráulica (EPHS), bem como três modos de condução selecionados através do botão “R.S. drive”: Standard, Sport e Sport+ com o ESP desligado.

Ao desenvolver o Renault RS 2.0, a Renault Sport optou por um motor nervoso e não mais potente e com mais torque que o dos  demais modelos da marca. Desta forma, as mudanças no motor 2.0 16V não focaram mais velocidade – o modelo chega a 202 km/h de velocidade máxima -, mas sim garantir que o propulsor ficasse mais agressivo nas acelerações, ganhasse um ronco diferente e elevasse o giro mais rápido para passar sensação de esportividade.

Motor esperto

O motor 2.0 16V Flex aspirado do Renault RS entrega 145/150 cv a 5.750 rpm e 20,2 (g) e 20,9 (e)kgfm a 4.000 rpm. Acionando o modo Sport nota-se a mudança do comportamento dinâmico do motor, que é acoplado ao câmbio manual de seis velocidades, bastante preciso nos engates.

O consumo com etanol no tanque não passou dos 6,8 km/l na cidade. O intenso calor pode ter influenciado de forma negativa nas andanças urbana. Na estrada, com o mesmo combustível, a média de 9 km/l. Gastador? Não. Tá numa média boa, considerando que o etanol queima mais. O Sandero RS 2.0 vai de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos e alcança 202 km/h de velocidade.

Autódromo

Levamos o Sandero RS 2.0 para a pista do Autódromo Intericonal de Goiânia para uma acelerada mais forte. Convidamos o piloto de motocross, Roberto Boettcher, com passagem também pela Stock Car, para dar umas voltas. O piloto elogiou a pegada esportiva do carro, a potência e o torque do motor. Fez considerações positivas sobre a suspensão, para quem  é bem calibrada e dá firmeza do carro nas curvas.

No final da reta, o Sandero RS chegou aos 180 km/h. Poderia andar um pouco mais, mas Boettcher preferiu tirar o pé do acelerador antes da frenagem para sair com segurança da curva 1. O motor tinha mais fôlego para chegar mais rápido no retão.

A proposta do Sandero RS 2.0 é boa e vale os R$ 60 mil pedidos pelo modelo. Peca um pouco no acabamento interno, em se tratando de um esportivo. Contudo, o bem maquiado Sandero RS 2.0  surpreende no seu principal objetivo, que é oferecer desempenho apimentado.

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