Veículos com espírito aventureiro a Fiat faz bem. A marca italiana é dona de uma receita que agrada em cheio os apaixonados por carros que vão para o chão sem perder a característica urbana. Um bom exemplo é o recém-lançado Fiat Argo Trekking.
A versão aventureira, não tão radical, nascida do Argo hatch assume a condição de mais um representante da montadora no segmento off-road do mercado brasileiro.
A história da Fiat com modelos aventureiros é antiga e data de 20 anos atrás. Tudo começou com o Palio Adventure, em 1999, mas em 97 a picape Fiorino deu timidamente os primeiros passos.
De lá prá cá a Fiat aprimorou-se no estilo aventura, mas sempre foi referência. A picape estrada ganhou também a versão Adventure e faz sucesso até hoje no mercado com uma roupagem bem característica.
Tem também o Uno Way, que não pode ser chamado verdadeiramente de aventureiro, mas que ao menos apresenta um visual marcante que remete ao estilo.
Palio e Strada
As versões Adventure do Palio e Strada são de fato as duas maiores referências off-road que a montadora italiana lançou. Agora traz o bem trabalhado Fiat Argo Treeking depois de alguns anos sem representante recente no segmento.
Com o Fiat Argo Trekking, a marca mostrou que mantém o know how para impressionar os consumidores com produtos aventureiros. O DMAutos acelerou o Argo Trekking e traz as impressõessobre o carro durante os 10 dias de avaliação.
O Argo Trekking chega como uma boa proposta para o segmento, onde outras marcas tentam, mas não conseguem chamar a atenção. Um exemplo é o Citroen Aircross. O modelo francês não caiu na graça dos consumidores adeptos de aventureiros.
Contudo, não se pode dizer o mesmo do Ford Ka Trail, Chevrolet Onix Activ, Volkswagen Croosfox e Renault Stepway que mostram força na briga entre os carros com roupagem off-road. O Hyundai HB20, na sua versão X (aventureira) belisca alguns consumidores.
Suspensão alta e com boa calibragem denunciam um modelo off-road
O hatch aventureiro da Fiat Argo Trekking mostra logo de cara que nasceu para andar em pisos acidentados. A suspensão mais alta e com boa calibragem denunciam um modelo off-road. O sistema tem um dos melhores e mais eficientes ajustes da categoria.
Não passam despercebidos os pneus todo terreno 205/60, com sulcos salientes. O modelo tem 40 milímetros extras de vão livre do solo, sendo 22 mm dos pneus e 18 mm das molas e amortecedores.
Um aventureiro que quer respeito tem que se impor olhando de cima para baixo e apresenta detalhes estéticos atraentes. O Trekking tem a receita. O aventureiro da Fiat mostra-se imponente para andar na terra e no asfalto. É um hatch cheio de razão.
Fiat Argo Trekking; visual marcante
Dono de um visual marcante, sem ser muito apelativo nos adereços, o Trekking chama a atenção por onde passa. Foi assim durante os dias de teste com carro.
Teve até gente que perguntasse se o Trekking se sobressaía em rodando no chão. Outros não esconderam suas opiniões positivas sobre o design da versão.
O que não ouvimos foi a seguinte pergunta: Por que a Fiat deixou de fora o controle de tração e estabilidade? Falha da montada. O equipamento é indispensável e bastante comum em modelos da mesma faixa de preço do Trekking.
O Trekking se destaca visualmente não só pela suspensão elevada, associada com os pneus com sulcos marcantes, mas também pelos adesivos no capô, este copiado do Renegade Trailhawk, nas laterais e tampa traseira, onde estão estampados o nome Trekking que indica a versão.
Os ângulos de ataque e saída devem ser considerados também no modelo: 21 graus e 34 graus, respectivamente.
Elementos de estilo no visual
Ainda no visual, chamam a atenção no Argo Trekking elementos bem estilosos. Um deles é o teto todo em preto brilhante, copiado da versão esportiva HGT. Seguindo o que já é comum nos modelos, o Trekking traz molduras que dão robustez aos para-choques e às caixas de rodas.
Na versão aventureira do Argo, a logomarca da Fiat perde o fundo vermelho e adota ineditamente o preto. A Chevrolet fez o mesmo em alguns dos seus modelos que ganharam novas versões ou edições especiais, como o Cruze, na edição exclusiva Black Bow Tie.
No interior do Trekking as molduras das saídas têm contornos cromados, assegurando visual mais requinte. Por sua vez, os bancos são revestidos com tecidos mais espessos e ostentam o nome Trekking bordado nos encostos. Todos os detalhes internos harmonizam muito bem com o preto interno dominante. O que é plástico no acabamento, a textura do material é boa.
Fiat Argo Treeking: consumo
O hatch aventureiro da Fiat, desenvolvido a partir da versão Drive do Argo, é equipado com motor 1.3 Firefly, flex, de 109 cv e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm (com etanol), e câmbio manual de cinco marchas. O consumo? Não se preocupe. Média de 10 km/l na estrada, com etanol no tanque. Na cidade faz 8,6 km/l fácil, fácil.
O compacto motor do Trekking responde bem nas acelerações em baixas rotações e mostra excelente performance quando exigido. O modelo traz apenas câmbio manual, o que é compatível com o estilo aventureiro do carro, mas há quem defenda o emprego do câmbio automático.
O que se sabe é que o câmbio automático - a Fiat desevolve uma transmissão CVT para substituir a GSR, já fora de moda - deve ser empregado a partir de 2020 na versão para atender consumidores adeptos desta transmissão.
Mas pode ser também que a futura versão Trekking utilize a atual transmissão automatizada GSR, utilizada hoje pelo Argo Argo 1.3 Drive ou mesmo a automática que equipa as versões com motor 1.8.
Além do design e todos os pontos positivos que fazem o Argo Trekking ser uma boa proposta de compra e bem visto nas ruas, outro ponto atrativo do modelo é o preço. Sem os opcionais, o Trekking sai por R$ 58.990, valor que o coloca como um dos veículos do segmento com melhor custo/benefício do mercado.
Na polpuda lista de equipamentos do Trekking estão chave tipo canivete, direção elétrica, ar-condicionado, painel com visor de LCD colorido para o computador de bordo espelhos, tela flutuante de 7 polegadas, vidros e travas elétricas.
Além da não compreendida falta do controle de tração e estabilidade, soma como ponto negativo no Argo Trekking a ausência do assistente de arranque em subidas. O modelo também não oferece airbags laterais.
Fiat Argo Trekking
Quer ter um Trekking com rodas de liga aro 15 (R$ 1.750) e câmera de ré ? Desembolse R$ 1.750 e R$ 700, pois os itens são opcionais. A Argo Trekking testado trouxe os dois itens.
O Argo Trekking dispõe de bom espaço interno e supera, por exemplo, o Ford Ka FreeStyle. O porta-malas tem capacidade para 300 litros e quem vai no banco traseiro não tem muito do que reclamar espaço para as pernas e cabeça.
Algumas reclamações sobre a falta de mais porta-objetos tem lá suas justificativas, principalmente por se tratar de um modelo que atua em uma categoria que requer mais espaços para objetos.
Quer saber se o Argo Trekking é uma boa opção de compra? Sim, é. O modelo tem um design, excelente sistema de suspensão, custo benefício atraente e acabamento interno de bom gosto.
Embora na minha opinião o uso do câmbio manual seja a melhor escolha para um veículo desta categoria, devemos reconhecer que a falta de um Trekking na configuração automática é uma falha, assim como a ausência dos itens de segurança importantes mostrados nesta matéria.
Ficha técnica: Fiat Argo Trekking
Motor: quatro cilindros em linha 1.3, 8V
Cilindrada: 1332 cm³
Combustível: Flex
Potência: 101 cv a 6.000 rpm (gasolina) e 109 cv a 6.250 rpm (etanol)
Torque: 13,7 kgfm a 3.500 rpm (gasolina) e 14,2 kgfm a 3.500 rpm (etanol)
Câmbio: manual de cinco marchas
Direção: Elétrica
Suspensões: MacPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
Freios: Disco sólido na dianteira e tambor na traseira
Tração: Dianteira
Dimensões: 3,998 m (c), 1,724 m (l), 1,568 m (a)
Entre-eixos: 2,521 m
Pneus: 205/60 R15
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 48 litros
Peso: 1.135 kg
0-100 km/h: 11s8 (gasolina) e 10s8 (etanol)