A produção de veículos sofreu queda de 84,4% no último mês de maio em relação ao mesmo mês de 2019, com a produção de 43,1 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). Nesse mesmo período de 2019 a produção foi de 275.747 unidades.
Os números de maio de 2020, porém, graças à retomada gradual das atividades, registraram alta de 2.232% num comparativo aos de abril último, o pior mês vivido pela indústria desde 1957.
Em abril houve queda de 99,3% na produção e minguados 1.847 veículos saíram das linhas de montagem das fábricas automotivas brasileiras. Nesse período as plantas paralisaram quase que por completo suas atividades por conta da pandemia causada pelo coronavírus.
Cenário de queda de 40% nas vendas em 2020
O presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, apresentou balanço da produção de veículos em maio. Ele falou também do cenário ruim para as vendas de autoveículos novos para 2020.
No início do ano, ainda sem o “estouro” do coronavírus e a consequente pandemia, a realidade era bem diferente. Hoje, contudo, o cenário é de retração. A previsão, segundo Luiz Carlos, é de queda de 40% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
No cenário apresentado Luiz Carlos Moraes, o total de licenciamentos para 2020 será de 1,675 milhão de veículos. No ano passado, foram licenciados 2,788 milhões.
Automóveis
“A queda impressiona e é ainda mais grave na comparação com o resultado de 3,050 milhões que havíamos projetado no início do ano. Portanto, está se configurando um tombo de 45%”, disse Luiz Carlos.
As vendas de automóveis tendem a ser as mais prejudicadas pela crise econômica originada pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Anfavea, o segmento de caminhões deverá cair menos por conta de alguns setores que estão demandando maior nível de transporte, sobretudo o agronegócio.
Segundo o Luiz Carlos Moraes, ainda não é possível projetar com maior precisão a queda na produção. Essa possibilidade depende também do cenário das exportações, que continua nebuloso. O mesmo vale para o setor de máquinas, até agora o menos impactado pela crise.
Números de maio
Embora sendo melhor do que o de abril, o resultado da produção de maio não chega a configurar uma boa notícia. Isto pelo fato de que o mês anterior foi de paralisação quase completa das fábricas. Por sua vez, as exportações de autoveículos registraram recuo de 90,8%, e de 39,4% no caso de máquinas.
O único dado positivo de maio foi o crescimento de vendas de 23,3% das máquinas, na comparação com o mesmo mês de 2019. Nesse quesito, autoveículos caíram 74,7%, e os caminhões recuaram 47,2%.
Esportações
No acumulado do ano, enquanto as vendas de autoveículos se aproximam de queda de 40%, a produção e exportações já encolheram quase 50%. As máquinas acumulam queda da ordem de 30% na produção e nas exportações. Contudo, mantêm estabilidade nas vendas ao mercado interno.
“Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre capaz de evitar maiores danos à cadeia automotiva”, conclui o Presidente da Anfavea.