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Teste: Dirigimos o Wrangler Rubicon, o “bruto” fora-de-estrada da Jeep

O primeiro olhar em direção ao Jeep Wrangler causa uma impressão de poder e força. O jipão de estilo bruto, sem concorrente a altura no mercado brasileiro, não é só, verdadeiramente, poderoso e dono de uma força brutal.

O modelo de trilhas pesadas da Jeep é, na prática, o que parece ser. Só dirigindo o Wrangler para saber o que ele representa. Foi exatamente isso que fizemos ao longo de uma semana a bordo do jipão. A Jeep cedeu a versão Rubicon, a topo de linha da gama, para ser avaliada pelo DMAutos.

A marca que ousar brigar com o Jeep Wrangler com um modelo que julgar suficiente tem que entrar de “sola” no segmento fora-de-estrada pesado. Afinal, o Jeep Wangler já disse a que veio. Impossível não sentir emoção ao volante do Wrangler.

Quem for encarar o “bruto” da Jeep terá que se esforçar muito para chamar a atenção dos consumidores de perfil aventureiro. Quem sabe o Ford Bronco Sport, que chega ao País em 2022. Vamos aguardar.

Enquanto isso não acontece, o Wrangler, dono de uma capacidade fora-de-estrada invejável, mostra suas capacidades. No começo do texto falamos das impressões do poder e da força que o Wrangler transmite. Foi essa também nossa sensação e olha que já conhecíamos o “bruto” num primeiro contato, há dois anos, em São Paulo.

Trilhas

Se você gosta de trilhas mais arrojadas e pensa em gastar cerca de R$ 450 mil para adquirir um Wrangler para realizar suas aventuras fora-de-estrada, não vai se decepcionar. Mas se o plano é rodar também na cidade, o resultado não será assim tão bom.

O Wrangler nasceu para encarar estradas de chão, em especial os mais acidentados. Contudo, não significa que o modelo não tenha características urbanas. 

Tradicional modelo da marca norte-americana, com vivência no mercado desde de 1941, o Wrangler chega em 2022 com sua nova geração. O novo Wrangler, 90 kg mais magro, evoluiu bastante em relação ao antecessor, mas manteve as características visuais que o ajudaram a construir sua história.

Evolução

Não dá para comparar o jipão com um SUV de pegada mais forte. Não mesmo! Nem de longe modelos como o Chevrolet Trailblazer, Toyota SW4 e Mitsubishi Pajero Sport podem ser comparados com o Wrangler.

O Jeep Wrangler da nova geração manteve a arquitetura de chassi separado da carroceria e abusou na utilização de alumínio, como nas portas, capô e no arco do para-brisa.

O “bruto” abusa também nas tecnologias. Sua excelente dirigibilidade é favorecida pela suspensão com eixos rígidos na dianteira e traseira e molas helicoidais de longo curso.

O Wrangler Rubicon que nós testamos se destaca por diversos itens, empregados exatamente para melhorar ainda mais sua respeitada capacidade fora-de-estrada. O modelo não é dos mais compridos, medindo 4.334 mm, mas chama a atenção na largura e altura, com seus 1.894 mm e 1.878 mm, respectivamente. No entre-eixos são 2.459 mm.

Uma pessoa de menor porte tem dificuldades para acessar o interior do Jeep Wrangler. Com 269 mm de altura livre do solo, a falta de um estribo lateral exige um bom esforço entrar no jipão. Nem tanto para quem tem as pernas mais longas.

Mas como em veículos off-road estribos acabam atrapalhando na transposição de trechos mais esburacados, talvez está ai a razão da sua falta no Wrangler.

Na aparência física do Jeep Wrangler as caixas de rodas acentuadas dão robustez ao veículo. As rodas de liga leve de 17”, calçadas com pneus 285/70 R17 próprios para o uso fora-de-estrada se impõem. Rodando no chão até que passam despercebidas, mas na cidade é impossível não notar o quanto são enormes.

Novo motor

O Jeep Wrangler da nova geração veio equipado com o novo motor 2.0 turbo, de 4 cilindros, a gasolina, que rende 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. Esse propulsor substituiu o V6 3.6, de 284 cv e 35,4 kgfm de torque utilizado pelo modelo anterior.

Com menos potência e mais torque, o moderno motor 2.0 do Wrangler prioriza a força para romper qualquer obstáculo e o consumo de combustível menor.

O motor 2.0 traz acoplada a nova transmissão automática de oito velocidades e o novo sistema de tração 4x4. Esse sistema oferece como opções 4x2 na traseira, 4x4, sendo 50% de força em cada eixo, 4x4 reduzida, com relação 4:1, e a 4x4H. Essa tração manda, automaticamente, força para o eixo dianteiro quando percebe que as rodas traseiras não vão dar conta do recado. Se a situação for de reboque é só acionar a tecla N.

Durante a avaliação com o Jeep Wrangler Rubicon, buscamos algumas alternativas razoáveis para colher as impressões sobre a capacidade fora-de-estrada do jipão. Rodamos pouco no asfalto. O Jeep musculoso causou no trânsito com sua personalidade forte, deixando claro que estava ali como intruso.

No ambiente urbano o Wrangler parecia um pouco fora do seu habitat natural. O motor 2.0 turbo, de 272 cv de potência, com torque alto em baixas rotações, é muito esperto no trânsito. É preciso um pouco de habilidade para dirigir o Wrangler na cidade. A transmissão de oito marchas faz trocas suaves, como nos SUVs.

Na terra foi onde o jipão mostrou toda a sua força, embora os trechos escolhidos não exigissem muito dele. Aliás, por onde passou nem sentiu. O Wrangler é para uso em ambientes que lhe cobrem forças para chegar ao destino.

Carroceria

No caso da versão Rubicon que testamos, a suspensão 5 cm mais alta cria balanços maiores na carroceria nas curvas mais fechadas. Nada que umas boas voltas no Wrangler não garantam mais afinidade entre o condutor e o carro. Para não dizer que observamos o tamanho do porta-malas, são 548 litros de capacidade, volume considerável.

Pesando 1.826 kg em ordem de marcha, o Jeep Wrangler acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos. Os números oficiais apontam consumo de 7,5 km/l na cidade, mas verificamos um consumo um pouco abaixo, na casa dos 6,5 km/l. Na estrada o consumo por litro de gasolina ficou na casa dos 8,0 km contra os 8,5 km/l oficiais. Nos dois casos, é bom lembrar, sem abusar do pé no acelerador.

Como tempo chuvoso, evitamos despir o Wrangler. Afinal, é possível, de forma prática, tirar o teto, portas e rebater o para-brisas. Tirando só o teto tem-se um conversível off-road. As partes são retiradas através de travas ou com o uso do kit de ferramentas guardado no porta-luvas.

Interior

O interior traz no arco do teto um santantonio fixo para o caso de eliminação da capota. Todos os comandos ficam no painel, deixando as portas livres até mesmo dos botões que acessam os vidros. Os botões dos vidros traseiros ficam no console, onde estão as duas saídas de ar-condicionado, portas USB e uma tomada tradicional.

O Wrangler Rubicon conta com bloqueio no diferencial traseiro e dianteiro, barra estabilizadora desconectável com função de melhorar o ângulo de torção da suspensão, pneus de 285/70 com sulcos grandes, suspensão elevada e tração 4x4 com reduzida, dentre outros equipamentos.

A tela de 8,4" do sistema multimídia espelha smartphone via Apple CarPlay e Android Auto e navegação por GPS nativa. Pela tela é possível observar os ângulos de inclinação do Wrangler, posição do volante, status da transmissão e da barra estabilizadora, além de indicadores digitais com temperaturas dos sistemas.

Ficha técnica: Jeep Wrangler Rubicon

Motor: Dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.995 cm³, duplo comando variável, Injeção direta, turbo, gasolina
Potência: 272 cv a 5.250 rpm/
Torque: 40,8 kgfm a 3.000 rpm
Transmissão: Automática de 8 marchas, tração 4x4 com reduzida (4x2 traseira)
Suspensão: Eixo rígido na dianteira e traseira com molas helocoidais
Rodas: Liga-leve de 17"
Pneus: 285/70 R17
Freios: Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira com ABS e EBD
Peso: 1.826 kg em ordem de marcha
Medidas: Comprimento 4.334 mm, Largura 1.894 mm, Altura 1.878 mm, Entre-eixos 2.459 mm
Porta-malas: 548 litros
Tanque: 66 litros
Ângulos: Ataque: 43,9º, Saída: 37º; Rampa: 22,6º, Altura livre do solo: 269 mm

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