
No ano passado a Jeep deu uma chacoalhada no SUV Commander e fez uma mexida providencial, colocando o motor Hurricane 4 2.0 Turbo, de 272 cv no modelo de sete lugares e de porte mais avantajado. Quando chegou ao mercado, em 2022, o Commander ficou devendo, no mínimo, uma versão com um motor que oferecesse um desempenho mais satisfatório. Afinal, para empurrar um veículo com quase 1.900 kg, o propulsor 1.3 Turbo, ainda na gama, precisa de um esforço maior, o que foi resolvido ao menos com as versões 2025 Overland e a nova e mais completa Blackhawk.
O novo motor 2.0 Turbo, a gasolina, que já está sob o capô do SUV menor Compass e que passa a equipar o Commander 4x4, é oriundo do Wrangler e da Rampage. No aspecto visual, o Commander 2025 muda muito pouco, como nos detalhes escurecidos da versão Blackhawk e a nova grade com as tradicionais sete barras, antes em formato de colmeia e agora com linhas horizontais. Com isso, ficou com um aspecto mais moderno. De tudo, o ponto alto das mudanças está sob o capô com a chegada do bem resolvido motor Hurricane 4 2.0 Turbo, que rende 272 cv e 40,8 kgfm de torque.

A nova linha do SUV de porte grande acrescenta ainda como novidade a opção de 5 lugares na versão de entrada Longitude, tendo como opcional a terceira fileira de bancos. Basicamente, são estas as novidades do novo modelo, com destaque para o motor 2.0 Turbo Hurricane, que o Jeep Commander apresenta na linha 2025. O modelo está sendo comercializado em quatro versões, sete configurações de acabamento, três opções de motor e duas de transmissão.
Versões
A versão de entrada é a Longitude de 5 lugares, equipada com motor T270 (1.3), Flex, de 185 cv e 27,5 kgfm, tração 4×2 e transmissão automática de seis velocidades. Depois vem essa mesma versão opcionalmente com 7 lugares, também com o mesmo conjunto mecânico. Acima estão as versões de 7 lugares, a Limited e a Overland, com o mesmo motor e câmbio. A versão Overland é oferecida também com motor T380 (2.0) Turbodiesel 4x4, de 170 cv e 38,7 kgfm de torque, com transmissão automática de 9 marchas, e com o novo motor Hurricane 4 2.0 Turbo, a gasolina, também com 9 marchas. Por fim, a inédita Blackhawk traz apenas a opção do motor 2.0 Hurricane e câmbio automático de 9 marchas.

Teste
Feitas as considerações acima, vamos falar de forma mais direta da nova versão Blackhawk, que acabamos de testar. De beleza visual o grandalhão da Jeep dispensa observações. Com seu perfil eminentemente familiar, o SUV de 7 lugares avaliado tem excelente recheio de luxo, esportividade e boa oferta de tecnologias de assistência à condução. Apesar do tamanho e potência de carro esportivo, o Compass Blackhawk não pode ser considerado um beberrão com seu novo motor, mas desde que o condutor não se atreva a testar toda a sua capacidade.
Pode-se dizer que o Commander com motor Hurricane 4 2.0 Turbo bebe proporcionalmente ao seu tamanho e peso, mas é no desempenho que ele chama a atenção. Sua aceleração de 0 a 100 km/h se dá em apenas 7 segundos e alcança 220 km/h de velocidade máxima. O motor 2.0 é bastante comum na indústria automotiva, mas no caso do Hurricane 4 da Jeep a diferença está nos 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque, o que faz do Commander um dos veículos mais rápidos no seu segmento.

Durante o teste com o Commander 2.0 turbo, movido apenas a gasolina, mas que em breve deve virar flex, o consumo na cidade ficou na média de 7,5 km/l, rodando em um trânsito mais leve e com uma aceleração mais tranquila, e de 9,6 km/l na estrada. Oficialmente, o consumo homologado pelo Inmetro é de 8,0 km/l a cidade e 10,2 km/l na estrada.
Desempenho
Não dá para não sentir a mudança radical de comportamento do Commander com o novo motor Hurricane 4 2.0. A resposta é imediata nas acelerações, apesar dos 1.886 kg de peso do SUV. O desempenho esportivo é de tirar o fôlego nas acelerações mais vigorosas, graças aos 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque do novo motor, que trabalha associado ao câmbio automático de 9 marchas e a tração 4x4 Active Drive Low, sistema que dispõe de seletor de terrenos.

A versão Blackhawk testada pelo DMAutos faz jus ao nome no acabamento visual externo e interno. Os cromados dão lugar aos detalhes escurecidos, sempre remetendo ao luxo e à esportividade. Somados às rodas de 19 polegadas e pinças de freio vermelhas, como na dupla saída de escapes na traseira – exclusividade das versões com motor Hurricane 4 2.0 Turbo – tudo chama a atenção no Commander Blackhawk.
Interior
No interior, o acabamento remete ao luxo. Os bancos trazem o nome da versão bordado nos encostos, além de um revestimento misto entre suede preto e couro sintético, que também é encontrado na parte central do painel. O espaço interno é bastante generoso e a dirigibilidade deixa o condutor bastante confortável a bordo.

Ainda com relação ao interior, o ambiente interno parece bem maior do que é graças ao teto solar panorâmico. Os bancos confortáveis trazem a inscrição “Blackhawk” no encosto frontal. Quem vai na segunda fileira não tem do que reclamar de espaço e tem ainda como comodidade duas saídas de ar-condicionado com regulagem de intensidade, além de duas entradas USB (tipos A e C) e até uma tomada comum de três pinos.
Porta-malas
Bom, agora o assunto é a terceira fileira. Como em todos os veículos com sete assentos, os dois últimos são ideais apenas para pessoas de pequeno porte e com boa articulação corporal. O acesso não é tão simples e caso uma pessoa de estatura mais alta se arrisque a ocupar um dos bancos não se sentirá nada confortável, principalmente se for para um percurso mais longo. O porta-malas tem capacidade de 661 litros com o sexto e o sétimo bancos rebatidos e de 233 litros na configuração de 7 assentos. Quer ter 1.760 litros de espaço é só rebaixar os bancos da segunda fileira.

O motor Hurricane 4 que equipa o Commander 2025 em suas versões Overland e Blackhawk é o ponto alto do modelo. Mas o SUV surpreende também com sua lista de itens de tecnologia, como o sistema ADAS de nível 2, disponível de série em todas as versões, e que combina o uso do Lane Centering e do ACC (Piloto automático adaptativo). Com isso, o SUV faz curvas de forma autônoma em vias sinalizadas enquanto mantém a velocidade pré-definida. O sistema oferece ainda frenagem de emergência, alertas de objeto no ponto cego e de saídas de faixa.
Itens de comodidade
Destaque também para o banco do motorista com memória de posição e Wi-Fi hotpost e Alexa Integrada de série a partir da versão Limited. Além disso, o Commander já possui uma extensa lista de itens de comodidade e conforto, como assentos frontais com ajuste elétrico, porta-malas com acionamento por botão e hands-free, som Premium Harman Kardon com tecnologia Fresh Air, central multimídia de 10,1” com plataforma Adventure Intelligence+ e quadro de instrumentos de 10,25” full digital e HD, entre outros.

O Commander Blackhawk 2025 conta com ar-condicionado automático de duas zonas, teto solar panorâmico, retrovisores externos com rebatimento automático, carregador de celular por indução, chave presencial e tampa do porta-malas com acionamento por sensor. Tem também sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), monitores de pontos cegos e de tráfego cruzado na traseira, sistema de estacionamento semiautônomo, faróis de LED com facho alto automático.
Sem o modo Sport
Enfim, é um SUV bastante completo em itens de segurança, conforto e comodidade. Faltou o modo Sport, que tem na Rampage, o que deixaria o motor com uma pegada mais apimentada. O sistema ADAS Nível 2 mostra eficiência na assistência à condução e um exemplo é quando o carro aproxima da faixa que divide a pista: a reação do sistema é forte o suficiente para chamar a atenção do motorista.

O freio autônomo é igualmente eficiente e passa confiança a partir da sua primeira intervenção. Na versão testada, o Commander tem discos maiores, passando de 305 mm para 330 mm. As pinças também foram trocadas para melhor eficiência. O SUV grandalhão da Jeep mede 4,77 metros de comprimento, 1,86 metro de largura, 1,72 metro de altura e 2,79 metros de entre-eixos.
De tudo que foi dito, fica a certeza de que o Jeep Commander com o motor Hurricane 4 2.0 Turbo ficou muito melhor e se tornou numa receita ideal para quem quer um SUV grande, com bom desempenho, conforto e tecnologias para atender a família. Tem que ter ainda disposição para gastar cerca de R$ 330 mil para levar a versão Blackhawk para casa. De quebra, você leva junto com o divertido e empolgante SUV familiar cinco anos de garantia.

Jeep Commander Blackhawk – Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 2.0, 16V, turbo, gasolina
Potência: 272 cv a 5.200 rpm
Torque: 40,8 kgfm a 3.000 rpm
Câmbio: Automático, 9 marchas, tração 4x4 com reduzida
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente, McPherson na dianteira e multilink na traseira
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 235/50 R19
Tanque: 55 litros
Porta-malas: 233 litros (7 lugares), 661 litros (5 lugares)
Peso: 1.886 kg
Multimídia: 10,1 polegadas, Android Auto e Apple CarPlay sem fio
Dimensões: Comprimento: 4,77 m; Largura: 1,86 m; Altura: 1,72 m; Entre-eixos: 2,79 m


























