Teste: A bordo da Toyota Hilux, a picape líder do mercado
Norton Luiz
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 12:15 | Atualizado há 4 meses
Quando o assunto se refere à veículos que passam confiança e
credibilidade, o nome Toyota está sempre em evidência. Os modelos da marca
japonesa representam tudo aquilo que o consumidor busca em um veículo, seja lá
qual for o segmento de mercado. Você que está lendo o texto, já nas suas linhas
iniciais, pode até discordar, mas o usuário da marca tem seguramente opinião
diferente da sua.
Quem anda de Toyota dificilmente sai da marca para buscar
outra alternativa, a não ser por motivo de força maior. Você já ouviu queixas
de um usuário de Corolla e Hilux, por exemplo? O primeiro é o sedã mais vendido
do mundo e a picape é líder de vendas no seu segmento. Bom lembrar que a
matéria não é paga para que a marca e os seus respectivos modelos mereçam
referências tão positivas.
Convenhamos que o popular Toyota Etios, que já não está mais
no mercado, pode não ter sido um modelo com um conceito não tão admirado,
exceto no baixo consumo. O carro estreou por aqui nas carrocerias sedã e
hatback com um design fora de moda e um acabamento interno de péssimo gosto,
mesmo para um carro popular. O quadro de instrumentos no centro do painel do
Etios fugia de todos os padrões. Era um desastre.
Quer saber mais sobre o Etios? A coluna de direção do
modelo, originariamente do lado direito, foi ocultada no interior no
porta-luvas e transferida para o lado esquerdo para atender o mercado
brasileiro. Mesmo assim o Etios ficou nove anos no mercado. Seu substituto
Yaris vai se garantindo como um carro que vende bem e cativando cada vez mais
os consumidores do modelo de entrada da Toyota.
Mas é sobre a picape Hilux que vamos falar no texto a partir
de agora, mais especificamente da versão SRX que o DMAutos acabou
de avaliar. Então a segunda mais completa versão do portfólio da Hilux, a SRX
foi reposicionada e passou a figurar abaixo da nova versão SRX Limited, que
acabou de ser lançada. No topo da gama da picape está a GR-S.
Dirigir a picape líder de vendas mostra bem as razões que
levam seus consumidores a não aceitarem sair da marca. A Chevrolet S10 corre
atrás da Hilux, chega perto para tomar a liderança, mas a picape japonesa
mostra sua força, bem como o quanto o nome Toyota é forte. Na disputa acirrada,
só dá a Hilux, embora o mercado já viveu momentos em que a S10 passou sua
concorrente direta.
Toyota Hilux 2023: Versões e preços
Hilux GR-S: R$ 354.790
Hilux SRX Limited: R$ 337.990
Hilux SRX A/T: R$ 325.490
Hilux SRV A/T: R$ 290.690
Hilux SR A/T: R$ 273.090
Hilux STD Power Pack: R$ 244.390
Hilux Cabine Simples: R$ 228.490
Hilux Chassi: R$ 220.690
Na reestilização da Hilux, no final do ano passado, a Toyota
tomou uma decisão acertada ao aposentar o motor 2.7 16V Flex 163 cv de potência
na picape. O motor 2.8, turbodiesel, de 204 cv, mais potente do que o anterior,
passou a ser exclusivo na linha 2022.
Nas versões com câmbio automático de seis marchas esse
propulsor o torque é de 50,9 kgfm a 2.800 rpm, enquanto nas versões com câmbio
manual é de 42,8 kgfm a 3.400 rpm. Sempre com tração 4×4.
Até injetar mais potência e força no motor 2.8 turbodiesel,
a Toyota Hilux reunia apenas 177 cv e 45.9 kgfm de torque embaixo do capô. Era
uma das picapes com menos potência do mercado. Daí vieram os cavalos a mais e a
Hilux ganhou motivação para comemorar 204 cv, dando, assim, um salto
qualitativo para se fortalecer ainda mais diante da concorrência.
Novo visual
Nas mudanças feitas no modelo no final do ano passado, a
Hilux ganhou novo visual e mais equipamentos de segurança. As mexidas foram
mais acentuadas do que anteriormente. O modelo recebeu novos faróis. O formato do
conjunto foi mantido, mas não a nova organização internas e luzes de LEDs,
inclusive diurnas, faróis de neblina em LEDs.
A Hilux 2022 ganhou também um novo para-choque, que serve
como moldura a uma grande e destacada grade dianteira. Mudanças aconteceram
também no design das rodas de 18″ e nas lanternas traseiras, com nova
assinatura em LEDs.
Na nova calibração da suspensão da Hilux, a versão SRX
mereceu um acerto mais confortável e menos voltado para o trabalho. O ajuste
deixou a versão SRX da picape capaz de oferecer conforto quando utilizada em
rodovias, rodando em velocidades mais altas.
A mexida no motor 2.8 forçou também substituição de
materiais internos visando reduzir atrito. Além disso, houve a troca do turbo e
o mapeamento da injeção de combustível, o que possibilitou chegar aos 204 cv e
50,9 kgfm. O modelo registrou consumo de 10,23 km/l no percurso urbano e 11,6
km/l no rodoviário
Com o novo motor a Hilux tornou-se a mais potente picape
turbodiesel com motor 4 cilindros do mercado. A transmissão automática
sequencial da Hilux também foi recalibrada. Contudo, foi mantida a configuração
com seis marchas, com tração 4×4 com reduzida e bloqueio de diferencial
traseiro.
Motor eficiente
Com maior torque em relação ao propulsor anterior, a Hilux
responde de forma mais eficiente a qualquer solicitação do motorista no
acelerador. É perceptível como o motor de 204 cv trabalha
com mais folga e fôlego, em casado com a transmissão que faz trocas de marchas
mais rápidas e de forma mais suave.
No trânsito urbano, a
Toyota Hilux opera com mais suavidade. O propulsor 2.8 vibra menos, ajudado
também pelos novos coxins de carroceria. A suspensão da versão SRX tem
amortecedores mais robustos e todo o conjunto é bem calibrado.
A direção é hidráulica,
mas nem por isso pesada. Está mais leve em manobras graças às novas solenóides.
A dirigibilidade é prazerosa, apesar do tamanho da picape. Outro ponto positivo
é o conforto da cabina.
Mesmo com todos os aperfeiçoamentos, quem vai no banco
traseiro sente um pouco os impactos causados pelo eixo em pisos irregulares. Incomoda
um pouco, mas fica o consolo de este um problema comum das picapes. Os tais
solavancos já são conhecidos. O espaço, porém, é bom e conta com saída de ar-condicionado.
Equipamentos de segurança
A Hilux SRX é bem completa em equipamentos de segurança. A
versão conta com piloto automático adaptativo e alerta de saída de faixa com
assistência, além do alerta de colisão com frenagem automática, algo
extremamente importante em um carro desse porte. Há também faróis fullLED e
sistema de som assinado pela JBL (muito bom).
A versão traz sistema multimídia com tela de 8″ e
espelhamento de smartphones via Apple CarPlay e Android Auto (com fios). O
sistema melhorou em relação à Hilux anterior, que devia um pouco na eficiência.
Agora parece mais intuitivo. Outros detalhes estão na grafia do painel e o
computador de bordo colorido com novas funções.
Versão SRX
Priorizando a segurança, a Toyota introduziu na picape
aprimoramentos em sistemas ativos para manter-se entre os veículos com mais
equipamentos de segurança do País. O primeiro deles é a incorporação de sistema
de monitor de visão 360º (Panoramic View Monitor – PVM).
O sistema vai agregado no modo de exibição do display como
suporte ao motorista na identificação de movimentos ao redor de todo o veículo.
Ele combina uma câmera frontal, uma em cada lateral e uma traseira, totalizando
quatro dispositivos para abranger todos os ângulos do modelo.
Visão 360º
O monitor de visão 360º atua como um auxiliar de
visibilidade das áreas de pontos cego. Ele apresenta imagens nítidas e linhas
de suporte na tela que ajudam a delimitar a distância entre obstáculos.
Ainda em segurança, a Toyota adicionou nova função ao
sistema Toyota Safety Sense (TSS), por meio do sistema de pré-colisão frontal
(PCS), que passou a detectar também pedestres e ciclistas. A função estará
habilitada somente na versão SRX – única com TSS de série na linha.
O sistema TSS é complementado pelas funções: Controle de
Cruzeiro Adaptativo (ACC) e Sistema de Alerta de Mudança de Faixa com condução
assistida (LDA). É importante observar que esses sistemas são projetados para
auxiliar o motorista e não para substituí-lo.
Resumo: A Toyota Hilux reúne as melhores qualidades
que uma picape precisa. A versão SRX testada deixa bem claro isso nos
equipamentos disponíveis, conforto interno, conjunto mecânico e na disposição
para andar com o pé no acelerador, além do design que chama a atenção.
Ficha técnica: Toyota Hilux SRX 2.8 Turbodiesel
Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16
válvulas, 2.755 cm3, comando duplo, turbo e injeção direta, diesel
Potência: 204 cv @ 3.400 rpm;
Torque: 50,9 kgfm @ 2.800 rpm
Transmissão: Câmbio automático de 6 marchas, tração traseira (4×2), 4×4
e 4×4 com reduzida e bloqueio do diferencial traseiro
Suspensão: Independente de braços sobrepostos na dianteira, eixo rígido
com feixes de molas na traseira;
Rodas: de 18″ com pneus 265/60 R18
Peso: 2.090 kg em ordem de marcha
Dimensões: comprimento: 5.325 mm; entre-eixos: 3.085 mm; largura: 1.855
mm; altura: 1.815 mm
Capacidade de carga: 1.000 kg;
Tanque: 80 litros
Ângulo de entrada: 29º
Ângulo de saída: 26º
Norton Luiz