Da Assessoria
Homenageado como personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, ontem, o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso fez uma defesa veemente dos preceitos da democracia, que, segundo ele, o Brasil a duras penas conseguiu reconstruir, e acusou ingerências internas em outros países, que estão levando o mundo a caminhar para as barbáries. "Se quisermos participar da mesa diretora do mundo, temos que nos comprometer com os valores democráticos e dar-lhes consequência", observou FHC.
O governador Marconi Perillo foi um dos participantes do evento com FHC e cumprimentou o ex-presidente pela premiação, "consequência – afirmou – de posturas firmes e coerentes com o que prega e que foram a base dos seus dois mandatos como presidente do Brasil." Um dos homenageados foi também o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. A solenidade foi no Hotel Waldorf-Astoria, em Nova York. Em sua fala, Clinton elogiou a postura de FHC e disse que ele está entre os quatro maiores líderes mundiais que conheceu.
O governador Marconi Perillo participou, ontem, em Nova York, do Lide Business Meeting, encontro com empresários americanos interessados em fazer investimentos em Goiás, e teve encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Participou também de uma conferência sobre etanol e se reuniu com o presidente da Câmara de Comércio Brasil-EUA, James S. Rosenstein.
Em sua fala durante a homenagem, FHC criticou indiretamente o que denominou de "marcha à ré" do governo brasileiro atual, por expansão sem freio do controle estatal, descaso com as contas públicas e projetos megalomanos. Criticou a expansão desenfreada do crédito e os incentivos ao consumo, como que esperando "que os investimentos viriam por gravidade", afirmou. Segundo ele, o vigor dos orçamentos passou a ser visto como "coisa reacionária" e que isso fosse o sinal necessário para instigar o espírito animal dos empreendedores. Criticou a política de desmanche das boas práticas da economia, fazendo alusão à política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que desmanchou os preceitos da responsabilidade fiscal.
"Uma economia de uma sociedade moderna requer interconexão, transparência, diálogo e capacidade de negociação. O que vale no plano interno, vale também no internacional e, numa época de globalização, por mais astuciosos que sejam os truques para mostrar o que está certo e o que está errado, eles têm vida curta". Fernando Henrique deu uma aula sobre as possibilidades e consequências de uma economia globalizada, apontando os caminhos sensatos para uma postura coerente dos governantes. (Gabinete de Gestão de Imprensa do Governador de Goiás)