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Vacinação obrigatória contra aftosa tende a cair

A vacinação obrigatória do rebanho brasileiro, composto de cerca de 200 milhões de cabeças, tende a ser retirada. A revelação é do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Décio Coutinho, que participou em Goiânia da discussão do Plano de Defesa Agropecuário (PDA), a ser elaborado pelo governo de Goiás com a participação dos organismos da iniciativa privada. Entre os quais, a Federação da Agricultura e o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundepec).

A idéia está em cogitação pelas entidades classistas agropecuárias. Uma das justificativas é a de que os produtores tomaram consciência da imunização do rebanho bovino. Em Goiás, por exemplo, há quase vinte anos consecutivos se desconhece qualquer foco de aftosa.

O Ministério da Agricultura entende, todavia, que o setor pecuário responde de forma positiva, mas para efetivar a medida “precisa de inteira segurança”, para que a Organização Internacional de Epizootias (OIE), com sede em Paris, libere o Brasil dessa exigência. É a OIE, por sinal, quem toma a decisão final. Esse reconhecimento poderá ocorrer em maio de 2016, na capital da França.

Fronteiras de 23 mil km

O Mapa, segundo Décio Coutinho, mantém vigília não somente nos estados produtores, mas numa fronteira que mede 23 mil quilômetros, além da orla marítima nacional de oito mil quilômetros de extensão. A Bolívia, que faz divisa com Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, Rondônia e o Acre, tem uma crescente atividade agropecuária, que envolve brasileiros. Mais de milhão de reses são vacinadas anualmente pelas instituições brasileiras. Justamente para impedir eventual foco de febre aftosa para o Brasil.

O sistema de vigilância é severo, também, além das fronteiras nacionais com dez países latino-americanos. O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa relaciona os aeroportos, portos secos, portos como de vigília permanente para evitar possíveis entradas de animais ou produtos contaminados. Não apenas aftosa, mas peste suína clássica, no caso dos animais, mas também de doenças ou pragas vegetais.

Credibilidade a preservar

“A credibilidade do Brasil deve ser preservada para que as exportações sejam mantidas para os mais exigentes mercados de consumo de carnes e demais alimentos”, expõe Décio Coutinho, aprovando a decisão do governo de Goiás de sair primeiro nos estados com um plano de defesa agropecuário, posto em prática pela Agrodefesa com o respaldo dos organismos de classe dos produtores.

O resultado prático da sanidade animal e vegetal é na comercialização de um produto de qualidade e aceito conseqüente pelo mercado nacional e global. As exportações subiram US$15,9 bilhões para US$99,9 bilhões de 1993 a 2013 em decorrência da compreensão de toda a cadeia produtiva do agronegócio com a qualidade dos grãos, carnes, lácteos, frutas e dos produtos agregados.

“O PDA significa modernização”, resume o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Décio Coutinho, num elogio a proposta do governo de Goiás de criar o seu plano de defesa agropecuário.

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