O Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central) registrou, no ano passado, resultado primário deficitário em R$ 114,9 bilhões, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas do país. Trata-se do pior resultado anual, desde o início da série histórica, em 1997. Em 2014, o déficit registrado ficou em R$ 17,2 bilhões ou 0,3% do PIB. A diferença entre 2014 e 2015 supera R$ 97 bilhões.
A Previdência Social responde pela maior parte do déficit no ano, com resultado negativo de R$ 85,8 bilhões. O Tesouro Nacional ficou negativo em R$ 29,3 bilhões e o Banco Central teve déficit de R$ 699,2 milhões.
Em dezembro, as contas da União ficaram negativas em R$ 60,727 bilhões, influenciadas pelo pagamento da dívida do governo com bancos públicos. Só no mês passado, o Tesouro Nacional registrou resultado negativo de R$ 64,49 bilhões, a Previdência Social em R$ 3,04 bilhões e o Banco Central R$ 129,05 milhões.
De acordo com Otávio Ladeira, secretário interino do Tesouro Nacional, com a aprovação de uma nova meta primária para o ano passado, o governo estava autorizado a fechar 2015 com déficit de até R$ 118,7 bilhões. O resultado divulgado nesta quinta-feira, portanto, indica uma folga de R$ 3,7 bilhões no total permitido.
O secretário destacou que, como parâmetro da meta fiscal, o resultado utilizado só será conhecido amanhã, quando o Banco Central divulgar o resultado de todo o setor público. Otávio Ladeira lembrou ainda que, como já havia dito o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o governo está revendo as estimativas de despesas e receitas a serem divulgadas “em meados de fevereiro”.