Com objetivo de estimular e fortalecer a discussão sobre a formação de políticas públicas que envolvam ética, inovação e eficiência, em favor de um agronegócio mais competitivo e sustentável, o Instituto Brasileiro de Ação Responsável realizou, ontem, o V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil: Desafios e Oportunidades - Ética, Inovação e Eficiência. O evento movimentou o auditório do Interlegis por toda a manhã, em Brasília.
“A responsabilidade de alimentar o mundo vai ser do Brasil”, ressaltou o senador Waldemir Moka (PMDB/MS). Ao dar início à mesa de abertura no evento, o parlamentar, que é presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, defendeu, ainda, que o agronegócio é o responsável pelo superávit do Brasil. “Somos os únicos com clima e terra favoráveis. Só de carne exportamos US$ 7 bilhões, o correspondente a 28 bilhões de reais, e não conseguimos R$ 500 mil em programa de vigilância sanitária. Temos que investir na inovação. É necessidade”.
Na oportunidade, Antônio Helder Medeiros Rebouças, diretor-executivo do Instituto Legislativo Brasileiro do Senado Federal, chamou atenção para o olhar da legislação. “Hoje temos projetos importantes tramitando de forma acelerada no Congresso Nacional. Matérias que devem estar no radar dos tomadores de decisão”, destacou. Segundo ele, há um arcabouço legislativo de matérias que vão afetar direta e significativamente o agronegócio brasileiro e o agricultor precisa estar atento.
MITOS E IMPACTOS
Segundo Luís Eduardo Pacifici Rangel, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há mitos sobre os impactos do agronegócio que, de tanto serem repetidos, se tornaram verdades absolutas. “Esses conceitos errôneos acabam por satanizar o setor”, pontuou, acerca de questões que tratam do desmatamento e da contaminação por agrotóxicos. “No território nacional, 61% do Brasil é preservado - o restante ainda está intacto. Apenas 9% do território é dedicado à agricultura e 21% à pecuária”, lembrou o secretário.
O senador Wellington Fagundes (PR/MT), membro titular da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, também participou da mesa de abertura do fórum. “A produtividade deve ter um selo não só ambiental, mas também social”, defendeu o parlamentar, que também citou a questão dos acidentes nas rodovias brasileiras - outro ponto que impactaria consideravelmente no agronegócio já que a distribuição de cargas acaba sofrendo retardamento.
Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), há um preconceito com o agricultor e com o meio rural. “Esse é o setor que mais gera emprego no Brasil. É o grande responsável pelo PIB brasileiro. Precisa melhorar em muita coisa, mas principalmente na comunicação, se não vai continuar sofrendo muito preconceito”, argumentou.
A mesa de abertura do fórum também contou com a presença do senador Cidinho Santos (PR/ MT), membro titular da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.
A programação do V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil seguiu com um ciclo de palestras, moderado pelo professor Antônio Gomes de Castro, da Universidade de Brasília (FAV/UnB): o chefe da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Elísio Contini; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados Luiz Roberto Barcelos; o diretor de Digital Farming da Bayer CropScience, André Salvador; e o consultor da Global Gap, Marco Giotto.