Pelo terceiro mês consecutivo a cesta básica apresenta baixa de preço em Itajaí, passando de R$363,15 em dezembro para R$359,70 em janeiro, com uma queda correspondente a 0,95%. Mesmo com esta diminuição, o custo da cesta básica em janeiro deste ano é 6,56% superior ao mesmo período de 2018. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que elabora o indicador com monitoramento da Uni Júnior, a partir de pesquisa realizada em seis supermercados da cidade.
Do painel de 13 produtos analisados, apenas quatro contribuíram para a diminuição do preço total da cesta, são eles: o tomate (28,13%), o feijão preto (5,44%), o café em pó (2,23%) e a manteiga (0,11%). Os outros nove produtos do painel tiveram aumento de preço, foram: a farinha de trigo (7,40%), o pão francês (5,81%), o leite longa vida (5,36%), a batata (4,08%), a banana (3,31%), o arroz (2,50%), a carne (2,37%), o açúcar (1,16%) e o óleo de soja (0,96%).
Comparando os preços dos produtos de janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, os pesquisadores constaram que a batata está 64,29% mais cara, seguida da farinha de trigo com 37,84% e da banana com 25,61%. Já o café (14,32%), o óleo de soja (11,73%), o açúcar (8,61%) e o feijão preto (7,55%) estão mais baratos. A carne continua sendo o produto com maior peso no custo total da cesta básica, representando atualmente 36,05%, seguida do pão com 16,36% e do tomate 8,22%.
Os pesquisadores observam que, no ano passado, o tomate foi diversas vezes o vilão da inflação por segurar uma alta no custo total da cesta. Já neste início de ano o clima contribuiu para a queda no preço do tomate, pois com o calor e as pancadas de chuva, o produto deteriora-se rápido diminuindo a qualidade do mesmo. Outro item destaque na diminuição do preço é o feijão, que também oscilou no ano passado e neste início de ano voltou a cair em função da boa oferta no mercado. Em contrapartida, a queda na produção da batata e uma menor oferta na banana impactaram, geando alta em seus custos. A elevação no preço da farinha de trigo no mercado internacional influenciou no preço do pão que também contribuiu para a alta no mercado interno.
O professor Jairo Romeu Ferracioli, economista e professor responsável pelo projeto, acredita que para os próximos meses os preços dependerão das condições climáticas, do preço dos combustíveis (petróleo e álcool) e de outras commodities agrícolas no mercado internacional, além da variação cambial no Brasil, com cenário ainda indefinido em virtude de uma nova gestão econômica. "Por enquanto o cenário mantém-se estável, o que também gera esta queda no custo da cesta básica em Itajaí", afirma.
Poder de compra do trabalhador
Com a baixa no custo da cesta básica e o aumento no valor do salário mínimo, o poder de compra do trabalhador assalariado em relação a alimentos básicos teve melhora. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 38,07% em dezembro para 36,04% em janeiro, ainda acima do custo de referência ideal de 33,34%. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta são necessárias 79 horas e 18 minutos de um total de 220 horas mensais. Tomando como base a Lei que criou a cesta básica, o salário mínimo de um trabalhador assalariado em janeiro deveria ser de R$ 1.079,10 e de uma família padrão (dois adultos e duas crianças) deveria ser de R$ 3.208,74.