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Destravar o Estado, sobretudo diante da morosidade nos processos de licenciamento ambiental e concessão de outorgas. Essa foi a tônica da reunião realizada nesta sexta-feira (5), na Casa da Indústria, com a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, a segunda realizada nesta semana – anteriormente a discussão foi com representantes do setor elétrico. No encontro de hoje, mais de 50 empresários lotaram o auditório da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) para pontuar as dificuldades do setor produtivo no relacionamento com a Semad. Um novo encontro foi agendado para os dias 15 e 16 de abril para já apresentar soluções às demandas registradas.
A secretária Andréa Vulcanis reconheceu as dificuldades operacionais da pasta do Meio Ambiente e afirmou que, nesses cem primeiros dias de gestão, um amplo diagnóstico interno foi realizado e que agora é preciso um esforço de planejamento estratégico para integração de todos os processos sob a responsabilidade do órgão.
"Pegamos uma secretaria caótica, com graves problemas endêmicos, mais atrapalhando o setor produtivo do que qualquer outra coisa. Temos plena consciência de todos os problemas, mas também temos domínio da solução. O que precisamos é das ferramentas, dos recursos para nos instrumentalizar", reconheceu.
O presidente da Fieg, Sandro Mabel, colocou a entidade à disposição para cooperar nas necessidades da Semad e ressaltou a preocupação do setor produtivo quanto à fila existente para liberação dos licenciamentos ambientais e concessões de outorgas. "É preciso avaliar os processos também com a visão econômica, não deixando parados na fila de análise empreendimentos significativos, que vão trazer bilhões de reais em investimentos para o Estado", argumentou. Hoje, segundo dados apurados pela Secretaria, mais de 2.700 processos aguardam análise em uma fila de espera que chega a três anos.
Durante o encontro, os empresários presentes pontuaram as questões mais urgentes de cada um dos setores industriais representados. Dentre os problemas mais prementes, foram colocadas as dificuldades enfrentadas pelas indústrias do setor de mineração, que já tiveram reuniões prévias com a pasta e elencaram 42 prioridades de empreendimentos que estão operando e precisam da liberação de licenças ambientais para continuar gerando renda e emprego no Estado.
Além da mineração, foram apresentadas demandas de indústrias dos setores farmacêutico, sucroalcooleiro, de curtumes e cerâmicas instaladas em Goiás. Na oportunidade, também foram elencados os problemas enfrentados pelo setor produtivo na operacionalização do Sinaflor (Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais) e na aprovação do Plano de Manejo da APA João Leite.
O vice-presidente da Fieg, Flávio Rassi, que moderou o debate, avalia que as pautas apresentadas são importantes e buscam destravar o desenvolvimento do Estado. "Temos alguns setores, como a mineração e as indústrias, que precisam do Sinaflor, que estão travados. A reunião foi muito produtiva, principalmente pelo caráter de trabalho e pela objetividade na busca por soluções. Reconhecemos a receptividade e o perfil técnico e desenvolvimentista da secretária, mas vamos seguir cobrando de forma firme os pleitos da indústria", afirmou.
Na oportunidade, o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (CTMA) da Fieg, Bruno Beraldi, solicitou o apoio da secretária para a implementação de projeto na área de logística reversa. Para Beraldi, Goiás tem condição de ser protagonista nessa discussão. "Temos um projeto formatado para incentivo da cadeia de reciclagem. Precisamos é dar condição e viabilidade econômica para que a proposta possa rodar, tirando, inclusive, um grande peso que hoje recai sobre o setor público", disse. O objetivo é implantar o projeto, elaborado pela Câmara Setorial de Reciclagem da Abiplast, de forma piloto em Goiás com o apoio do CTMA/Fieg.
