De acordo com informações do Portal da Transparência, o registro de gastos federais em 2020 é o maior nos últimos sete anos. Até o mês passado (junho), 49% dos recursos previstos para o ano já haviam sido empregados na execução das despesas públicas. Os dados excluem as despesas referentes ao combate da pandemia.
Com a exclusão dos gastos referentes à pandemia do coronavírus, entre janeiro e março, os gastos alcançaram 37% do orçamento disponibilizado. Em 2014, no mesmo período, o índice alcançou 26,33%. A União já dispendeu de R$ 1,96 trilhão em 2020.
Orçamento de guerra
O recurso autorizado pelo Congresso para o combate ao Covid-19 foi liberado no dia 6 de maio, mas, segundo levantamento feito pelo portal Metrópoles, antes da pandemia chegar ao Brasil as despesas estavam acima da média. Durante os meses de abril e maio os gastos já estavam maiores que em anos anteriores.
Entretanto, o Ministério da Economia afirma que a execução da despesa acima da média deste ano, se deve aos gastos ‘extras’ provocados pelo novo coronavírus. Com a crise sanitária, os técnicos acreditam que o gasto está muito acelerado.
Até o momento foram usados R$ 237 bilhões dos R$ 506 bilhões previstos para a situação provocada pelo vírus da Covid-19. Segundo o Tesouro Nacional, os gastos foram destinados ao pagamento de benefícios sociais e na ajuda a estados e municípios.
Falta de equilíbrio
Superando os últimos anos - onde os gastos públicos costumam aumentar entre outubro e dezembro, servidores da Economia se preocupam. “O mercado pode começar a questionar a capacidade do governo de manter o equilíbrio das contas públicas, mesmo considerando a situação excepcional da pandemia”.
Para Lúcio Big, diretor-presidente do Instituto Operação Política Supervisionada (OPS) a situação também é preocupante. “Infelizmente, como mostram os números, o Brasil não parece estar mantendo o controle necessário das contas, o que pode se transformar em uma terrível bola de neve financeira que desabará na cabeça do contribuinte brasileiro a partir de 2021”.
A causa dos valores estarem altos de acordo com o Ministério da Economia seria a pandemia, no entanto, não houve explicações sobre as despesas já estarem acima da média antes do país sofrer os impactos do vírus.
Segundo levantamento, para a saúde foram destinados R$ 76 bilhões enquanto dentre as principais despesas estão pagamentos da Previdência Social que somam R$ 398 bilhões, os gastos com assistência social totalizam R$ 179 bilhões, educação R$ 43 bilhões e trabalho R$ 43 bilhões.