O ano de 2020 teve diversos desafios para a população. Um em particular, que dificultou e muito a vida e o orçamento das famílias brasileiras, foi a alta no preço dos alimentos em mercados e feiras livres.
No entanto, este é um problema que deve se manter no início de 2021. É o que afirma André Braz, economista do IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
De acordo com André Braz, alimentos que chamam atenção neste momento são o arroz, feijão, carne e óleo. Braz explica que o primeiro trimestre de cada ano é muito afetado pelos alimentos in natura, os produtos de feiras livres, como hortaliças, frutas e legumes, que sofrem influência de safra e, principalmente, clima.
" O clima não ajuda muito na oferta desses alimentos. O sol forte, as chuvas também muito fortes no verão, diminuem muito a oferta de alimentos in natura e os preços disparam", ressalta Braz.
Os alimentados mencionados pelo economista do IBRE/FEV fazem parte do grupo de alguns dos produtos que mais encareceram ao longo de 2020. Segundo o último IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro, referente ao mês de novembro, as carnes, por exemplo, tiveram alta de 6%.
Outros produtos importantes que compõem a alimentação familiar e foram destacados por André Braz e que também tiveram alta, como o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%).
De acordo com Braz, o preço do arroz , por exemplo, é um que pode começar a se estabilizar a partir de janeiro e fevereiro, com a entrada de uma safra um pouco melhor. "Isso já pode começar a fazer o preço recuar um pouquinho", explica.
Quando voltam ao normal?
Braz explica que o encarecimento de alimentos as feiras livres não é um fenômeno duradouro, mas sazonal. Ou seja, ele se da neste início do ano, por conta de condições climáticas que impactam na produção e, consequentemente, na oferta dos produtos.
De acordo com Braz, a passagem do ano não vai mudar significativamente a conta de supermercado das famílias. Isso deve acontecer mais lentamente, e mais para o final do primeiro trimestre do ano, em março.
Braz também ressalta as carnes bovinas, suínas e de aves. De acordo com ele, algumas carnes já ensaiam uma queda nos preços, como a suína, "que ja mostra sinais de queda ao produtor. Mas isso vai vir lentamente aos açougues", ressalta.
*Com informações: Portal R7