O Ibovespa acelerou o ritmo de alta na manhã desta segunda-feira, 26, renovando máximas, apesar da queda da maioria das bolsas americanas e europeias. Internamente, o ganho é puxado por ações ligadas ao setor de commodities e ao financeiro "Não há notícia nova. Por ora, o comportamento sugere ser uma correção.
Muitos setores que estão subindo tentam recuperar perdas recentes", diz um operador, lembrando que na sexta-feira, enquanto Nova York fechou com valorização, o índice Bovespa cedeu 0,87%, aos 125.052,78 pontos.
Às 10h39, o Ibovespa subia 0,66%, aos 125.875,30 pontos. Nos EUA, Dow Jones caía 0,14%, Nasdaq cedia 0,15% e o S&P 500 tinha declínio de 0,05%.
A cautela externa diante de continuadas preocupações a respeito da pandemia de covid-19 e ainda em relação à variante delta de coronavírus, que podem ter impacto sobre o ritmo de crescimento global, se junta a novo cerco da China a empresas de educação. A notícia realimenta expectativas sobre qual seria o próximo alvo de controle estatal de Pequim.
O país asiático já vinha adotando uma postura um pouco agressiva em relação ao lucro de empresas de diversos setores, como no setor de tecnologia e agora entrou com mais força em companhias de educação, no fim de semana, destaca Vitor Miziara, da Critera Investimentos. "Isso gera um sentimento um pouco negativo", diz em nota, acrescentando ainda a piora do sentimento de confiança na Alemanha em julho. Isso, diz, "assusta" um pouco no sentido de que grandes surpresas para cima com o crescimento econômico mundial podem ficar para trás, o que, segundo ele, não significa que fim da recuperação.
A despeito deste temor externo e do sinal negativo externo, o Ibovespa abriu em leve alta, diante da expectativa de investidores pela safra de balanços no Brasil, que ganha força a partir de hoje, e ainda refletindo a valorização do minério de ferro na China. Depois do fechamento da B3, sairão os dados do segundo trimestre da TIM. Ao longo da semana serão divulgados os balanços do Carrefour, CSN, Telefônica e Usiminas. Na sexta, o índice fechou em baixa de 0,87%, aos 125.052,78 pontos, na contramão da alta externa.
Um sinal de recuperação da economia interna veio hoje da Fundação Getulio Vargas (FGV). O nível de confiança do consumidor brasileiro em julho avançou ao maior nível desde outubro de 2020. "Apontando retomada, portando consolidando uma visão positiva em termos de crescimento no Brasil", afirma o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, em análise matinal a clientes.
De acordo com o CEO da Ohmresearch, Roberto Attuch Jr., os mercados europeus e de Nova York passam por leve correção depois de quatro pregões seguidos de alta, lembrando que os investidores ficarão de olho esta semana a balanços de empresas de tecnologia e à decisão de política monetária nos EUA.
No Brasil, a inflação medida pelo IGP-M de julho será destaque, sobretudo após o IPCA-15 mais salgado deste mês, que já se refletiu nas estimativas da pesquisa Focus, com os agentes vendo Selic a 7% no fim do ano. Isso, em tese, desestimula a compra no mercado de ações.